A grande maioria dos acontecimentos que ocorrem na contabilidade de um país decorre das mudanças ambientais. Isto também ocorreu em diversas épocas no Brasil. Ao final da década de cinquenta, o país viveu um grande surto de desenvolvimento, proporcionado pelas condições externas favoráveis e por políticas do governo JK. Isto permitiu o surgimento e fortalecimento de diversos setores, como é o caso da indústria de automóvel. Também foi um período conturbado, com a tentativa de criação de uma série de leis nacionalistas (1)
A presença de mais indústria permitiu que métodos da contabilidade de custo fossem estudados e aplicados nas empresas brasileiras. Naturalmente que os métodos tradicionais, como o custeio por absorção, foram adotados prioritariamente. Mas metodologias alternativas também foram discutidas no nosso país nesta fase.
É o caso do método GP, assim denominado em homenagem a George Perrin, francês que o criou. Perrin imaginou que seria possível, numa empresa que produzisse diferentes produtos, traduzir numa única medida o esforço realizado. Além desta vantagem, o método GP lida com unidades físicas, o que reduziria o efeito da inflação sobre o resultado. É bom lembrar que juntamente com o crescimento econômico naquele tempo, houve um aumento na variação dos preços (2).
Assim, a discussão sobre este método inicia-se no Brasil justamente no ápice do governo de JK, quando ocorreu uma grande implantação de indústrias no nosso país. Posteriormente, já na década de oitenta, este método ficou conhecido como Unidade de Esforço de Produção (UEP), tendo sido aplicado em diferentes empresas no sul do país.
Leia Mais: ALLORA, Franz. O Método GP. O Estado de S Paulo, 25 de fevereiro de 1960, ed. 26020, p. 10.
(1) Em 1961 foi aprovado na Camara um projeto de limitava a remessa de lucros ao exterior. Como a proposta dependia da contabilidade das empresas, o projeto também tratava da padronização da contabilidade no seu artigo 40: “O Conselho de Investimentos Estrangeiros estabelecerá planos de contas e normas gerais de contabilidade padronizadas para grupos homogêneos de atividades e adaptáveis ás necessidades e possibilidades das empresas de diversas dimensões”. Vide O Estado de S Paulo, 30 de novembro de 1961, ed 26566, p 5.
(2) É bem verdade que o método GP possui alguns problemas de lógica e não resolve o problema inflacionário.
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