30 novembro 2012
IFRS e a Crise nos Bancos Britânicos
A possibilidade de que normas internacionais de contabilidade estivessem associadas a crise financeira já tinha sido considerada anteriormente. Artigo do The Telegraph (At last the Bank is tackling the regulatory fiasco of Britain's accounting system, Louise Armitstead, 29 de nov 2012) é bastante pesado em afirmar que o problema no sistema financeira britânico foi causado por estas normas.
O resultado da adoção das normas internacionais na Grã-Bretanha, a partir de 2005, deixou como resultado empréstimos ruins, lucros superestimados, pagamentos de bônus acima do necessário. Isto foi identificado por Sir Mervyn King, do Bank of England e Chairman do Monetary Policy Committee.
Mas a acusação é antiga. Tim Bush, um veterano da City londrina, alerta sobre os perigos das IFRS há tempos. Para Bush, o princípio da prudência - que deixou de existir na estrutura conceitual do Iasb - não tem sido aplicado. Em meados deste ano, o diretor de estabilidade financeira do Bank of England reconheceu que as normas contábeis eram falhas.
Apesar dos esforços do Iasb e Fasb em consertarem as normas, Sir Mervyn afirma que o progresso é muito lento. Os problemas trazem uma falta de segurança dos investidores no sistema bancário. É o fiasco da contabilidade, como admite Armitstead.
Há dois dias King afirmou aos deputados da Financial Policy Committee que os balanços dos bancos britânicos não expressão a "representação fiel", segundo informou Armitstead (Mervyn King to challenge bank accounting that fails to show true level of risk, The Telegraph, 27 nov 2012)
O resultado da adoção das normas internacionais na Grã-Bretanha, a partir de 2005, deixou como resultado empréstimos ruins, lucros superestimados, pagamentos de bônus acima do necessário. Isto foi identificado por Sir Mervyn King, do Bank of England e Chairman do Monetary Policy Committee.
Mas a acusação é antiga. Tim Bush, um veterano da City londrina, alerta sobre os perigos das IFRS há tempos. Para Bush, o princípio da prudência - que deixou de existir na estrutura conceitual do Iasb - não tem sido aplicado. Em meados deste ano, o diretor de estabilidade financeira do Bank of England reconheceu que as normas contábeis eram falhas.
Apesar dos esforços do Iasb e Fasb em consertarem as normas, Sir Mervyn afirma que o progresso é muito lento. Os problemas trazem uma falta de segurança dos investidores no sistema bancário. É o fiasco da contabilidade, como admite Armitstead.
Há dois dias King afirmou aos deputados da Financial Policy Committee que os balanços dos bancos britânicos não expressão a "representação fiel", segundo informou Armitstead (Mervyn King to challenge bank accounting that fails to show true level of risk, The Telegraph, 27 nov 2012)
HP
Um texto de Floyd Norris, do The New York Times (A Clash Of Auditors In H.P. Deal And Loss, 29 de nov de 2012) discute o papel dos auditores no problema da HP.
Norris lembra que as big four estão, de uma forma ou de outra, envolvidas na questão:
1) a Autonomy, empresa britânica que foi adquirida pela HP e motivou a baixa contábil de 8 bilhões de dólares, era auditada pela Deloitte inglesa.
2) a HP é auditada pela Ernst & Young, que no passado deu parecer nos investimentos feitos na empresa britânica.
3) a HP contratou a KPMG para realizar a due diligence no processo de aquisição da Autonomy e que não apontou nenhum problema na contabilidade. (Mas aparentemente a empresa KPMG nega este papel)
4) com a denúncia de problemas na Autonomy, a PwC foi contratada para fazer uma investigação, que resultou na baixa contábil.
Além disto, algumas das empresas prestaram também serviço de consultoria. A empresa inglesa pagou para Deloitte serviço de consultoria.
Um complicador, segundo Norris, é que as normas contábeis dos Estados Unidos são mais específicas quanto a contabilização de receita, enquanto as IFRS são mais gerais. Isto tem relação com a tentativa de convergência das normas sobre reconhecimento de receitas, que ainda não está pronta.
Observando o comportamento das grandes empresas de auditoria fica claro que somente a PwC deve se salvar da confusão.
Norris lembra que as big four estão, de uma forma ou de outra, envolvidas na questão:
1) a Autonomy, empresa britânica que foi adquirida pela HP e motivou a baixa contábil de 8 bilhões de dólares, era auditada pela Deloitte inglesa.
2) a HP é auditada pela Ernst & Young, que no passado deu parecer nos investimentos feitos na empresa britânica.
3) a HP contratou a KPMG para realizar a due diligence no processo de aquisição da Autonomy e que não apontou nenhum problema na contabilidade. (Mas aparentemente a empresa KPMG nega este papel)
4) com a denúncia de problemas na Autonomy, a PwC foi contratada para fazer uma investigação, que resultou na baixa contábil.
Além disto, algumas das empresas prestaram também serviço de consultoria. A empresa inglesa pagou para Deloitte serviço de consultoria.
Um complicador, segundo Norris, é que as normas contábeis dos Estados Unidos são mais específicas quanto a contabilização de receita, enquanto as IFRS são mais gerais. Isto tem relação com a tentativa de convergência das normas sobre reconhecimento de receitas, que ainda não está pronta.
Observando o comportamento das grandes empresas de auditoria fica claro que somente a PwC deve se salvar da confusão.
Relevância da Auditoria
Pesquisa realizada pela PwC e divulgada com exclusividade ao Valor no Brasil mostrou que, a despeito de eventuais questionamentos e dos casos de fraudes que vez por outra aparecem, os investidores ainda valorizam bastante o trabalho do auditor externo. Entre 104 investidores e analistas ouvidos, 67% discordaram da afirmativa que não faria diferença saber se um balanço era auditado ou não, dado que o próprio investidor faria sua própria avaliação dos dados. (...)
Opinião do auditor segue relevante, diz PwC - Valor Econômico - 29 de nov de 2012
Apesar do texto ter uma posição favorável ao parecer do auditor ("segue relevante") o percentual de 67% indica que 1/3 dos entrevistados não discordam (ou não opinaram) sobre um balanço com auditoria ou não.
Opinião do auditor segue relevante, diz PwC - Valor Econômico - 29 de nov de 2012
Apesar do texto ter uma posição favorável ao parecer do auditor ("segue relevante") o percentual de 67% indica que 1/3 dos entrevistados não discordam (ou não opinaram) sobre um balanço com auditoria ou não.
Republicações
A seguir um texto do Valor Econômico. Veja que o autor faz uma defesa apaixonada das IFRS (só apresenta o lado positivo) e defende os problemas das normas e o papel do auditor:
A figura equilibrada do balanço patrimonial, que se manifesta por meio da igualdade obrigatória entre a soma de ativos de um lado e passivos a patrimônio do outro, cria a ilusão para muitos de que a contabilidade é uma ciência exata. Mas ela nunca foi. E está ainda mais longe de vir a ser.
