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29 abril 2013

História da Contabilidade no século XIX

Em 1818, dez anos após a chegada da família real ao Brasil, um jornal (1) anunciava a possibilidade de adquirir o Guia dos Negociantes, e de Guarda-livros ou o Novo Tratado sobre os livros de contas em partidas dobradas. Ou, por uma quantia menor (2), o Guarda-livros moderno, em dois volumes.

Sabe-se que já existiam pessoas com conhecimentos sobre o método das partidas dobradas no Brasil. Este profissional era disputado anunciava-se no jornal (3):
Precisa-se de hum caixeiro para Escriptorio de hum casa Portugueza, que tenha, além de morigerado comportamento, alguma practica de escripturação por partidas dobradas; aquelle que se achar em circumstancias de poder occupar este lugar, na Loja da Gazeta se dirá quem o precisa.
O linguajar do anúncio mostra que a pessoa estava procurando alguém bem-educado (morigerado, do texto), com conhecimento no método das partidas dobradas. O profissional era denominado de “caixeiro”.

Sobre a utilização de termo para o profissional responsável pela contabilidade, em 1844 aparece o termo Contador num regulamento (4) aprovado em Minas Gerais

Ao Contador, que é o Chefe da Contadoria, compete, debaixo da direção do Inspector, regular na sua Repartição o trabalho de escripturação, e contabilidade das Rendas, e Despesas Provinciaes, tendo por base o que a tal respeito se dispõe este Regulamento
É importante destacar que apesar da demanda pelo profissional, o curso onde se ensinava contabilidade não era o mais procurado daquele momento. Num relatório (5) com o controle do número de alunos que frequentava cada uma das aulas existiam 8 alunos frequentando a aula de contabilidade comercial, enquanto 64 frequentavam os ensinamentos de desenho, 36 de aritmética e álgebra e 26 de música.

(1) Idade d´Ouro, 1818, edição 66, p. 4
(2) Idade d´Ouro, 1818, edição 103, p. 6
(3) Idade d´Ouro, 1819, edição 10, p. 4. Itálico do original
(4) Livro da Lei Mineira, 1844, edição 1, p. 2.
(5) Relatorio dos trabalhos do Conselho Interino do Governo, 1853, ed. 1, p. 214.

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