Em uma tacada surpresa, a diretoria da petroleira OGX exigiu ontem do empresário Eike Batista o cumprimento da promessa de aportar até US$ 1 bilhão, manobra que visa tirar a companhia da situação dramática em que se encontra. A cobrança chegou quando os investidores já nem cogitavam mais o exercício da opção de venda de ações contratada em outubro de 2012, quando o cenário da petroleira era bem mais favorável.
(...) A diretoria da OGX cobra um aporte imediato de US$ 100 milhões. Sem condições de arcar com esse valor, Eike pretende levar a discussão a uma câmara arbitral. (...)
Factível ou não, a notícia fez os papéis da petroleira dispararem no pregão de ontem. As ações OGXP3 fecharam a R$ 0,52, com alta de 26,8%.
Analistas do Credit Suisse, Vinicius Canheu e Andre Sobreira consideraram o aporte imediato de US$ 100 milhões relevante, já que equivale a 18% do valor de mercado da empresa, de cerca de US$ 560 milhões. Os profissionais avaliam, no entanto, que o anúncio é vago, principalmente no que diz respeito à habilidade do empresário em honrar os US$ 900 milhões restantes.
(...) Alguns questionam se a resolução foi tomada de forma independente ou a partir de uma estratégia alinhada com o próprio Eike e grupos envolvidos no resgate da OGX. Nesse caso, os diretores dariam uma cartada para recuperar a imagem da empresa e evitar um maior comprometimento, mesmo cientes de que o empresário descumprirá o acordo.
(...) Caixa. Fontes de mercado dizem que a disponibilidade de caixa já estaria abaixo de US$ 100 milhões. O valor é ínfimo se comparado à dívida de R$ 8,7 bilhões da companhia em 30 de junho. Além disso, no fim de agosto o executivo-chefe da malaia Petronas, Shamsul Azhar Abbas, condicionou o pagamento dos US$ 850 milhões empenhados na compra da fatia de 40% do campo Tubarão Martelo à reestruturação da dívida da OGX. O negócio é uma das apostas da companhia para voltar ao equilíbrio. Ontem, a petroleira comunicou mais uma baixa em seu conselho de administração, com a renúncia do empresário tunisiano Aziz Ben Ammar. Uma assembleia extraordinária de acionistas está marcada para o dia 12 de setembro, quando será votada a recomposição do conselho.
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