Agora que o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade, os agentes de mercado que lidam com demonstrações financeiras terão que se acostumar com o aumento da frequência de discussões sobre práticas e critérios contábeis - e também com reapresentações de balanços. "Ninguém mais tem a palavra final", afirma Sergio Romani, sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco. [1]
Isso ocorre tanto porque o arcabouço regulatório [2] é uma novidade para todos, que ainda estão se adaptando aos conceitos, mas também pelo fato de o IFRS ser baseado em princípios [3], e não em regras específicas e detalhadas.
Seja pelo pouco tempo de prática, ou mesmo por questões culturais, contadores e auditores brasileiros ainda estão dando os primeiros passos na arte de fazer julgamentos sobre métodos contábeis. [4]
Essa possibilidade de interpretações e conclusões diferentes sobre eventos econômicos semelhantes torna mais difícil a vida de preparadores, auditores, investidores e reguladores.
Não por acaso, estão mais comuns os casos de reapresentação de balanços, de ajustes prospectivos relevantes por mudanças de estimativas e de reclassificação retroativa de contas, no momento em que a empresa apresenta números de um novo exercício. [5]
A lista de empresas de capital aberto que tiveram que fazer alterações nos balanços nos últimos anos é grande. Por erros em estimativas, diversas empresas do setor imobiliário tiveram que ajustar seus balanços, com destaque para Gafisa, PDG e Brookfield. Em outros tantos casos, o motivo teve relação com a interpretação e aplicação dos princípios do IFRS, como ocorreu com BrasilAgro, Energisa, Inepar, Lojas Americanas, Marfrig, Minerva, Rossi, Sabesp e Telebras, para citar alguns casos.
As reapresentações podem ocorrer tanto de forma espontânea como por determinação da Comissão de Valores Mobiliários.
As estimativas, imprecisas por natureza, sempre fizeram parte da contabilidade, como na provisão para perdas com inadimplência ou na constituição de reservas contra eventuais derrotas em processos judiciais. [6] Segundo o Aulete, uma estimativa é uma "avaliação prospectiva de algo, que se faz com base nos dados disponíveis no presente".
Assim, os dados que as empresas apresentam na demonstração de resultados não podem ser confundidos com a realidade perfeita e objetiva das coisas. Eles são apenas uma aproximação. A melhor possível [7], na visão da companhia.
Nem mesmo o auditor externo, contratado para dar um parecer sobre o balanço, assegura que as informações ali divulgadas são 100% reais e verdadeiras. Eles dizem, no máximo, que a empresa seguiu as regras contábeis e que os dados "representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a situação patrimonial da empresa" naquela data. E sempre confiando na boa fé dos administradores da empresa, esses sim responsáveis pelas informações apresentadas. [8]
Investidores podem se sentir desconfortáveis com essa aparente falta de segurança. Mas é assim que as coisas funcionam hoje em todos os mercados desenvolvidos.
Numa adaptação do velho ditado, se não é perfeito com os auditores, seria muito pior sem eles. [9]
Mas se sempre houve espaço para discussões sobre práticas contábeis, é inegável que as dúvidas aumentaram desde que o Brasil adotou, em 2010, o padrão contábil IFRS, usado em mais de cem países pelo mundo, incluindo todos da União Europeia.
Alguns críticos do IFRS [10] dizem que esse é um dos pontos fracos deste padrão contábil, na medida em que ele abre espaço para que uma mesma regra seja interpretada de forma diferente em países distintos ou mesmo entre empresas do mesmo setor, no mesmo país.
Essa difusão de práticas constou como um dos alertas no extenso relatório preparado pela Securities and Exchange Commission (SEC), elaborado dentro do processo de decisão do órgão regulador americano sobre a adoção ou não do IFRS nos Estados Unidos, que ainda está pendente de uma definição. [11]
Mesmo para os defensores do IFRS, essa diversidade na aplicação das regras será resolvida apenas em parte. Algumas interpretações divergentes devem desaparecer com o tempo, conforme as empresas se acostumem com as regras e o mercado crie referências de melhores práticas para seguir.
Outro conjunto de diferenças seria permanente, e se justificaria exatamente pelas peculiaridades de uma empresa, ou da visão da administração sobre o modelo de negócios. [12]
No comentário que fez para o anuário feito pela Fipecafi e pela Ernst & Young sobre o segundo ano do IFRS no Brasil, o professor de contabilidade Eliseu Martins diz que o padrão internacional é "mais informativo", por convergir mais com o resultado econômico das empresas. Como cada companhia funciona de uma forma, ele diz que "uma das consequências desse tipo de mudança é o surgimento de diferenças entre métodos de mensuração adotados por parte das empresas".
Com base nos dados do documento, de 328 páginas analisando a aplicação de cada norma contábil, ele cita diferenças nos métodos e taxas de depreciação e também no critério para registro de ganhos e perdas atuariais.
Richard Sexton, sócio líder global de auditoria da PwC, admite que um dos grandes desafios que a contabilidade é enfrentar a obsessão do mercado por um único número, que é o lucro por ação.
Para ele, entretanto, é perfeitamente razoável que contadores cheguem diferentes pontos dentro de um intervalo aceitável. "O que não significa que um está errado e outro certo", afirma, destacando, entretanto, que é preciso que haja transparência sobre o que foi feito.
Até mesmo por considerar que existe esse intervalo, Sexton fala com cautela em relação às reapresentações de balanços. "A republicação pode ser positiva para se corrigir um erro. Mas [em número excessivo] também podem reduzir a confiança do mercado", afirma.
Ele cita os casos dos ganhos e perdas atuariais com fundos de pensão, cujos cálculos dependem de inúmeras premissas assumidas pela administração. Para Sexton, não adianta querer exagerar na precisão dos cálculos, porque isso não seria útil para ninguém.
Como já disse uma vez o professor Martins, o IFRS permite que a empresa mostre sua cara.
Segundo Ana María Elorrieta, ex-presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e sócia da PwC, isso exigirá também do público leitor. "O investidor tem que ser mais sofisticado para usar a informação na tomada de decisão".
Investidores terão que se acostumar com republicações - 29 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres
[1] É uma forma de dizer que ninguém é responsável pelos números da contabilidade.
[2] Arcabouço contábil seria melhor
[3] Isto é algo questionável na literatura mais crítica sobre o assunto.
[4] O julgamento contábil existe desde os primórdios da contabilidade
[5] É difícil fazer uma relação de causa e efeito entre a adoção das normas e reapresentação.
[6] Aqui é uma contradição do item [4]: a questão do julgamento sempre existiu.
[7] Ficou dúbio se "a melhor possível" refere-se a qualidade dos dados ou o fato da visão do desempenho por parte da empresa.
[8] Esta é uma boa discussão. O texto tira a responsabilidade do auditor. Mas existem pessoas que acreditam que os auditores são responsáveis (ou co-responsáveis). Outro aspecto é que o texto não considera que o contador também seja responsável: somente o administrador.
[9] O texto assume claramente uma posição. Deixa de lado inclusive propostas radicais, como esta, apresenta aqui no blog, que defende a auditoria opcional, como existia anteriormente na contabilidade.
[10] Quem?
[11] A posição contrária é apresentada de forma superficial em dois parágrafos.
