Em todo sorteio da copa fica a expectativa da existência de
um grupo muito forte onde um potencial candidato ao título deverá ser
desclassificado. Chamamos este grupo de “grupo da morte”. Parece que no sorteio
da Copa de 2014, realizado ontem, existiu um consenso que o grupo D (Uruguai,
Costa Rica, Inglaterra e Itália) seria o grupo da morte uma vez que neste grupo
temos a presença de três ex-campeões mundiais.
Usando o atual ranking da Fifa como parâmetro, calculamos a
posição média de cada grupo. O grupo com média menor seria aquele mais forte em
termos do candidato. Por exemplo, o grupo A, temos o Brasil (10º. no último
ranking), Croácia (16º.), México (20º.) e Camarões (51º.). Fazendo a média
temos 24,25. O resultado para os grupos foi o seguinte:
Grupo A – Brasil (10), Croácia (16), México (20) e Camarões
(51) = 24,25
Grupo B – Espanha (1), Holanda (9), Chile (15) e Austrália
(59) = 21
Grupo C – Colômbia (4), Grécia (12), Costa do Marfim (17) e
Japão (48) = 20,25
Grupo D – Uruguai (6), Costa Rica (25), Inglaterra (13) e
Itália (7) = 12,75
Grupo E – Suíça (8), Equador (23), França (19) e Honduras
(41) = 22,75
Grupo F – Argentina (3), Bósnia (21), Irã (45) e Nigéria
(36) = 26,25
Grupo G – Alemanha (2), Portugal (5), Gana (24) e Estados
Unidos (14) = 11,25
Grupo H – Bélgica (11), Argélia (26), Rússia (22) e Coréia
do Sul (54) = 28,25
O resultado mostra que o grupo da morte seria o “G”, da
Alemanha. Mas o grupo D, do Uruguai, também seria difícil. O Brasil pegou um
grupo relativamente fácil, já que seria duas vezes mais fácil que o grupo da
morte.
Mas talvez a média não seja uma melhor opção para determinar
o grau de dificuldade do grupo. O desvio-padrão da posição mostra a distância
dos pontos em relação à média. Desvios menores seria um sinal de mais
dificuldade. A lista a seguir mostra não somente o desvio, mas também o coeficiente
de variação.
Grupo A – Brasil (10), Croácia (16), México (20) e Camarões
(51) = 15,85 e 0,65
Grupo B – Espanha (1), Holanda (9), Chile (15) e Austrália
(59) = 22,49 e 1,07
Grupo C – Colômbia (4), Grécia (12), Costa do Marfim (17) e
Japão (48) = 16,68 e 0,82
Grupo D – Uruguai (6), Costa Rica (25), Inglaterra (13) e
Itália (7) = 7,56 e 0,59
Grupo E – Suíça (8), Equador (23), França (19) e Honduras
(41) = 11,88 e 0,52
Grupo F – Argentina (3), Bósnia (21), Irã (45) e Nigéria
(36) = 15,93 e 0,61
Grupo G – Alemanha (2), Portugal (5), Gana (24) e Estados
Unidos (14) = 8,58 e 0,76
Grupo H – Bélgica (11), Argélia (26), Rússia (22) e Coréia
do Sul (54) = 15,85 e 0,56
Pelo critério do desvio padrão o grupo da morte seria
realmente o do Uruguai, mas o Grupo G também será difícil. Mas o uso do desvio
pode ser influenciado pelos valores menores da média. Mas isto é bom, já que o
grupo da morte é aquele que possui
médias menores.
O uso do coeficiente de variação – a relação entre o desvio
e a média – seria mais adequado para verificar o equilíbrio no grupo. E neste
caso, o grupo E seria marcado pelo equilíbrio, e o grupo B, da Espanha, o mais
desequilibrado.
Uma análise próxima foi realizada usando o ranking de Nate Silver, com conclusões um pouco
diferente. O importante é notar que o ranking da Fifa foi usado para tentar
equilibrar o sorteio, mas terminou gerando grupos mais fortes que outros.
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