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15 agosto 2013

O Câmbio e a Petrobras

A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse nesta segunda-feira (12/08) o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.

O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.

A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de R$ 5 bilhões no lucro de R$ 6,2 bilhões.

"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.

Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de R$ 600 milhões para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.

"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano."

Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr."

Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverá ter valor definido por percentual de 3% do patrimônio líquido.

Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.

Alavancagem

A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35% a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.

"Mesmo ultrapassando os limites de 35% de dívida líquida, duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.

A alavancagem ficou em 34% ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.

A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.


Impacto cambial da Petrobras pode ser diluido em 7 anos - Brasil Econômico - Por Sabrina Lorenzi, Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount/ Reuters - 12/08/13 16:37

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