[12] Isto sempre irá existir; não é exclusividade das IFRS
A figura equilibrada do balanço patrimonial, que se manifesta por meio da igualdade obrigatória entre a soma de ativos de um lado e passivos a patrimônio do outro, cria a ilusão para muitos de que a contabilidade é uma ciência exata. Mas ela nunca foi. E está ainda mais longe de vir a ser.
Agora que o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade, os agentes de mercado que lidam com demonstrações financeiras terão que se acostumar com o aumento da frequência de discussões sobre práticas e critérios contábeis - e também com reapresentações de balanços. "Ninguém mais tem a palavra final", afirma Sergio Romani, sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco. [1]
Isso ocorre tanto porque o arcabouço regulatório [2] é uma novidade para todos, que ainda estão se adaptando aos conceitos, mas também pelo fato de o IFRS ser baseado em princípios [3], e não em regras específicas e detalhadas.
Seja pelo pouco tempo de prática, ou mesmo por questões culturais, contadores e auditores brasileiros ainda estão dando os primeiros passos na arte de fazer julgamentos sobre métodos contábeis. [4]
Essa possibilidade de interpretações e conclusões diferentes sobre eventos econômicos semelhantes torna mais difícil a vida de preparadores, auditores, investidores e reguladores.
Não por acaso, estão mais comuns os casos de reapresentação de balanços, de ajustes prospectivos relevantes por mudanças de estimativas e de reclassificação retroativa de contas, no momento em que a empresa apresenta números de um novo exercício. [5]
A lista de empresas de capital aberto que tiveram que fazer alterações nos balanços nos últimos anos é grande. Por erros em estimativas, diversas empresas do setor imobiliário tiveram que ajustar seus balanços, com destaque para Gafisa, PDG e Brookfield. Em outros tantos casos, o motivo teve relação com a interpretação e aplicação dos princípios do IFRS, como ocorreu com BrasilAgro, Energisa, Inepar, Lojas Americanas, Marfrig, Minerva, Rossi, Sabesp e Telebras, para citar alguns casos.
As reapresentações podem ocorrer tanto de forma espontânea como por determinação da Comissão de Valores Mobiliários.
As estimativas, imprecisas por natureza, sempre fizeram parte da contabilidade, como na provisão para perdas com inadimplência ou na constituição de reservas contra eventuais derrotas em processos judiciais. [6] Segundo o Aulete, uma estimativa é uma "avaliação prospectiva de algo, que se faz com base nos dados disponíveis no presente".
Assim, os dados que as empresas apresentam na demonstração de resultados não podem ser confundidos com a realidade perfeita e objetiva das coisas. Eles são apenas uma aproximação. A melhor possível [7], na visão da companhia.
Nem mesmo o auditor externo, contratado para dar um parecer sobre o balanço, assegura que as informações ali divulgadas são 100% reais e verdadeiras. Eles dizem, no máximo, que a empresa seguiu as regras contábeis e que os dados "representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a situação patrimonial da empresa" naquela data. E sempre confiando na boa fé dos administradores da empresa, esses sim responsáveis pelas informações apresentadas. [8]
Investidores podem se sentir desconfortáveis com essa aparente falta de segurança. Mas é assim que as coisas funcionam hoje em todos os mercados desenvolvidos.
Numa adaptação do velho ditado, se não é perfeito com os auditores, seria muito pior sem eles. [9]
Mas se sempre houve espaço para discussões sobre práticas contábeis, é inegável que as dúvidas aumentaram desde que o Brasil adotou, em 2010, o padrão contábil IFRS, usado em mais de cem países pelo mundo, incluindo todos da União Europeia.
Alguns críticos do IFRS [10] dizem que esse é um dos pontos fracos deste padrão contábil, na medida em que ele abre espaço para que uma mesma regra seja interpretada de forma diferente em países distintos ou mesmo entre empresas do mesmo setor, no mesmo país.
Essa difusão de práticas constou como um dos alertas no extenso relatório preparado pela Securities and Exchange Commission (SEC), elaborado dentro do processo de decisão do órgão regulador americano sobre a adoção ou não do IFRS nos Estados Unidos, que ainda está pendente de uma definição. [11]
Mesmo para os defensores do IFRS, essa diversidade na aplicação das regras será resolvida apenas em parte. Algumas interpretações divergentes devem desaparecer com o tempo, conforme as empresas se acostumem com as regras e o mercado crie referências de melhores práticas para seguir.
Outro conjunto de diferenças seria permanente, e se justificaria exatamente pelas peculiaridades de uma empresa, ou da visão da administração sobre o modelo de negócios. [12]
No comentário que fez para o anuário feito pela Fipecafi e pela Ernst & Young sobre o segundo ano do IFRS no Brasil, o professor de contabilidade Eliseu Martins diz que o padrão internacional é "mais informativo", por convergir mais com o resultado econômico das empresas. Como cada companhia funciona de uma forma, ele diz que "uma das consequências desse tipo de mudança é o surgimento de diferenças entre métodos de mensuração adotados por parte das empresas".
Com base nos dados do documento, de 328 páginas analisando a aplicação de cada norma contábil, ele cita diferenças nos métodos e taxas de depreciação e também no critério para registro de ganhos e perdas atuariais.
Richard Sexton, sócio líder global de auditoria da PwC, admite que um dos grandes desafios que a contabilidade é enfrentar a obsessão do mercado por um único número, que é o lucro por ação.
Para ele, entretanto, é perfeitamente razoável que contadores cheguem diferentes pontos dentro de um intervalo aceitável. "O que não significa que um está errado e outro certo", afirma, destacando, entretanto, que é preciso que haja transparência sobre o que foi feito.
Até mesmo por considerar que existe esse intervalo, Sexton fala com cautela em relação às reapresentações de balanços. "A republicação pode ser positiva para se corrigir um erro. Mas [em número excessivo] também podem reduzir a confiança do mercado", afirma.
Ele cita os casos dos ganhos e perdas atuariais com fundos de pensão, cujos cálculos dependem de inúmeras premissas assumidas pela administração. Para Sexton, não adianta querer exagerar na precisão dos cálculos, porque isso não seria útil para ninguém.
Como já disse uma vez o professor Martins, o IFRS permite que a empresa mostre sua cara.
Segundo Ana María Elorrieta, ex-presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e sócia da PwC, isso exigirá também do público leitor. "O investidor tem que ser mais sofisticado para usar a informação na tomada de decisão".
Investidores terão que se acostumar com republicações - 29 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres
[1] É uma forma de dizer que ninguém é responsável pelos números da contabilidade.
[2] Arcabouço contábil seria melhor
[3] Isto é algo questionável na literatura mais crítica sobre o assunto.
[4] O julgamento contábil existe desde os primórdios da contabilidade
[5] É difícil fazer uma relação de causa e efeito entre a adoção das normas e reapresentação.
[6] Aqui é uma contradição do item [4]: a questão do julgamento sempre existiu.
[7] Ficou dúbio se "a melhor possível" refere-se a qualidade dos dados ou o fato da visão do desempenho por parte da empresa.
[8] Esta é uma boa discussão. O texto tira a responsabilidade do auditor. Mas existem pessoas que acreditam que os auditores são responsáveis (ou co-responsáveis). Outro aspecto é que o texto não considera que o contador também seja responsável: somente o administrador.
