Na orelha do livro “O valor de nada”, de Raj Patel (Editora
Zahar, 2010), indica que o livro tenta responder a seguinte questão: por que as
coisas custam o que custam? Isto realmente atiça a curiosidade do leitor, que
pode tentar vencer as 240 páginas do livro para ter uma resposta para a pergunta.
Entretanto, a obra decepciona por dois motivos. O primeiro é
a falta de uma estrutura na exposição das ideias. Os assuntos são jogados, um
após outro, sem uma construção lógica. Num mesmo tópico, vários aspectos são
tratados, com pouca profundidade.
O segundo problema da obra é a qualidade de certas obras que
são usadas para apoiar os argumentos. O autor, usando uma técnica muito comum
em obras modernas, colocou as referências e notas no final do livro. Mas quando
o leitor que verificar uma afirmação baseada numa “pesquisa” ou “relatório” de
uma agência, ele encontra citações incompletas ou que não correspondem ao que
foi afirmado no texto. Em certo trecho, o autor cita uma conhecida agência de
fomento, mas as notas do final estão indicando outra fonte. Assim, o livro
perde credibilidade.
Para Patel, o sistema capitalista pune a sociedade, já que
não leva em conta no preço dos produtos as externalidades. Assim, o sanduíche
que comemos num fast-food deveria ter um preço muito superior ao que é cobrado
se for levado em consideração o impacto ambiental, os efeitos sobre a
distribuição de renda, entre outros fatores. Para reforçar seu argumento, Patel
solta um número mágico, exagerado para ajudar na sua lógica, de pesquisas
questionáveis.
Vale a pena? Não. A metralhadora de Patel atira em todos os
cantos, sem conseguir atingir nenhum alvo.
Evidenciação: Este blogueiro
adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem
pelas partes interessadas.
Parabéns pelo aumento da fonte da evidenciação. (rsrs)
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