Dillow, em Against Forecasts, afirma que não existe nenhuma profissão respeitável que possui sua reputação na previsão. Dillow completa: qual a razão dos economistas buscarem os poderes de clarividência?
Esta questão talvez possa ser considerada também para a contabilidade. Cada vez mais, a contabilidade moderna depende da previsão para entregar informação para o usuário: basta ver a questão do teste de recuperabilidade, onde o contador faz projeções do fluxo de caixa, para confrontar com o valor contábil e o valor de mercado.
Mas a previsão não deveria ser a função do usuário? Usando o raciocínio de Dillow, existem três argumentos contrários à tentativa de trazer a previsão para a contabilidade. Em primeiro lugar, a realidade é muito complexa e muitas vezes difícil de prever. Optar por considerar este aspecto na informação contábil pode ser muito irreal. Em segundo lugar, muitas previsão são impossíveis de serem realizadas corretamente. No caso da contabilidade, muitos ativos não possuem informação suficiente para fazer uma previsão adequada. Neste caso, a previsão aproxima-se muito do chute. Em terceiro lugar, como as pessoas reagem a incentivos, o uso de previsão tende a estar associada aos incentivos recebidos pelos preparadores da informação. Se elas recebem bônus por desempenho, dificilmente optariam por fazer uma baixa contábil que afete o dinheiro que irá receber.
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