[9] O texto assume claramente uma posição. Deixa de lado inclusive propostas radicais, como esta, apresenta aqui no blog, que defende a auditoria opcional, como existia anteriormente na contabilidade.
[10] Quem?
[11] A posição contrária é apresentada de forma superficial em dois parágrafos.
[12] Isto sempre irá existir; não é exclusividade das IFRS
Meta Atuarial
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão ligado ao Ministério da Previdência Social, decidiu reduzir gradualmente a meta atuarial dos fundos de pensão, dos atuais 6 por cento, para 4,5 por cento ao ano até 2018.
A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá um corte de 0,25 ponto percentual. A meta atuarial consiste no rendimento real (descontada a inflação medida pelo IPCA), necessário para que o fundo consiga pagar seu beneficiários ao longo do tempo.
"A decisão reflete o cenário atual de juros mais baixos da economia brasileira", informou o ministério, em comunicado.
Aluisio Alves - Meta atuarial dos fundos de pensão cairá a 4,5% em 2018 - 29 de Novembro de 2012 - Reuters Brasil
Isto resolve os problemas do passivo atuarial de algumas empresas.
A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá um corte de 0,25 ponto percentual. A meta atuarial consiste no rendimento real (descontada a inflação medida pelo IPCA), necessário para que o fundo consiga pagar seu beneficiários ao longo do tempo.
"A decisão reflete o cenário atual de juros mais baixos da economia brasileira", informou o ministério, em comunicado.
Aluisio Alves - Meta atuarial dos fundos de pensão cairá a 4,5% em 2018 - 29 de Novembro de 2012 - Reuters Brasil
Isto resolve os problemas do passivo atuarial de algumas empresas.
Cientistas comportamentais na campanha de Obama
Late last year Matthew Barzun, an official with the Obama campaign, called Craig Fox, a psychologist in Los Angeles, and invited him to a political planning meeting in Chicago, according to two people who attended the session.
“He said, ‘Bring the whole group; let’s hear what you have to say,’ ” recalled Dr. Fox, a behavioral economist at the University of California, Los Angeles.
So began an effort by a team of social scientists to help their favored candidate in the 2012 presidential election. Some members of the team had consulted with the Obama campaign in the 2008 cycle, but the meeting in January signaled a different direction.
[...]Less well known is that the Obama campaign also had a panel of unpaid academic advisers. The group — which calls itself the “consortium of behavioral scientists,” or COBS — provided ideas on how to counter false rumors, like one that President Obama is a Muslim. It suggested how to characterize the Republican opponent, Mitt Romney, in advertisements. It also delivered research-based advice on how to mobilize voters.
“In the way it used research, this was a campaign like no other,” said Todd Rogers, a psychologist at Harvard’s Kennedy School of Government and a former director of the Analyst Institute. “It’s a big change for a culture that historically has relied on consultants, experts and gurulike intuition.”
When asked about the outside psychologists, the Obama campaign would neither confirm nor deny a relationship with them. “This campaign was built on the energy, enthusiasm and ingenuity of thousands of grass-roots supporters and our staff in the states and in Chicago,” said Adam Fetcher, a campaign spokesman. “Throughout the campaign we saw an outpouring of individuals across the country who lent a wide variety of ideas and input to our efforts to get the president re-elected.”
For their part, consortium members said they did nothing more than pass on research-based ideas, in e-mails and conference calls. They said they could talk only in general terms about the research, because they had signed nondisclosure agreements with the campaign.
In addition to Dr. Fox, the consortium included Susan T. Fiske of Princeton University;Samuel L. Popkin of the University of California, San Diego; Robert Cialdini, a professor emeritus at Arizona State University; Richard H. Thaler, a professor of behavioral science and economics at the University of Chicago’s business school; and Michael Morris, a psychologist at Columbia.
“A kind of dream team, in my opinion,” Dr. Fox said.
He said that the ideas the team proposed were “little things that can make a difference” in people’s behavior.
For example, Dr. Fiske’s research has shown that when deciding on a candidate, people generally focus on two elements: competence and warmth. “A candidate wants to make sure to score high on both dimensions,” Dr. Fiske said in an interview. “You can’t just run on the idea that everyone wants to have a beer with you; some people care a whole lot about competence.”
Mr. Romney was recognized as a competent businessman, polling found. But he was often portrayed in opposition ads as distant, unable to relate to the problems of ordinary people.
When it comes to countering rumors, psychologists have found that the best strategy is not to deny the charge (“I am not a flip-flopper”) but to affirm a competing notion. “The denial works in the short term; but in the long term people remember only the association, like ‘Obama and Muslim,’ ” said Dr. Fox, of the persistent false rumor.
The president’s team affirmed that he is a Christian.
At least some of the consortium’s proposals seemed to have found their way into daily operations. Campaign volunteers who knocked on doors last week in swing states like Pennsylvania, Ohio and Nevada did not merely remind people to vote and arrange for rides to the polls. Rather, they worked from a script, using subtle motivational techniques that research has shown can prompt people to take action.
“We used the scripts more as a guide,” said Sarah Weinstein, 18, a Columbia freshman who traveled with a group to Cleveland the weekend before the election. “The actual language we used was invested in the individual person.”
Simply identifying a person as a voter, as many volunteers did — “Mr. Jones, we know you have voted in the past” — acts as a subtle prompt to future voting, said Dr. Cialdini, a foundational figure in the science of persuasion. “People want to be congruent with what they have committed to in the past, especially if that commitment is public,” he said.
Many volunteers also asked would-be voters if they would sign an informal commitment to vote, a card with the president’s picture on it. This small, voluntary agreement amplifies the likelihood that the person will follow through, research has found.
In a now classic experiment, a pair of Stanford psychologists asked people if they would display in a home window a small card proclaiming the importance of safe driving. Those who agreed to this small favor were later much more likely to agree to a much larger favor, to post a large “Drive Carefully” sign on their lawn — “something no one would agree to do otherwise,” Dr. Cialdini said.
Obama volunteers also asked people if they had a plan to vote and if not, to make one, specifying a time, according to Stephen Shaw, a retired cancer researcher who knocked on doors in Nevada and Virginia in the days before the election. “One thing we’d say is that we know that when people have a plan, voting goes more smoothly,” he said.
Recent research has shown that making even a simple plan increases the likelihood that a person will follow through, Dr. Rogers, of Harvard, said.
Another technique some volunteers said they used was to inform supporters that others in their neighborhood were planning to vote. Again, recent research shows that this kind of message is much more likely to prompt people to vote than traditional campaign literature that emphasizes the negative — that many neighbors did not vote and thus lost an opportunity to make a difference.
This kind of approach trades on a human instinct to conform to social norms, psychologists say. In another well-known experiment, Dr. Cialdini and two colleagues tested how effective different messages were in getting hotel guests to reuse towels. The message “the majority of guests reuse their towels” prompted a 29 percent increase in reuse, compared with the usual message about helping the environment. The message “the majority of guests in this room reuse their towels” resulted in a 41 percent increase, he said.
