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01 abril 2013

Resumo: O Mundo é Plano II

Por Isabel Sales

Força nº 7.
Cadeia de Fornecimento
Comendo sushi no Arkansas
            Esse seção fala principalmente sobre o exemplo do Wal-Mart, que se tornou a maior rede de varejo do mundo. Todo seu sistema é eletrônico, desde a célula elétrica que lê o código de barra (futuramente trocado por chips, que já estão sendo implantados) das caixas dos produtos, braços elétricos separam o material de acordo com o destinatário, até o momento em que o cliente retira o produto da prateleira, mandando um sinal para que o fornecedor fabrique outro daquele item e o envie pela cadeia de fornecimento. O diferencial é o fato de serem mais espertos e mais rápidos na adoção de novas tecnologias do que todos os seus concorrentes.
            A experiência da cadeia foi compartilhada com os japoneses. Masao Kiuchi, principal executivo da loja japonesa Seiyu, conheceu o Wal-Mart em Dallas e ficou impressionado. Tentou aplicar as mesmas características em sua loja, com base em fotos tiradas em sua visita, mas seus colegas não se animaram. Por fim procurou o pessoal da cadeia e firmou uma pareceria em 31 de dezembro de 2003. o Wal-Mart comprou uma parte da Seiyu em troca de ensinar-lhes sua inigualável fórmula de colaboração: o uso de uma cadeia de fornecimento global para proporcionar aos consumidores os melhores produtos, pelos menores preços. A estratégia teve que ser adaptada apenas ao departamento de vendas de peixe cru, tradição japonesa.
            “Não há de ser nada. Se esperarmos só um pouquinho, tenho certeza de que, num futuro não muito distante, ainda veremos sushi no Wal-Mart”.
  
Força nº 8.
Internalização
O que é que aqueles caras de bermudão marrom andam fazendo
            Internalização (insourcing) é uma nova forma de colaboração e criação horizontal de valor dentro da própria empresa. Empresas como a UPS (United Parcel Service), entregadora de pacotes, investem em logística. Hoje possuem até departamentos de assistência técnica para eletrônicos e de criação de embalagens para seus fornecedores. Essa transformação ocorreu em conseqüência da busca pela qualidade da imagem da empresa. Se a embalagem estragasse ou a entrega de uma televisão que foi para o conserto atrasasse, a UPS era a culpada por seus clientes e não as outras empresas envolvidas no processo. Foram implantados processos de logística e rastreamento de última geração. Executivos da empresa oferecem palestras buscando otimizar os sistemas de seus clientes de forma a entrarem em harmonia com os padrões da UPS.
         “A UPS está desenvolvendo plataformas para que qualquer empresa possa se globalizar ou multiplicar a eficiência de sua cadeia de fornecimento global. É um setor de atuação inédito, mas a UPS está convencida de que as possibilidades são quase ilimitadas”.
  
Força nº 9.
In-formação
Google, Yahoo!, MSN Web Search
            Nunca antes, na história do mundo, tanta gente – por conta própria- teve a possibilidade de encontrar tantas informações sobre tantas coisas e sobre tantas outras pessoas.
            O Google facilita o acesso a todos os conhecimentos do mundo em todos os idiomas. Informações antigamente restritas, ou adquiridas com dificuldades, hoje estão disponíveis facilmente.
            Os buscadores se enquadram no conceito de colaboração pela “in-formação” - o equivalente individual ao código aberto, à terceirização, à internalização, à cadeia de fornecimento e ao offshoring. In-formar consiste na possibilidade de construir e estruturar sua cadeia de fornecimento pessoal, de informação, conhecimentos e entretenimento. É uma espécie de autocolaboração: você se torna seu próprio pesquisador, editor e selecionador de entretenimento, gerindo-se e delegando tarefas a si próprio, sem precisar recorrer a bibliotecas, cinemas ou redes de televisão, trata-se de buscar conhecimento, procurar pessoas e comunidades de mentalidade semelhante. A fantástica popularidade do Google, que levou o Yahoo! E a Microsoft (representado pelo novo MSN Search) a também fazerem das buscas em profundidade e da in-formação recursos de destaque em seus respectivos sites, mostra o quanto as pessoas estão famintas por esse tipo de colaboração.
            O capítulo exemplifica as possibilidades desses sites, como a investigação da vida das pessoas (um futuro colega de quarto, um recém conhecido), a facilidade para encontrar CEPs e endereços, além de restaurantes perto de casa. Fala também da aquisição da Keyhole pelo Google que se transformou no Google Earth.
  
Força nº 10.
Esteróides
Digital, móvel, pessoal e virtual
            Carly Fiorina, ex-principal executiva da HP, costumava dizer que a tecnologia será realizada de modo “digital, móvel, virtual e pessoal”. Por “digital” quer dizer que graças às revoluções do PC, Windows, Netscape e fluxo de trabalho, todos os conteúdos e processos analógicos estão sendo digitalizados, o que permitirá que sejam moldados, manipulados e transmitidos pelo computador, pela Internet, via satélite ou por cabos de fibra óptica. “Virtual” significa que esse processo de moldar, manipular e transmitir o conteúdo assim digitalizado pode se dar a altíssima velocidade e muito facilmente, de modo que não será preciso sequer parar para pensar a respeito – graças a todas as auto-estradas, protocolos e padrões digitais subjacentes já instalados. “Móvel” refere-se ao fato de que, graças à tecnologia sem fio, tudo isso pode ser feito de qualquer lugar, com qualquer um, por meio de qualquer dispositivo, e pode ser levado para toda parte. Por fim, é “pessoal” porque pode ser feito por você, no seu próprio aparelho.
            Aqui fala-se da facilidade de compartilhamento de arquivos como o realizado pelo programa Napster (fechado por determinação judicial, em virtude de violação de direitos autorais, e só pode retornar em 2003), dos telefones via Internet (VoIP) como o Skype e das futuras possibilidades tecnológicas como a aposentadoria dos fios.


Capítulo Três: A Tripla Convergência

Por volta do ano 2000, todas as dez forças começaram a convergir, interagindo de maneira a gerar um novo campo global, mais nivelado. À medida que este se consolidava, pessoas físicas e jurídicas começaram a adotar novos hábitos, habilidades e processos, a fim de explorar ao máximo as novas possibilidades. Assim, os modos de criação de valor até então vigentes, eminentemente verticais, foram sendo pouco a pouco substituídos por outros, mais horizontais. O encontro desse novo campo para operação com as novas formas de atuação constituiu a segunda convergência, que na verdade ajudou a achatar a Terra mais ainda. Por fim, enquanto acontecia todo esse nivelamento, entrou no jogo um novo grupo de pessoas – bilhões delas, na verdade, oriundas da China, Índia e antigo Império Soviético – e, graças ao novo plano e suas novas ferramentas, muitas delas logo tiveram condições de entrar no jogo da colaboração e concorrência direta com os demais. Foi a terceira convergência.

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