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08 dezembro 2012

Valor Contábil e valor ...

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o valor contábil reconhecido no balanço da Cesp para a hidrelétrica Três Irmãos não serve como parâmetro para o pagamento de indenização pelo governo federal. "Esse valor do balanço não pode ser usado para a indenização, porque estão incluídas aí todas as ineficiências do processo de construção"(...)

Tolmasquim explicou que a usina Três Irmãos levou 19 anos para ser construída pela Cesp e, por conta disso, comparou a implantação da hidrelétrica com a construção de uma igreja, cujas obras começam e param diversas vezes. "Quando se para uma obra, fica-se pagando juros sobre juros", argumentou. O presidente da EPE, porém, disse que a ineficiência no processo não é culpa da Cesp. "Às vezes, as ineficiências não são culpa da empresa. Às vezes, a culpa é dos diversos governos que passaram", contemporizou. A hidrelétrica Três Irmãos, que faz parte do Complexo Ilha Solteira, entrou em operação comercial no ano de 1993.

Para que a Cesp renovasse a concessão de Três Irmãos, o governo propôs uma indenização de R$ 1,7 bilhão, enquanto que o valor registrado no balanço da Cesp é de R$ 3,5 bilhões. [1] (...)

Segundo Tolmasquim, esse valor é muito superior ao custo de instalação das hidrelétricas mais recentes que estão em construção no País [2]. Como exemplo, o presidente da EPE afirmou que o custo do kW instalado em Belo Monte é de R$ 2,2 mil, enquanto que em Jirau é de R$ 3,8 mil e em Teles Pires, R$ 2,1 mil.

Valor contábil de Três Irmãos não vale para indenização - Por Wellington Bahneman e Luciana Collet

[1] Durante a implantação das normas internacionais era possível ajustar o valor contábil, através do deemed cost. Aparentemente o governo não se atentou para isto. A discussão poderia ter sido resolvida antes.
[2] Isto é custo corrente.

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