Uma das características da contabilidade moderna é a busca
pela padronização. A questão das normas contábeis, os exames profissionais e a
construção de currículo mínimo para os estudantes são exemplos que comprovam isto.
Apesar desta relevância, não se sabe qual o nível ótimo para
a padronização. Conhecemos um pouco as vantagens e desvantagens do processo,
mas não sabemos o “momento de parar” ou o “ponto ótimo”. Impor padrão pode
trazer uniformidade: podemos comparar os balanços de mais de uma empresa ou os
balanços da mesma empresa no tempo. O lado negativo é que geralmente a
padronização inibe a inovação.
Paul Madsen, da Universidade da Flórida, discutiu na sua
dissertação esta questão sob uma ótica bastante original: a profissão. Quando
analisamos a padronização nos diferentes tipos de ocupações existentes
percebemos que padrões correspondem a ferramentas desenvolvidas para melhorar
as vantagens competitivas de cada profissão. As ocupações que dão mais
importância aos padrões geralmente conseguem estabelecer regras mais complexas.
A figura a seguir mostra a relação entre importância dos padrões e sua
complexidade.
Pode-se perceber que quanto maior a complexidade dos
padrões, mais relevante ele se torna. Destacado, na figura, o papel de três
ocupações relacionadas com a contabilidade (bookkepers, accountants e
auditors).
Outra figura aparece no trabalho de Madsen: a quantidade de
palavras produzidas ao longo do tempo.
Neste sentido, a criação do APB, na década de sessenta, e do
Fasb, na década de setenta, representa uma quebra de tendência. O advento após
estas entidades representa um aumento no número de regras para a profissão. O gráfico sugere que a contabilidade é cada
vez mais padronizada. Bom para a uniformidade; ruim para a inovação.
Para ler mais: MADSEN, Paul. How Standardized is Accounting? The Accounting Review. Vol. 86, n. 5,2011.
NIYAMA, Jorge; SILVA, CÉSAR. Os usuários e a padronização
contábil in Teoria da Contabilidade. São
Paulo: Atlas, 2011.
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