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06 dezembro 2013

Muito grande para falir

Existe uma frase que geralmente é aplicada para uma instituição financeira: "muito grande para falir". Neste caso, a instituição bancária é tão poderosa que sua falência pode colocar em risco toda uma economia. E isto não interessa as organizações que estão preocupadas com a estabilidade, incluindo neste bloco o governo e as entidades concorrentes. A existência de um potencial de contágio é usada como um critério para justificar o socorro. Isto ocorreu, por exemplo, durante a crise financeira mundial de 2008.

Entretanto, existe um risco nesta estratégia de salvar as instituições em risco: sabendo que serão salvas, estas mesmas instituições assumem um risco mais elevado do que deveria. Ou seja, sendo "muito grande para falir" a própria entidade todas decisões arriscadas.

Tivemos nos últimos meses uma queda de um império no Brasil. Depois de ter uma fortuna de mais de 30 bilhões de dólares, o empresário Eike Batista viu suas empresas, todas com um "X" no nome, perderem valor na bolsa de valores diante da desconfiança sobre a qualidade dos seus ativos. Quem acreditou na promessa de Batista de entregar uma empresa lucrativa perdeu muito dinheiro em 2013.

Mas depois de ser um fracasso, Eike parece que está conseguindo usar o receio de sua falência a seu favor. Com uma grande fila de devedores batendo na sua porta, o empresário está pouco a pouco convencendo aqueles que acreditaram e prestaram dinheiro para suas aventuras a continuar enviando dinheiro. Recentemente foi anunciado que o empresário conseguiu 250 milhões de dólares para tocar a OGX na tentativa de descobrir petróleo.

Por enquanto, o dinheiro é da iniciativa privada. Esperamos que instituições oficiais de crédito, que usam o nosso dinheiro, não aumente o valor do prejuízo.

Também esperamos que a investigação sobre a queda do império Eike seja investigada com rigor. Ontem foi noticiado que ex-executivos da LLX sugeriram que a CVM encerrassem um processo referente a falta de divulgação de informação mediante um pagamento de 600 mil reais. E que a CVM recusou a proposta. Que o rigor e a rapidez sejam considerados nas entidades reguladoras.

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