Este periódico existiu entre 1936 a 1962 e era editado por Valentim
Bouças, representante da IBM no Brasil e fundador da Hollerith (1). Apesar de
ser uma publicação econômica, em diversos números existem trabalhos de
interesse da contabilidade. Recentemente postamos sobre um estudo de Medeiros,
publicado no Observador, sobre valor justo. Além disto, nas páginas do
Observador é possível localizar demonstrações contábeis da época. Alguns
números chegaram a ter mais de 260 páginas, um feito para uma publicação deste
tipo.
Dos textos publicados, fizemos uma seleção de alguns
interessantes.
Edição 10 de 1936 – O preço de venda - neste texto aparece os conceitos de custos
fixos e variáveis.
Edição 12 de 1936 – A situação financeira do Brasil –
discurso do ministro da fazenda, com um longo debate sobre diversos aspectos da
contabilidade pública, incluindo citação de autores e discussão sobre conceitos
contábeis.
Edição 27 de 1938 – Padronização Orçamentária – artigo de Ovídio
de Abreu
Edicão 38 de 1939 – A Fazenda de Santa Cruz – Uma reportagem
de Nobrega da Cunha sobre a ocupação de terras no estado do Rio de Janeiro por
parte de 50 mil pessoas. O texto mostra o livro caixa da Fazenda de 1822.
Edição 41 de 1939 – A Economia de uma Penitenciária – com a
descrição da Penitenciaria de Neves, situada perto de Belo Horizonte. O texto
inclui comentários sobre como era feita a contabilidade da entidade.
Edição 47 de 1939 – Educação Profissional – de Cecilia
Meirelles – Em que a autora relata uma pesquisa com crianças sobre o que
gostariam de ser quando crescer. De 172 meninas consultadas, 6 escolheram “peritas-contadoras”
e uma contabilidade. (Outros escritores
brasileiros de renome também escreveram para este periódico, como Jorge Amado
ou Guilherme Figueiredo).
Edição 54 de 1940 – A Conferência Fazendária – de Frederico
Herrmann Junior – o autor apresenta um longo relato do encontro ocorrido entre
os secretários de fazenda dos estados. Entre os assuntos, a padronização dos
balanços.
Edição 69 de 1941 – Estudos Econômicos – o interessante
deste texto são quatro parágrafos com o subtítulo “Economia não se resume em
contabilidade”. Naquele momento histórico, o curso de economia começava a
ganhar força no Brasil, diante do ensino tradicional da contabilidade.
Edição 125 de 1946 – História do Banco do Brasil – escrito por
Afonso Arinos de Melo Franco, apresenta inclusive uma figura de uma ação desta
entidade emitida em 1818. O foco são os primeiros anos da instituição financeira.
Edição 160 de 1949 – A Batalha da Padronização – sem assinatura
do autor, o texto descreve a história da padronização da contabilidade pública,
que iniciou com a primeira Conferência de Técnicos em Contabilidade Pública e
Assuntos Fazendários, em 1939. A principal vitória foi a redução de 2.185
rubricas de receita que existiam até então para 57. (números posteriores, omo a
edição 164, também tratou deste assunto)
Edição 255 de 1956 – Regulamentação da Contabilidade dos
Serviços de Utilidade Pública – de Océlio Medeiros. O texto defende a
necessidade de padronização contábil neste setor. Traz um histórico da
padronização nos Estados Unidos, discute as vantagens da uniformização e
defende a aplicação no Brasil. O texto possui muitas citações de autores
estrangeiros.
(1) CORREA, Maria Letícia. Um estudo sobre o debatedesenvolvimentista nas páginas de O Observador Econômico e Financeiro(1936-1954)
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