É interessante quanto a economia influencia o desempenho das empresas. Mas os balanços podem representar a boa ou má notícia sobre o desempenho da economia. Eis um texto sobre isto:
O início da temporada de balanços do quarto trimestre nos Estados Unidos trará sinalizações do desempenho das empresas também aqui no Brasil. A primeira empresa a dar o pontapé inicial será a Alcoa, com estimativa de lucro por ação de US$ 0,06, contra prejuízo de US$ 0,03 por ação no mesmo período do ano passado.
A empresa ligada ao setor de siderurgia e metalurgia já poderá influenciar a avaliação sobre o mercado brasileiro, uma vez que mostrará se o quanto a demanda mundial por alumínio está aquecida.
Na visão de João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, os setores de petróleo e mineração nos Estados Unidos estarão no foco dos investidores.
Por outro lado, o setor bancário, dessa vez, não deverá chamar a atenção. "O momento de incerteza no sistema financeiro mundial já passou, o que causa certo otimismo com os resultados".
O analista recorda que, durante o ano de 2012, a economia americana produziu indicadores econômicos positivos, com melhora consistente, mas o lucro das companhias não acompanhou, e os balanços do segundo e do terceiro trimestres se mostraram piores do que o esperado.
Por outro lado, o otimismo fica por conta do cenário do mercado de trabalho. "Os dados recentes de desemprego foram surpreendentes, assim como a confiança do consumidor e isso pode mostrar uma economia mais fortalecida, assim como os resultados corporativos."
Vale e Petrobras
Internamente, os balanços da mineradora Vale e da petrolífera Petrobras são os mais aguardados pelos investidores.
A Vale informou em dezembro aderiu à nova legislação do estado de Minas Gerais sobre o ICMS, o que permitirá o término de processos e evitará novas autuações, mas que terá impacto contábil negativo de R$ 528 milhões no quarto trimestre. Os mercados esperam para ver o quanto este valor irá prejudicar a companhia.
Além disso, a melhora na economia chinesa, projetando um crescimento contínuo e saudável, apontado nos últimos indicadores, também está no foco dos investidores, que poderão medir se este crescimento, impulsionado pela demanda interna, será capaz de gerar ganhos à mineradora.
No caso da Petrobras, a grande expectativa fica exatamente por conta das projeções frustradas nos dois últimos trimestres, após registrar prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre e lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no terceiro trimestre, abaixo dos R$ 7,7 bilhões esperados pelos analistas.
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