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05 agosto 2013

História da Contabilidade Instituto Brasileiro de Contadores Fiscaes

A década de 1910 foi bastante importante para contabilidade brasileira. Três eventos importantes ocorreram naquele período: a criação da Revista Brasileira de Contabilidade, a adoção das partidas dobradas na contabilidade pública e a criação das primeiras entidades profissionais atuantes no Brasil.

Com respeito ao último aspecto, a primeira das entidades a congregar profissionais que trabalhavam na área coube ao Instituto Brasileiro de Contadores Fiscaes, conforme grafia da época. No primeiro manifesto indicava que a iniciativa tentava reproduzir associações similares de outros países (1):

Por iniciativa de um grupo distinto de contadores (2) e professores de ciências comerciais, será, brevemente, fundado nesta capital (3), à semelhança do ‘Chartered Accountants’ da Inglaterra, um Instituto especialmente destinado ao estudo das questões que se relacionam com os interesses particulares ou coletivos, envolvidos nas empresas mercantis.

A sociedade, além de advogar a utilidade moral e imaterial da corporação, será o centro do estudo das disciplinas relativas à fiscalização das diversas instituições comerciais, criando, nesta conformidade, uma eficaz assistência de que muito depende a natural segurança dessas instituições.

O Instituto vai trazer, pois, conveniente e nova elucidação ao problema da fiscalização imposto pela lei das sociedades anônimas, problema que será esclarecido e cujas aplicações se desenvolverão, naturalmente, ao amparo do respeito e do consenso públicos.”


A seguir listam os fundadores do instituto, que inclui Horacio Berlink, da Escola de Comercio Alvares Penteado, Carlos de Carvalho, chefe da contabilidade do Tesouro do Estado, e Francisco D´Auria. A primeira sede do Instituto ficava na Escola de Comercio Alvares Penteado, tendo sido eleito o Conselho e a Comissão fiscal no dia 5 de fevereiro de 1916 (4). Horário Berlink foi eleito seu presidente (5). Após a data de sua constituição, diversos profissionais foram incorporados ao Instituto, inclusive o senador João Lyra (6). O Instituto, nos seus primeiros anos, promoveu prêmios para melhores alunos (7).

Num texto do jornal O Paiz (8) fica claro que o Instituto foi precursor do Ibracon:

Os membros desta sociedade, que devem ser contadores de reconhecida capacidade, exercerão as funções de síndicos, liquidatários e assistentes dos conselhos fiscais das sociedades anônimas e, especialmente a de verificadores de balanços e contas.

Mais adiante:

Os sócios classificam-se em duas categorias: auditores e aspirantes, sendo que só os primeiros são elegíveis para o conselho.

(1) Conforme publicado O Estado de S Paulo, 15 de novembro de 1915. Existe uma controvérsia quanto ao nome, já que o jornal O Paiz indicava Instituto Brazileiro de Contadores Fiscaes, na sua edição 11488, p 6, 21 de março de 1916.
(2) Observe que usou-se aqui o termo contadores
(3) Cidade de São Paulo.
(4) O Estado de S. Paulo, 4 de fevereiro de 1916, p. 12.
(5) Conforme convite para assembleia geral em 1919 publicado em O Estado de S. Paulo, 10 de dezembro de 1919, p. 10.
(6) Correio Paulistano, 25 de novembro de 1919, p. 5.
(7) Idem. Vide também Correio Paulistano, 23 de dezembro de 1919, p. 1.
(8) O Paiz 21 de março de 1916, p. 6

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