Fonte: Academic ‘Dream Team’ Helped Obama’s Effort - NYT-12/11/2012
Fonte: Academic ‘Dream Team’ Helped Obama’s Effort - NYT-12/11/2012
Tesouro X TCU
Em decisão aprovada no último dia 14, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o aumento de aportes do Tesouro Nacional para o BNDES, com o objetivo de financiar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tesouro repassa recursos ao BNDES — as chamadas subvenções econômicas —, mas não apresenta os cálculos dos subsídios embutidos nos repasses nem adota medidas de compensação para garantir o equilíbrio fiscal, o que representa “severa afronta ao objetivo principal da LRF”, diz o relatório aprovado pelo plenário do Tribunal.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/tcu-aumento-de-aportes-ao-bndes-fere-lei-de-responsabilidade-fiscal-6792970#ixzz2D9mKTUGs
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29 novembro 2012
Preconceito
Um anúncio da Irlanda oferecia um "laptop" para meninos com 50 funções. E para meninas, um com 25 funções, rosa.
Valor de Mercado e Valor Patrimonial
As três principais companhias de capital aberto controladas pelo governo federal - Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil - estão com valor de mercado abaixo de seus respectivos patrimônios líquidos registrados em 30 de setembro de 2012, todos influenciados diretamente e indiretamente por medidas de intervenção governamental na economia.
Apesar da maior alta no pregão da Bolsa da última sexta-feira (23), o valor de mercado da Eletrobras não se recuperou e fechou em R$ 9,25 bilhões, ante patrimônio líquido de R$ 79,586 bilhões, uma desvalorização de 88,37%.
A Petrobras, que perdeu o título de número 1 da Bolsa para a Ambev na semana passada, mostrava valor de mercado de R$ 254,9 bilhões, uma desvalorização de 25,56% em relação ao patrimônio líquido de R$ 342,45 bilhões.
Em situação melhor, o Banco do Brasil mostra desvalorização de 3,5% na comparação, com valor de mercado de R$ 61,606 bilhões contra patrimônio líquido de R$ 63,844 bilhões.
"O mercado acionário sabe o que faz. Se houve correções absurdas de preços nessas companhias, os investidores fazem contas toda hora, e isso será precificado novamente", diz o economista da Planner Corretora e vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos e Mercado de Capitais (Apimec-SP), Ricardo Tadeu Martins. (...)
Valor de mercado de estatais está abaixo do patrimonial - 26 de Novembro de 2012 - DCI
Apesar de tão criticado, o valor patrimonial ainda é útil como parâmetro. Neste caso, parâmetro mínimo esperado para o valor de mercado de uma empresa.
Apesar da maior alta no pregão da Bolsa da última sexta-feira (23), o valor de mercado da Eletrobras não se recuperou e fechou em R$ 9,25 bilhões, ante patrimônio líquido de R$ 79,586 bilhões, uma desvalorização de 88,37%.
A Petrobras, que perdeu o título de número 1 da Bolsa para a Ambev na semana passada, mostrava valor de mercado de R$ 254,9 bilhões, uma desvalorização de 25,56% em relação ao patrimônio líquido de R$ 342,45 bilhões.
Em situação melhor, o Banco do Brasil mostra desvalorização de 3,5% na comparação, com valor de mercado de R$ 61,606 bilhões contra patrimônio líquido de R$ 63,844 bilhões.
"O mercado acionário sabe o que faz. Se houve correções absurdas de preços nessas companhias, os investidores fazem contas toda hora, e isso será precificado novamente", diz o economista da Planner Corretora e vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos e Mercado de Capitais (Apimec-SP), Ricardo Tadeu Martins. (...)
Valor de mercado de estatais está abaixo do patrimonial - 26 de Novembro de 2012 - DCI
Apesar de tão criticado, o valor patrimonial ainda é útil como parâmetro. Neste caso, parâmetro mínimo esperado para o valor de mercado de uma empresa.
Elétricas
Uma das principais discussões em torno da renovação dos contratos de concessão de energia elétrica diz respeito à indenização das empresas pelos ativos não amortizados. Enquanto as principais empresas sujeitas à Medida Provisória 579 registravam no balanço a cifra aproximada de R$ 50 bilhões para esses ativos, o governo propôs indenizá-las com R$ 20 bilhões, o que pode provocar um rombo de R$ 30 bilhões nas contas das companhias.
Muitos agentes de mercado se questionam sobre o que justificaria uma diferença tão grande. Para a professora de contabilidade Marta Pelúcio, da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) não há dúvidas. "Estão jogando a contabilidade no lixo", reagiu ela, depois de analisar, a pedido do Valor, a nota técnica enviada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao Ministério de Minas e Energia como subsídio para o cálculo da depreciação acumulada dos ativos. (...)
Mas o fato é que a Aneel é a responsável pelo Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, usado pelas concessionárias ao longo dos últimos anos, e nunca questionou os balanços das empresas.
Agora, a agência e o MME estão, na prática, dizendo que aqueles ativos contabilizados, embora tenham sido constituídos dentro das regras, não vão gerar benefício econômico para as empresas, nem via indenização, nem por meio de tarifas.
Entre os argumentos para descartar a contabilidade para apurar a depreciação acumulada dos ativos, a Aneel cita que o dado divulgado no balanço "considera o perfil real de imobilização dos investimentos, ou seja, o tempo de execução ocorrido, sem uma análise de eficiência, o que é incompatível com a metodologia do Valor Novo de Reposição (VNR)".
A agência também diz que o registro contábil "reflete os investimentos feitos ao longo da vida do empreendimento, o que inclui reformas, melhorias, ampliações e modernizações, que afetam significativamente a depreciação acumulada".
A argumentação final da Aneel para rejeitar usar os registros das próprias empresas é que "seria necessário um tempo significativo para fiscalizar essas informações em todas as usinas".
Para a professora, isso não poderia ser usado como desculpa. "Dizem que não dá tempo de fazer o que é certo. Como se eles não soubessem que haveria o vencimento dessas concessões", destaca Marta. (...)
Aneel jogou balanço no lixo, diz especialista - 26 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres
Muitos agentes de mercado se questionam sobre o que justificaria uma diferença tão grande. Para a professora de contabilidade Marta Pelúcio, da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) não há dúvidas. "Estão jogando a contabilidade no lixo", reagiu ela, depois de analisar, a pedido do Valor, a nota técnica enviada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao Ministério de Minas e Energia como subsídio para o cálculo da depreciação acumulada dos ativos. (...)
Mas o fato é que a Aneel é a responsável pelo Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, usado pelas concessionárias ao longo dos últimos anos, e nunca questionou os balanços das empresas.
Agora, a agência e o MME estão, na prática, dizendo que aqueles ativos contabilizados, embora tenham sido constituídos dentro das regras, não vão gerar benefício econômico para as empresas, nem via indenização, nem por meio de tarifas.
Entre os argumentos para descartar a contabilidade para apurar a depreciação acumulada dos ativos, a Aneel cita que o dado divulgado no balanço "considera o perfil real de imobilização dos investimentos, ou seja, o tempo de execução ocorrido, sem uma análise de eficiência, o que é incompatível com a metodologia do Valor Novo de Reposição (VNR)".
