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28 janeiro 2014

A vantagem das dicas

Em finanças pessoais é muito comum a existência de “dicas” para os investidores. Algumas destas dicas são desconhecidas sobre sua origem e inclui como compor a carteira de investimento, o valor a ser economizado ou a forma como calcular o valor presente. Será que estas regras possuem validade?

Um estudo desenvolvido por David Love (Optimal rules of thumb for personal finance) mostrou que estas regras é uma forma de reduzir a complexidade das finanças, mas que em muitas situações a regra simples pode ter um desempenho tão bom quando as fórmulas complexas.

Temos muitos exemplos disto no mundo real também. Na avaliação de empresas é comum o uso de múltiplos para determinar o valor de uma empresa. O método correto é fazer uma projeção do fluxo de caixa futuro e sua taxa de desconto e trazer a valor presente todos estes valores. Isto envolve muita subjetividade e um nível de conhecimento inacessível para a maioria dos comerciantes. Em lugar disto, estabeleceram-se regras simples, os múltiplos, onde é feita a estimativa do valor da empresa a partir de multiplicação do faturamento por um valor, com algumas somas e subtrações. Não se sabe bem a origem destes múltiplos, mas parece que funcionam na prática. Tanto é assim que os comerciantes transacionam seus negócios tendo por base estas regras.

Love mostra que isto também funciona com as finanças pessoais. Herbert Simon, o grande especialista em processo decisório, discutia a relação entre a incerteza e o custo de processar as informações. Simon criou que no mundo real as decisões deveriam ser satisfatórias, não ótimas. Como as pesquisas mostram que a maioria das pessoas sequer conhece matemática financeira básica, as regras é um grande atalho para decisões satisfatórias.

O risco que Love não comenta é a criação de “falsas dicas”, que não possuem fundamentação.

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