O jornal Valor Econômico trouxe um texto interessante (São Félix do Xingu encara seu passivo ambiental, Bettina Barros, Valor Econômico - 15/08/2013) sobre a mudança de mentalidade ambiental nos municípios da região Norte.
Na década de 70, para cada alqueire de floresta derrubada, o governo lhe dava cinco de presente. Desmatar era um dever, e quem não o fizesse corria o risco de perder a propriedade.
Nos dias de hoje o desmatamento tem consequências negativas. O texto relata o caso de São Félix do Xingu, considerado o primeiro na lista dos desmatadores da Amazônia:
A "lista negra" lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 interrompeu o crédito público aos produtores do município - sem distinção entre pecuaristas, agricultores, desmatadores ou seguidores da lei. Foi o primeiro baque. Logo depois, a indústria de carne bovina passou a pressionar na outra ponta, exigindo correções nas fazendas para eximi-la de complicações futuras com a Justiça.
O resultado foi a redução do desmatamento, de 2,5 mil km2 para 162 km2. E o município está fazendo investimentos para sair da lista. E isto sobrou para as empresas:
Após o chacoalhão que embargou os municípios, as autoridades foram atrás dos compradores de bovinos da Amazônia derrubada ilegalmente. Num piscar de olhos, frigoríficos passaram a ser corresponsabilizados por crimes ambientais. Não demorou para a cadeia produtiva se mexer.
"Os frigoríficos tomaram a iniciativa de procurar São Félix do Xingu para o odernamento rural. A chegada deles foi determinante", diz Ian Thompson, diretor do programa Amazônia da The Nature Conservancy (TNC), ONG ambientalista por trás da costura do pacto pelo desmatamento ilegal zero.
O passivo ambiental do título do artigo está claramente presente, embora não apareça ninguém para tentar mensurá-lo. É interessante que sua existência para o município de São Félix poderá ser revertida com as medidas que estão sendo tomadas.
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