O jornal Valor Econômico traz um perfil de um funcionário do Tesouro Nacional (Marcus Aucélio, o 'alquimista' do Tesouro, Edna Simão, 28/05/2013). O tom é elogioso, mas o texto mostra que sua principal função no governo é garantir o cumprimento das metas do governo, a qualquer custo:
Foi a criatividade desse grupo comandado por Aucélio que permitiu ao governo alcançar a meta fiscal fixada para 2012, mesmo sem ter de fato ocorrido uma redução de gastos ou um aumento de receitas.
Ele tem sido o operador ideal para que Arno possa atender às demandas da presidente. Enquanto o ex-secretário-executivo do ministério, Nelson Barbosa, defendia que não haveria problemas se o governo não atingisse a meta num ano de crise e baixo crescimento, como 2012, Arno sustentou, junto à Dilma, de quem é amigo desde os tempos de Porto Alegre, que era possível cumprir a meta. Mesmo quando ninguém mais, dentro e fora do governo, acreditava, Arno prosseguiu no discurso fiscalista até que, no dia 29 de dezembro, admitiu que não dava. Era preciso fazer algo para não cair na ilegalidade. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) determina que a União compense, com um superávit maior, a frustração da meta que caberia aos Estados e municípios.
Para superar o problema colocado às vésperas do feriado de fim de ano, foi elaborado todo um malabarismo financeiro que envolveu antecipação de pagamento de dividendos de empresas estatais federais, principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal, e capitalizações por meio de troca de ações entre as empresas públicas, sem contar o uso dos recursos do Fundo Soberano do Brasil.
29 maio 2013
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