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24 agosto 2013

Poder da comunicação

Uma discussão interessante: quais as competências necessárias para ser um bom presidente de Banco Central (BCs e a arte de contar histórias, Gillian Tett, Valor Econômico - 23/08/2013)

(...) Na década passada, especialmente desde o início da crise, os bancos centrais foram cada vez mais obrigados a reconhecer que as economias também são moldadas por oscilações de humor. Por isso, os responsáveis por bancos centrais estão agora tentando detectar isso usando fontes não qualitativas. Holmes descreve, por exemplo, como os bancos centrais da Inglaterra, Canadá e Nova Zelândia reúnem "inteligência" (ou seja, relatos anedóticos) de "campo".

Ele escreve: "Assim como seus colegas no Banco da Inglaterra, Bollard, [ex-presidente do Banco da Nova Zelândia] ia a campo todo mês em viagens, visitando empresas. O presidente e sua equipe comunicavam a política do banco central durante essas visitas, mas também pediam que lhes fossem relatados "causos" anedóticos.

Além disso, em vez de apenas operar os controles, os banqueiros centrais também tentam controlar a direção da economia usando palavras, não apenas para influenciar preços e expectativas sobre os juros, mas para moldar o ânimo dos agentes econômicos. Assim, os textos secos aparentemente ritualísticos emitidos a cada mês - e complementados por sóbrios discursos -, não apenas descrevem a política, também a criam. A arma são as palavras. (...)

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