Documentos reunidos pelo empresário Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda (1917-1986), um dos dois donos da companhia aérea Panair do Brasil, indicam que a falência da empresa, decretada em 1965, resultou de perseguição do governo militar (1964-1985). Os alvos eram Celso e seu sócio Mario Wallace Simonsen, ligados a Juscelino Kubitschek, presidente da República de 1956 a 1961 e posteriormente opositor da ditadura instalada após o golpe militar que derrubou o presidente constitucional, João Goulart, chefe de Estado de 1961 a 1964.
Quando a empresa pediu concordata, o governo instituiu um decreto que impedia empresas aéreas de usar esse instrumento legal. Foi então decretada a falência da Panair. Depois, quando a empresa conseguiu pagar seus credores e, por lei, poderia voltar a operar, o governo criou novo decreto impedindo empresa aérea que houvesse falido de retomar os voos. Relatórios do governo indicam que a Panair não era insolvente e operava sem irregularidades. (...)
A Panair era a maior companhia aérea brasileira, com 5.000 funcionários, quando teve suas licenças de voo cassadas pelo governo militar, em 10 de fevereiro de 1965, sem nenhum aviso prévio. As rotas foram distribuídas às demais companhias, principalmente à Varig. Cinco dias depois, foi decretada a falência da Panair, sob o argumento de que a empresa estava em grave situação econômica e isso representaria risco à segurança dos voos. Essa situação nunca foi comprovada.
Fonte: Aqui. Foto Aqui
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