A agência também diz que o registro contábil "reflete os investimentos feitos ao longo da vida do empreendimento, o que inclui reformas, melhorias, ampliações e modernizações, que afetam significativamente a depreciação acumulada".
A argumentação final da Aneel para rejeitar usar os registros das próprias empresas é que "seria necessário um tempo significativo para fiscalizar essas informações em todas as usinas".
Para a professora, isso não poderia ser usado como desculpa. "Dizem que não dá tempo de fazer o que é certo. Como se eles não soubessem que haveria o vencimento dessas concessões", destaca Marta. (...)
Aneel jogou balanço no lixo, diz especialista - 26 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres
Moody´s rebaixa HP
A agência de rating Moody´s decidiu rebaixar a nota de crédito de longo prazo da empresa HP, de A3 para Baa1. A nova nota representa somente três níveis acima do "junk".
É mais uma pressão para a HP, que depois de divulgar uma prejuízo em razão de uma baixa contábil. O conselho da empresa tem sido questionado pelas decisões recentes da empresa, incluindo a compra da empresa Autonomy, principal razão do prejuízo recente da empresa.
Além disto, a empresa está sendo acusada de vender equipamentos para Síria. Segundo a empresa, a operação deve ter sido realizada por revendedores ou distribuidores.
É mais uma pressão para a HP, que depois de divulgar uma prejuízo em razão de uma baixa contábil. O conselho da empresa tem sido questionado pelas decisões recentes da empresa, incluindo a compra da empresa Autonomy, principal razão do prejuízo recente da empresa.
Além disto, a empresa está sendo acusada de vender equipamentos para Síria. Segundo a empresa, a operação deve ter sido realizada por revendedores ou distribuidores.
Senado paga IR de Senadores
Eis uma notícia estranha: alguns senadores receberam salários (14o e 15o) nos últimos anos mas não tiveram recolhidos o imposto de renda devido. A Receita Federal está cobrando dos nossos representantes este imposto. Parece que os senadores não tem recursos para quitar a dívida. E apareceu a solução para o problema: o Senado irá pagar a despesa. Ou seja, nós iremos pagar.
O Senado vai gastar R$ 5 milhões para quitar a dívida de Imposto de Renda não recolhido sobre o 14º e 15º salários dos senadores nos últimos cinco anos. Pelos dados divulgados no final da noite desta terça-feira, mais da metade dos 81 senadores decidiram quitar com dinheiro público as parcelas do imposto cobrada pela Receita Federal.
Alguns senadores não aceitaram e irão pagar o valor devido. Outros não. Alguns deles:
Aníbal Diniz (PT), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Angela Portela (PT), Mozarildo Cavalcanti (PTB), Romero Jucá (PMDB), Fernando Collor (PTB), Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP), Pedro Simon (PMDB-RS), Paulo Paim (PT-RS), Delcídio do Amaral (PT-MS), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), João Vicente Claudino (PTB-PI), Magno Malta (PR-ES) e Francisco Dornelles (PP-RJ), entre outros.
Isto faz sentido? O governo quitar uma dívida pessoal com o dinheiro do contribuinte?
O Senado vai gastar R$ 5 milhões para quitar a dívida de Imposto de Renda não recolhido sobre o 14º e 15º salários dos senadores nos últimos cinco anos. Pelos dados divulgados no final da noite desta terça-feira, mais da metade dos 81 senadores decidiram quitar com dinheiro público as parcelas do imposto cobrada pela Receita Federal.
Alguns senadores não aceitaram e irão pagar o valor devido. Outros não. Alguns deles:
Aníbal Diniz (PT), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Angela Portela (PT), Mozarildo Cavalcanti (PTB), Romero Jucá (PMDB), Fernando Collor (PTB), Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP), Pedro Simon (PMDB-RS), Paulo Paim (PT-RS), Delcídio do Amaral (PT-MS), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), João Vicente Claudino (PTB-PI), Magno Malta (PR-ES) e Francisco Dornelles (PP-RJ), entre outros.
Isto faz sentido? O governo quitar uma dívida pessoal com o dinheiro do contribuinte?
Novos Cursos
A Capes aprovou a criação de mais dois cursos de pós-graduação em contábeis: mestrado pela UFU e doutorado da UFSC. (Via aqui)
Chaebols
O vídeo trata do poder dos Chaebols e das consequências desses grandes conglemerados industrias para a economia sul-coreana , em especial para os pequenos e médios empresários. Barry Eichengreen lançará , em breve, livro sobre o milagre econômico da Coreia do Sul: From Miracle to Maturity: The Growth of the Korean Economy
Surdez seletiva
Recentemente o banco UBS foi multado em 29,7 milhões de libras por falhas nos auditores internos. Um texto do Financial Times (Selective deafness of internal audit, 26 de Novembro de 2012, Jonathan Guthrie) afirma que o problema seria maior se as pessoas soubessem da existência deste profissional.
No caso do UBS, o problema ocorreu com o funcionário Kweku Adoboli. Para o regulador inglês, as falhas dos auditores internos permitiram a existência de Adoboli.
No caso do UBS, o problema ocorreu com o funcionário Kweku Adoboli. Para o regulador inglês, as falhas dos auditores internos permitiram a existência de Adoboli.
28 novembro 2012
Padronização e Contabilidade
Uma das características da contabilidade moderna é a busca
pela padronização. A questão das normas contábeis, os exames profissionais e a
construção de currículo mínimo para os estudantes são exemplos que comprovam isto.
Apesar desta relevância, não se sabe qual o nível ótimo para
a padronização. Conhecemos um pouco as vantagens e desvantagens do processo,
mas não sabemos o “momento de parar” ou o “ponto ótimo”. Impor padrão pode
trazer uniformidade: podemos comparar os balanços de mais de uma empresa ou os
balanços da mesma empresa no tempo. O lado negativo é que geralmente a
padronização inibe a inovação.
Paul Madsen, da Universidade da Flórida, discutiu na sua
dissertação esta questão sob uma ótica bastante original: a profissão. Quando
analisamos a padronização nos diferentes tipos de ocupações existentes
percebemos que padrões correspondem a ferramentas desenvolvidas para melhorar
as vantagens competitivas de cada profissão. As ocupações que dão mais
importância aos padrões geralmente conseguem estabelecer regras mais complexas.
A figura a seguir mostra a relação entre importância dos padrões e sua
complexidade.
Pode-se perceber que quanto maior a complexidade dos
padrões, mais relevante ele se torna. Destacado, na figura, o papel de três
ocupações relacionadas com a contabilidade (bookkepers, accountants e
auditors).
Outra figura aparece no trabalho de Madsen: a quantidade de
palavras produzidas ao longo do tempo.
Neste sentido, a criação do APB, na década de sessenta, e do
Fasb, na década de setenta, representa uma quebra de tendência. O advento após
estas entidades representa um aumento no número de regras para a profissão. O gráfico sugere que a contabilidade é cada
vez mais padronizada. Bom para a uniformidade; ruim para a inovação.
Para ler mais: MADSEN, Paul. How Standardized is Accounting? The Accounting Review. Vol. 86, n. 5,2011.
NIYAMA, Jorge; SILVA, CÉSAR. Os usuários e a padronização
contábil in Teoria da Contabilidade. São
Paulo: Atlas, 2011.
