Nas contas do Banco Central, o rombo no Cruzeiro do Sul em setembro do ano passado, quando a instituição foi liquidada, era de R$ 2,2 bilhões. Desse valor, R$ 1,934 bilhão - ou seja, quase 88% do patrimônio a descoberto apontado pela auditoria do BC - foi alvo de desvios supostamente praticados pelos ex-controladores Luis Felippe Indio da Costa e Luis Octavio Indio da Costa, com o auxílio de outras 15 pessoas. Essa é a conta feita pelo Ministério Público Federal, que em 7 de janeiro denunciou à Justiça Federal de São Paulo 17 pessoas, entre eles os dois ex-banqueiros, oito integrantes da diretoria do banco e sete "laranjas" - terceiros utilizados para sangrar o patrimônio do banco por meio de operações financeiras fraudulentas. (...)
Segundo a acusação feita em um dos processos que tramita na Justiça, foram quatro as formas até agora descobertas para que os ex-controladores, diretores e funcionários desviassem dinheiro do banco. A primeira delas envolve fraudes em empréstimos consignados, cuja soma dos valores subtraídos alcançaria R$ 1,249 bilhão. A acusação também aponta contratos de prestação de serviços falsos, nos quais os valores pagos pelo banco voltavam ao seu caixa, em uma contabilidade paralela, e eram sacados em espécie pelos seus diretores; e a manipulação da cotação das ações do banco na bolsa de valores, feita com a simulação de operações de compra e venda dos papéis por intermediários, o que teria levado o banco a um prejuízo de R$ 285,19 milhões.
A fraude de maior complexidade apontada pelo MPF, no entanto, é a que envolve dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs) - o BCSul Verax Cinco Platinum e o BCSul Verax Equity 1, administrados pela corretora Cruzeiro do Sul DTVM, cujo único proprietário era o banco dos Indio da Costa.
MPF aponta desvio de R$ 1,9 bilhão no Cruzeiro do Sul - 7 de Fevereiro de 2013 - Valor Econômico
Cristine Prestes | De São Paulo
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