O Brasil adotará o padrão contábil internacional de forma gradual [1], em um processo de médio a longo prazo, disse nesta segunda-feira (15) o presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, em discurso para a IFRS (International Financial Reporting Standards) Conference, em São Paulo.
Tombini afirmou que, entre as atribuições do BC, está a de assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente --e é nesse contexto que as normas contábeis são importantes-- e a adoção dos padrões internacionais pode reduzir os custos de captação das instituições financeiras no exterior.
Ele disse, no entanto, que é preciso absorver as mudanças necessária de maneira "paulatina e responsável" [2]. "Como regulador do sistema financeiro, o Banco Central do Brasil deve pensar no equilíbrio entre transparência e estabilidade do sistema [3], de modo que todos os impactos sejam meticulosamente analisados anteriormente à introdução de uma nova norma."
Para o presidente da autoridade monetária, "o processo de alinhamento do Cosif [Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional] à norma internacional tende a ser um processo de médio a longo prazo" [4].
Ele destacou a participação do Brasil nas discussões das principais questões contábeis propostas pela Iasb e disse que o BC tem avaliado "com interesse" [5] uma minuta recém-editada que propõe alterações nos padrões para o reconhecimento de provisão para perdas em instrumentos financeiros.
"Esse assunto é de grande interesse de todos os reguladores prudenciais, pois afeta uma parcela considerável dos ativos dos bancos. O modelo atual, baseado nas perdas incorridas, não proporciona provisões em volumes suficientes e de forma tempestiva, o que ficou conhecido internacionalmente no jargão 'too little, too late'", disse Tombini.
Fonte: Folha de S Paulo
[1] Esta frase é relevante. Mostra que ainda não adotamos as normas internacionais de contabilidade plenamente, como creem alguns.
[2] Ou seja, adotar as IFRS é agir de maneira irresponsável? Ele está dizendo que o Banco Central age com cautela quando o assunto é a convergência. Mas e os outros setores?
[3] Mais uma vez Tombini deixa dúvida sobre a qualidade das IFRS. Talvez as críticas recebidas na Inglaterra e EUA com respeito as IFRS tenham aumentado a cautela do Banco Central.
[4] Isto não é bem verdadeiro. O alinhamento já foi feito em outros setores. Qual a razão para o excesso de conservadorismo do Banco Central? Medo?
[5] Novamente cautela excessiva.
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