Padronização do Gabarito
O exame da Unesp ficou marcado pela padronização de suas respostas. Em todas a versões da prova, composta por 90 questões de múltipla escolha, a cada grupo de cinco questões as respostas seguiam um padrão específico.
Se um grupo tivesse como primeira resposta a alternativa D, por exemplo, as quatro questões seguintes teriam como alternativas corretas as letras C, E, B, A, respectivamente. O padrão talvez tenha ajudado aqueles que perceberam as sequências ao preencher o gabarito. (Um Exame atrás do outro. Carlos Lordelo e Cristiane Nascimento, Estado de S Paulo, 27 nov 2012, p. 27 EDU)
Uma possível justificativa seria tornar mais rápida a correção. Mas isto não é relevante, já que o computador que faz a correção. Um efeito é que tornou-se mais fácil o uso do insider information.
Se um grupo tivesse como primeira resposta a alternativa D, por exemplo, as quatro questões seguintes teriam como alternativas corretas as letras C, E, B, A, respectivamente. O padrão talvez tenha ajudado aqueles que perceberam as sequências ao preencher o gabarito. (Um Exame atrás do outro. Carlos Lordelo e Cristiane Nascimento, Estado de S Paulo, 27 nov 2012, p. 27 EDU)
Uma possível justificativa seria tornar mais rápida a correção. Mas isto não é relevante, já que o computador que faz a correção. Um efeito é que tornou-se mais fácil o uso do insider information.
Ainda HP
A HP anunciou uma grande baixa contábil em razão de problemas descobertos numa empresa recentemente adquirida. Consideramos, aqui neste blog, como o fato da semana.
O antigo controlador da Autonomy, a empresa adquirida, questionou, numa carta aberta para a HP, as acusações. Ele insiste que está sendo acusado injustamente e quer evidências dos problemas contábeis na sua ex-empresa. A HP respondeu indicando que não irá trazer este assunto a público, deixando por conta dos reguladores ingleses a investigação. A resposta da HP também foi pública.
Cresce a impressão de que a HP precisa, urgentemente, de um novo conselho de administração. Além disto, ficamos sabendo hoje que o contador da HP vendeu suas ações da empresa após a aquisição da Autonomy e antes que os problemas fossem de conhecimento público. E que a Autonomy pagou 2,7 milhões para Deloitte em 2010, sendo 1,5 milhão para auditoria.
O antigo controlador da Autonomy, a empresa adquirida, questionou, numa carta aberta para a HP, as acusações. Ele insiste que está sendo acusado injustamente e quer evidências dos problemas contábeis na sua ex-empresa. A HP respondeu indicando que não irá trazer este assunto a público, deixando por conta dos reguladores ingleses a investigação. A resposta da HP também foi pública.
Cresce a impressão de que a HP precisa, urgentemente, de um novo conselho de administração. Além disto, ficamos sabendo hoje que o contador da HP vendeu suas ações da empresa após a aquisição da Autonomy e antes que os problemas fossem de conhecimento público. E que a Autonomy pagou 2,7 milhões para Deloitte em 2010, sendo 1,5 milhão para auditoria.
Governança Corporativa
A governança tem se mostrado um ponto de debate desde que os indivíduos começaram a se organizar com propósitos específicos. Como garantir o poder da organização, guiado por propósitos em comum (ao invés de desviado para propósitos distintos) é um tema sempre discutido. As instituições de governança fornecem uma estrutura dentro da qual a vida social e econômica dos países é conduzida. Desde o início dos tempos a governança corporativa tem sido um assunto controverso; embora o termo, em si, tenha surgido apenas recentemente.
A governança corporativa se interessa pelo exercício do poder nas entidades corporativas. A OECD (Organization for Economic Co-operation and Development) fornece uma definição funcional:
Todavia, a governança corporativa tem implicações mais amplas e é crítica para o bem estar econômico e social: (i) ao prover os incentivos e medidas de desempenho para atingir o sucesso empresarial, (ii) em fornecer accountability e transparência para garantir a distribuição igualitária da riqueza resultante. O significado da governança corporativa para fornecer a estabilidade e igualdade da sociedade é capturado na definição mais ampla de Adrian Cadbury (2004): “A governança corporativa se preocupa em garantir o balanço entre metas econômicas e sociais e entre metas individuais e públicas. A estrutura da governança está presente para encorajar o uso eficiente dos recursos e, igualmente, para exigir a accountability para a administração daqueles recursos. A meta é alinhar, da forma mais próxima possível, os interesses dos indivíduos, da corporação e da sociedade”.
Alinhar interesses diferentes em formas de produção colaborativa não é fácil e os diretores são “encarregados de balancear os interesses, por vezes competitivos, de uma variedade de grupos que participam de corporações públicas” (Blair e Stout, 2001, p. 409). A natureza incessante da governança corporativa é indicada na definição da Comissão de Governança Global (Commission on Global Governance, 1995, p. 2): “um processo contínuo através do qual interesses conflituosos ou distintos podem ser acomodados e ações cooperativas podem ser tomadas”. Os dilemas e contestações implícitos nessas definições são elaborados de forma mais completa nas teorias de governança corporativa que analisaremos posteriormente.
Do livro “Theories of Corporate Governance” [CLARK, THOMAS (ed.). Routledge: Reino Unido, 2008].
A governança corporativa se interessa pelo exercício do poder nas entidades corporativas. A OECD (Organization for Economic Co-operation and Development) fornece uma definição funcional:
Governança corporativa é o sistema pelo qual corporações são direcionadas e controladas. A estrutura da governança corporativa especifica a distribuição de direitos e responsabilidades entre diferentes participantes na entidade (diretores, administradores, acionistas e outros stakeholders) e soletra as regras e procedimentos para a tomada de decisões em questões corporativas. Ao fazer isso, também fornece a estrutura pela qual os objetivos das empresas são estabelecidos, assim como os meios para alcançar tais objetivos e monitorar o desempenho.
Todavia, a governança corporativa tem implicações mais amplas e é crítica para o bem estar econômico e social: (i) ao prover os incentivos e medidas de desempenho para atingir o sucesso empresarial, (ii) em fornecer accountability e transparência para garantir a distribuição igualitária da riqueza resultante. O significado da governança corporativa para fornecer a estabilidade e igualdade da sociedade é capturado na definição mais ampla de Adrian Cadbury (2004): “A governança corporativa se preocupa em garantir o balanço entre metas econômicas e sociais e entre metas individuais e públicas. A estrutura da governança está presente para encorajar o uso eficiente dos recursos e, igualmente, para exigir a accountability para a administração daqueles recursos. A meta é alinhar, da forma mais próxima possível, os interesses dos indivíduos, da corporação e da sociedade”.
Alinhar interesses diferentes em formas de produção colaborativa não é fácil e os diretores são “encarregados de balancear os interesses, por vezes competitivos, de uma variedade de grupos que participam de corporações públicas” (Blair e Stout, 2001, p. 409). A natureza incessante da governança corporativa é indicada na definição da Comissão de Governança Global (Commission on Global Governance, 1995, p. 2): “um processo contínuo através do qual interesses conflituosos ou distintos podem ser acomodados e ações cooperativas podem ser tomadas”. Os dilemas e contestações implícitos nessas definições são elaborados de forma mais completa nas teorias de governança corporativa que analisaremos posteriormente.
