No ensino superior, em processos de aquisição, cada aluno vale algo em torno de seis mil reais. Este valor foi obtido dividindo o valor de aquisição de faculdades particulares pelo número de alunos existentes. Como estas operações geralmente são feitas por empresas de capital aberto, o número representa um valor bastante adequado e justo do valor de uma faculdade.
Uma notícia de ontem mostrou que:
A Abril Educação anunciou nesta quinta-feira (4/7) a compra do Centro Educacional Sigma, em Brasília, por R$ 130 milhões, que serão pagos em até cinco anos.
De acordo com o comunicado, a empresa passará a atender, diretamente, mais de 5,1 mil alunos, desde a educação infantil até o ensino médio. (Brasil Econômico, Abril Educação adquire o Centro Educacional Sigma)
Dividindo o valor pago pelo número de alunos tem-se um valor de cada aluno de 25 mil reais aproximadamente. Este valor é maior que o valor do ensino superior. Uma das razões é que a mensalidade média desta escola está em torno de R$1.400. Isto provavelmente é bem maior que a mensalidade das faculdades. Mas corresponde a quatro vezes o valor?
Uma possível explicação é a inadimplência, que poderia ser menor no ensino médio e fundamental. Mas talvez não seja ainda suficiente para justificar o preço elevado pago pela Abril Educação. Outra justificativa seria o mercado atendido, localizado numa região de elevada renda per capita. Mas isto também já estaria expresso no valor da mensalidade, conforme comentado anteriormente.
A existência de “sinergias”, onde o material produzido pela empresa poderia obter um mercado, como os livros editados pela Abril Educação, pode ajudar a entender. Finalmente, a existência de interessados na aquisição pode ter produzido um leilão.
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Outro ponto: a educação básica dura mais tempo que o ensino superior (considerando que o superior dura 4 anos).
ResponderExcluirComo conheço relativamente bem a educação básica (já trabalhei em colégio), sei também que "faz" parte da cultura da família matricular seus filhos na mesma instituição. Então um aluno na educação básica deveria mesmo valer mais do que um aluno na educação superior, uma vez que a probabilidade de seus irmãos, primos etc serem matriculados na mesma instituição no futuro é alta. Isso não acontece com tanta chance na educação superior, pois os cursos são específicos.
O diretor da Abril educação afirmou que "os colégios têm uma margem operacional de 30% e servem como referência acadêmica para vendermos os sistemas de ensino". Uma das estratégias da cia é criar apostilas com a marca de colégios de boa reputação acadêmica. Isso foi feito com o Colégio p.H., conhecido pelo alto índice de aprovação nos vestibulares do Rio e que ganhou um sistema de ensino próprio. Existe a intenção de se fazer um trabalho semelhante com o Sigma, cujo índice de aprovação na UnB é de 83%. Os sistemas de ensino têm ainda como atrativo suas margens que ultrapassam os 30%
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