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28 janeiro 2013

Petrobrás

O texto a seguir, publicado no O Globo, seria interessante... Entretanto, a imprecisão nos termos torna realmente difícil o seu entendimento:

Planos audaciosos de investimento, projetos com custos subestimados e falta de reajuste nos preços de combustíveis minaram o caixa da Petrobras. Com isso, a companhia tem gasto sistematicamente bem mais do que consegue gerar de receitas o que, segundo analistas [1], põe em dúvida a sustentabilidade de suas contas a longo prazo. Entre 2009 e 2012, o rombo no caixa [2] da estatal pode ter acumulado US$ 54 bilhões, pelas projeções mais recentes, uma média de US$ 13,5 bilhões por ano de déficit [3]. Especialistas acreditam que, se continuar nessa trajetória, a empresa precisará fazer nova capitalização — em 2010, a Petrobras fez um aumento recorde de capital de R$ 120,2 bilhões o equivalente a US$ 69,9 bilhões na ocasião.

Com o caixa enfraquecido, a companhia está chegando no limite de sua capacidade de endividamento, já que os investimentos não estão dando resultados, alertam os especialistas. Até setembro, as dívidas somam R$ 133,9 bilhões, valor que é 2,5 vezes a sua geração de caixa.— Hoje, a Petrobras está gerando cerca de US$ 30 bilhões [4] e gastando US$ 42 bilhões (projeção para o resultado fechado de 2012). Vai ter que se escolher entre reajustar os preços dos combustíveis ou aumentar seu endividamento. Ou desacelerar o plano de investimentos — afirmou Emerson Leite, chefe da área de análise de ações do Credit Suisse First Boston.

Por e-mail, a Petrobras afirma que investir mais do que a capacidade de geração de caixa [5] faz sentido em períodos nos quais grandes oportunidades justificam esses investimentos, como o pré-sal. Além disso, segundo a empresa, esses investimentos são viabilizados pela captação de recursos externos.

Especialistas afirmam, porém, que esse descasamento tem ocorrido de forma sistemática e que a empresa está colhendo, hoje, o resultado de erros de gestão no passado.

— O desalinhamento entre caixa e investimentos [6] é normal por curtos períodos. É um ciclo que tem um fim. A questão na Petrobras é que esses investimentos ainda não deram retorno, pois houve queda na produção — diz Luiz Francisco Caetano, da corretora Planner.

Defasagem gera perdas de R$ 20,9 bilhões

A queda na produção, num momento em que o consumo de combustíveis cresceu no país, provocou um forte aumento nas importações de gasolina e diesel. O caixa da empresa ainda é afetado pela diferença entre o preço dos combustíveis (gasolina e diesel) no mercado doméstico e internacional. Segundo cálculos feitos por Caetano, a Petrobras deixou de arrecadar [7] R$ 20,9 bilhões entre janeiro e setembro de 2012.

— Esse valor representa 35% da geração de caixa estimada para 2012 e 16% de sua dívida líquida (no terceiro trimestre). As preocupações com o endividamento seriam apagadas se os preços tivessem alinhados com o cenário internacional. A companhia vai encerrar o ano de 2012 no limite de seu endividamento.

Caetano lembra que a relação entre dívida e patrimônio líquido da empresa hoje é de 28%. Se esta relação superar 35%, a empresa pode perder a chancela de investment grade. Para Leite, do Credit Suisse, com a estatal chegando ao seu limite de endividamento, ela poderá ser levada a fazer uma nova capitalização em breve.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão, o primeiro resultado negativo desde 1999. Analistas avaliam que a empresa adotou metas de investimento muito elevados a partir de 2009. O Plano de Negócios 2009/13 previa investimentos de US$ 174,4 bilhões, valor 55% maior em relação que os US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012.

Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o problema não foi fixar metas ambiciosas, mas sim a gestão dessas metas. Para ele, a estatal perdeu sua capacidade de gerar mais caixa com as falhas na gestão, principalmente na área de exploração, desviando-se do foco, que é a produção, e com o subsídio dado aos combustíveis:

— Não dá para se enrolar na bandeira do Brasil. Subsidiar gasolina é típico de países perdulários e menos desenvolvidos. A Petrobras está subsidiando a gasolina, deixando de investir onde precisa.


Gastos da Petrobras superaram em US$ 54 bi sua geração de receitas nos últimos 4 anos
RAMONA ORDOÑEZ & BRUNO ROSA

[1] O texto começa relacionando "gasto" com "receita". O primeiro, seria típico da DFC; o segundo, da DRE.
[2] Aqui é sobre o balanço. Ou seria DFC?
[3] Já usa o termo déficit. Trata-se do quê, afinal? 
[4] Gerando o quê? Como logo a seguir usa o termo "gasto", seria "recebimento"? 
[5] Aqui parece ser a relação entre o fluxo de caixa de investimento e o fluxo de caixa das atividades operacionais. 
[6] Deve ser entre fluxo de caixa das operações e fluxo de investimento. Deve ser...
[7] este termo geralmente é usado para a Receita Federal. Mesmo assim, arrecadar está mais próximo de Receita. 

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