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11 janeiro 2013

Conselho de Administração e Desempenho


Em geral temos a visão de que uma empresa funciona graças aos esforços do seu presidente. Este ser humano traduz uma imagem de uma pessoa extremamente inteligente, que conduz, de maneira acertada, a empresa para o sucesso. Bill Gates, Ford, Gates e Setubal são alguns dos melhores exemplos deste executivo. Os livros e revistas de negócios tendem a valorizar esta figura, criando uma imagem de alguém infalível.

Já o Conselho de Administração de uma empresa é geralmente deixado de lado. Ou quando aparece, quase sempre é no sentido de atrapalhar a visão do gestor ou para simplesmente referendar suas decisões. Quem se lembra do nome de alguém que fez parte de um Conselho de Administração?

Na empresa moderna, este Conselho tende a ganhar cada vez mais importância. Mas será que existe um vínculo entre o Conselho e o que ocorre com a empresa? Responder esta pergunta é muito difícil, da mesma forma que é difícil comprovar, realmente, que o sucesso de um executivo se deu em razão da sua sorte ou da sua qualidade como gestor. Esta dificuldade geralmente não impede que os pesquisadores busquem estabelecer uma relação entre o desempenho de uma empresa e seu Conselho.

Uma pesquisa realizada com algumas empresas brasileiras descobriu que existe um vinculo entre o desempenho e a composição do Conselho. Dois doutorandos pesquisaram uma série de informações que as empresas fornecem para o regulador do mercado de capitais no Brasil, a CVM. O foco foi verificar as características das pessoas que participam dos conselhos das empresas. Isto incluiu idade, escolaridade e sexo. Em geral este órgão das empresas brasileiras é composto por homens (96% dos casos), com idade média de 53 anos e 17 anos de escolaridade.

O resultado obtido mostra que as empresas com conselhos diversificados, incluindo a presença de mulheres, apresentaram desempenho superior as outras empresas. Isto é interessante, pois montar um conselho com pessoas com características próximas poderia resultar, a princípio, num órgão mais homogêneo em termos de opinião.

Para ler mais:
FRAGA, João Batista; SILVA, Vinicius A. Brunassi. Diversidade no conselho de administração e desempenho da empresa. BBR, p. 58-80, 2012. 

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