O plano do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de criar uma gigante do leite enfrenta sérios problemas. O Valor apurou que o banco estatal deve fazer uma baixa contábil da ordem de R$ 700 milhões relativa à operação da LBR - Lácteos Brasil em seu próximo balanço, a ser divulgado até março. Na prática, o BNDES assume que o investimento feito em 2011 para criar a LBR dificilmente será recuperado. Procurada, a instituição não comentou a informação.(...)
Como um dos principais acionistas da Bom Gosto, o BNDES patrocinou a criação da LBR com um aporte de R$ 700 milhões em 27 de janeiro de 2011. Do montante investido pelo banco, R$ 450 milhões entraram no caixa da LBR via aumento de capital e outros R$ 250 milhões com a subscrição de debêntures conversíveis. O banco estatal detém uma fatia de 30,28% no capital da empresa por meio de seu braço de participações, o BNDESPar. [1]
(...) Mas os planos da LBR fizeram água em pouco tempo. Com dificuldades para capturar as sinergias esperadas [2] com a fusão e um emaranhado de 16 marcas, sendo 12 delas apenas de leite longa vida (UHT), a companhia pôs em curso uma estratégia que já levou à suspensão de pelo menos cinco marcas e ao fechamento de 11 fábricas até dezembro, segundo fontes familiarizadas com a empresa. [3] (...)
Em 2011, ano de sua criação, a LBR registrou um resultado desastroso. Conforme balanço publicado no Diário Oficial do Estado de Goiás em 20 de abril do ano passado, a empresa amargou um prejuízo líquido (atribuído aos acionistas [4]) de R$ 305,5 milhões. No período, a receita líquida da LBR atingiu R$ 2,2 bilhões. (...)
Em crise, LBR deve gerar baixa contábil no balanço do BNDES - 17 de Janeiro de 2013 - Valor Econômico - Luiz Henrique Mendes e Janice Kiss
[1] É dinheiro público.
[2] Esta palavra é tão perigosa e sempre pronunciada no momento da operação.
[3] Observe duas consequências ruins da ação do BNDES: concentração do mercado e demissão de funcionários das fábricas fechadas. E aparentemente isto não foi feito para melhorar a eficiência do setor.
[4] Não entendi este trecho.
18 janeiro 2013
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