Já discutimos em postagem anterior que a contabilidade pública brasileira no início do século XX era atrasada. Nesta postagem vamos destacar um aspecto positivo e um aspecto negativo.
A figura abaixo apresenta a prestação de contas do município de São Paulo para o ano de 1905 (1). Este balancete foi publicado ainda em janeiro (naquela época não existiam calculadoras e computadores).
Logo após aparece um fluxo de caixa sintético:
Apesar de ser somente valores de entradas e saídas, o “balancete da Caixa” mostra os valores em dinheiro e em títulos. A figura abaixo detalha a obtenção das receitas:
Os impostos são evidenciados pelo valor orçado, arrecadada e a diferença. A principal receita da prefeitura era imposto de industrias e profissões. Além das informações acima era evidenciado a discriminação da despesa ordinária da prefeitura, as despesas extraordinárias, um quadro comparativo da receita de 1903 a 1905 e os empréstimos.
Com uma grande vantagem: é muito mais compreensível do que é divulgado hoje.
O aspecto negativo: apesar das aparências e das tentativas de reformas (2), existia uma grande desorganização na contabilidade pública. E isto era inclusive notícia internacional (3):
Em sua edição de hoje, o Times reproduz uma publicação do jornal Frankfurter Zeitung, no qual se fazem irônicos commentarios à organização do serviço de contabilidade e arrecadações de valores do Thesouro no Brasil, onde se têm dado desfalques o desvios de dinheiro. O artigo em questão alude ainda a irregularidades havidas no Thesouro e ao desaparecimento de pedras preciosas pertencentes á corôa imperial
(1) Correio Paulistano, 20 de janeiro de 1906, p. 3-4.
(2) Estado de S Paulo, 29 de setembro de 1907, p. 2, por exemplo, mostra uma série de mudanças no Thesouro Federal
(3) Correio Paulistano, 8 de março de 1906, p. 2, ed. 15.285. Grafia da época.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário