Uma projeção feita pela BDO, empresa de auditoria e consultoria especializada em análises econômicas, financeiras e mercadológicas, aponta que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil vai render para a Fifa a maior arrecadação de sua história: nada menos do que US$ 5 bilhões entrarão nos cofres da entidade (cerca de R$ 10 bilhões).
O valor é 36% superior em comparação ao montante obtido com o Mundial da África do Sul (US$ 3.655 bilhões), em 2010, e 110% maior do que o arrecadado na Copa de 2006, na Alemanha, que rendeu US$ 2.345 bilhões. A maior parte do dinheiro vem dos direitos de transmissão pela tevê, seguido pelo marketing gerado em torno do evento. (...)
O Mundial de 1990, na Itália, rendeu para a Fifa US$ 57 milhões em receitas com direitos de tevê e, após oito anos, a entidade arrecadou US$ 138 milhões na França. Depois, em 2002, Coreia e Japão sediaram o evento que proporcionou à entidade um crescimento de 466% nas receitas - US$ 782 milhões foram pagos por emissoras que transmitiram o torneio no Oriente.
Análise da BDO feita em cima de balanços da Fifa aponta que a entidade apresentou receita total de US$ 1,07 bilhão em 2011, evolução de 86% em comparação ao ano de 2003. O lucro líquido acumulado entre 2007 e 2010 foi de US$ 631 milhões, sendo que a Copa da África foi responsável por 90% desse montante.
“O mercado ‘Copa do Mundo’ cresce em velocidade rápida a cada edição do evento. E a tendência é de seguir em alta para os próximos da Rússia e do Catar, países com poder econômico muito forte”, diz Pedro. “Não estamos tratando apenas da transmissão de um jogo de futebol. É diferente. Um mundial representa uma luta feroz pelos direitos de transmissão. A emissora que transmite esse evento vence a concorrência, torna-se a melhor. Ela paga uma fortuna por esses direitos, mas vai arrecadar muito com publicidade e terá lucro”, exemplifica o executivo.
O aumento da arrecadação da Fifa a cada mundial também reflete nas premiações dadas às seleções. Em 2002, a CBF embolsou US$ 7,59 milhões após a seleção vencer a Alemanha na decisão. A Itália, campeã do mundo em 2006, recebeu US$ 19,3 milhões e a Espanha, que conquistou sua primeira estrela em 2010, na África do Sul, ganhou US$ 30 milhões. Para 2014, a Fifa já anunciou que o campeão levará ao seu país US$ 40 milhões.
Se para a Fifa a organização de um mundial rende lucro exorbitante, para os países-sede receberem o evento é interessante tanto na parte financeira quanto no legado [1]. “O que muda é a forma como os países tratam do assunto. Isso é questionável, o Mundial em si, não”, diz Pedro. “A previsão é de que a Copa impacte em até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional”, afirma o analista. Em termos de comparação, em 2012 o crescimento do PIB do País ficou em 0,9%.
[1] Há muitas dúvidas quanto a isto.
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