A correlação espúria é um grande inimigo da ciência e um amigo dos apressados. Um texto publicado no The Atlantic (When Correlation Is Not Causation, But Something Much More Screwy, Gabriel Rossman)
mostra uma situação onde é possível surgir uma correlação espúria.
Considere que a população de atores que aspiram um papel num filme não possua correlação entre a qualidade como ator e a atração física. É razoável supor que os diretores do cinema possuem uma predileção por atores bonitos e que atuam bem. Observe a figura a seguir:
Cada ponto é um ator, classificado pela sua qualidade em atuar e sua beleza física. Os pontos estão distribuídos, existindo aspirantes a atores de todo tipo (ruins e bons; feios e bonitos). Como os diretores preferem certo padrão de atores, em termos de qualidade e atração física, da população de aspirantes a atores somente alguns serão escolhidos. Na figura, dos inúmeros pontos, os atores que conseguem papel num filme provavelmente estão numa escala superior em termos de qualidade e atração física (os pontos mais escuros da figura).
Suponha que um cientista deseje estudar os atores. Apesar de o conjunto ser cada ponto do gráfico, este cientista provavelmente irá compor sua amostra pelos atores que estão trabalhando, ou seja, os pontos escuros do gráfico. Mas esta amostra não é representativa da população; pelo contrário, é enviesada. Uma pesquisa poderia concluir, por exemplo, que existe uma relação inversa entre atração física e qualidade do ator, baseado nesta amostra (novamente, os pontos mais escuros do gráfico). Temos aqui um típico caso de correlação espúria.
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