Do livro “Theories of Corporate Governance” [CLARK, THOMAS (ed.). Routledge: Reino Unido, 2008].
SEC
A SEC tem nova presidenta: Elisse Walter. Com um orçamento de 1,3 bilhão de dólares, Walter terá a responsabilidade de regulamentar e fiscalizar 35 mil entidades, incluindo consultores de investimentos, fundos e empresas com ações negociadas na bolsa. Somente estas empresas são 9,1 mil.
O dinheiro da SEC corresponde a cerca de três meses de custas judiciais do Bank of America. Muito poder, pouco dinheiro.
O dinheiro da SEC corresponde a cerca de três meses de custas judiciais do Bank of America. Muito poder, pouco dinheiro.
Argentina rebaixada
A agência de classificação financeira Fitch rebaixou a nota da dívida da Argentina nesta terça-feira em cinco escalões, para "CC", alegando que "o default do país é provável".
A Fitch assinala que a perspectiva da nota da dívida pública argentina se mantém "negativa" e que uma nova redução pode ocorrer nos próximos meses.
A nota atribuída pela Fitch está apenas dois degraus acima de "DDD", que corresponde a emissores em 'default'.
"Apenas um pagamento não realizado (...) poderá desencadear uma cascata de defaults sobre todos os títulos da dívida sob o regime do direito internacional", destacou a agência.
O rebaixamento ocorre após um juiz de Nova York determinar, em 21 de novembro, que a Argentina terá de reembolsar os detentores de 1,3 bilhão de dólares em títulos do país em default há 11 anos.
O juiz disse que a Argentina terá de reembolsar os detentores de bônus até 15 de dezembro, paralelamente à obrigação de o país honrar mais US$ 3 bilhões em dívidas reestruturadas anteriormente.
Segundo a Fitch, "a incerteza sobre o impacto da decisão da corte americana provavelmente abalará ainda mais a confiança e intensificará as tensões políticas e sociais no país, minando as perspectivas de crescimento".
O governo argentino solicitou na segunda-feira à Corte de Apelações de Nova York a suspensão da ordem emitida pelo juiz Thomas Griesa para o pagamento de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares com fundos especulativos, informou o ministério da Economia.
Na apelação, o governo argentino denuncia o absurdo da decisão de Griesa, que "consiste em pagar aos fundos especulativos o total exigido em sua ação e em apenas uma cota, no dia 15 de dezembro, enquanto os detentores de bônus que aceitaram a troca da dívida sofreram abatimentos importantes e prazos que vão até 2038".
A decisão do juiz beneficiou os credores que não aceitaram a troça proposta pela Argentina e aceita por quase 93% dos proprietários de bônus em 2005 e 2010, após o default declarado em 2001 de quase 100 bilhões de dólares.
O juiz deu prazo até 15 de dezembro para o pagamento aos demandantes de 100% de seus bônus em apenas uma parcela, quando os 93% restantes aceitaram pagamentos próximos de 70% e prazos superiores a 20 anos.
Segundo a Fitch, "a economia da Argentina desacelerou acentuadamente em 2012, devido a maior intervenção do Estado. Esse processo ficou evidente pelo maior controle de capitais e pela nacionalização da YPF" (Fonte: aqui)
Para economia brasileira isto pode ser ruim, já que o país tem um grande comércio com os vizinhos.
A Fitch assinala que a perspectiva da nota da dívida pública argentina se mantém "negativa" e que uma nova redução pode ocorrer nos próximos meses.
A nota atribuída pela Fitch está apenas dois degraus acima de "DDD", que corresponde a emissores em 'default'.
"Apenas um pagamento não realizado (...) poderá desencadear uma cascata de defaults sobre todos os títulos da dívida sob o regime do direito internacional", destacou a agência.
O rebaixamento ocorre após um juiz de Nova York determinar, em 21 de novembro, que a Argentina terá de reembolsar os detentores de 1,3 bilhão de dólares em títulos do país em default há 11 anos.
O juiz disse que a Argentina terá de reembolsar os detentores de bônus até 15 de dezembro, paralelamente à obrigação de o país honrar mais US$ 3 bilhões em dívidas reestruturadas anteriormente.
Segundo a Fitch, "a incerteza sobre o impacto da decisão da corte americana provavelmente abalará ainda mais a confiança e intensificará as tensões políticas e sociais no país, minando as perspectivas de crescimento".
O governo argentino solicitou na segunda-feira à Corte de Apelações de Nova York a suspensão da ordem emitida pelo juiz Thomas Griesa para o pagamento de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares com fundos especulativos, informou o ministério da Economia.
Na apelação, o governo argentino denuncia o absurdo da decisão de Griesa, que "consiste em pagar aos fundos especulativos o total exigido em sua ação e em apenas uma cota, no dia 15 de dezembro, enquanto os detentores de bônus que aceitaram a troca da dívida sofreram abatimentos importantes e prazos que vão até 2038".
A decisão do juiz beneficiou os credores que não aceitaram a troça proposta pela Argentina e aceita por quase 93% dos proprietários de bônus em 2005 e 2010, após o default declarado em 2001 de quase 100 bilhões de dólares.
O juiz deu prazo até 15 de dezembro para o pagamento aos demandantes de 100% de seus bônus em apenas uma parcela, quando os 93% restantes aceitaram pagamentos próximos de 70% e prazos superiores a 20 anos.
Segundo a Fitch, "a economia da Argentina desacelerou acentuadamente em 2012, devido a maior intervenção do Estado. Esse processo ficou evidente pelo maior controle de capitais e pela nacionalização da YPF" (Fonte: aqui)
Para economia brasileira isto pode ser ruim, já que o país tem um grande comércio com os vizinhos.
Percepção da Inflação:diferenças entre gêneros
Um excerto do artigo The curriosly different infaltion perspectives of men and women:
The data indicate that the public’s estimates and predictions of inflation are significantly and systematically related to the demographic characteristics of the respondents. People with high incomes perceive and anticipate much less inflation than people with low incomes, married people less than singles, whites less than nonwhites, and middle-aged people less than young people. This Commentary describes what is perhaps the most curious observation of all: Even after we hold constant income, age, education, race, and marital status, men and women hold very different views on the rate at which prices are changing.
In the roughly 20,000 responses we have received from our telephone survey since August 1998, the average rate at which respondents thought prices had risen over the previous 12 months was about 6.0 percent. This “perception” of inflation is more than twice the rise recorded by the Consumer Price Index (CPI) over the same period (2.7 percent). Further, if we separate our sample by gender, we find that the average inflation perceived by the nearly 8,500 men who answered our survey was 4.6 percent. While this response is higher than the official CPI inflation estimate, it pales in comparison to the 6.9 percent inflation perceived by the roughly 11,500 women who took our survey. What accounts for such a large discrepancy between the inflation rate perceived by the two sexes?
The data indicate that the public’s estimates and predictions of inflation are significantly and systematically related to the demographic characteristics of the respondents. People with high incomes perceive and anticipate much less inflation than people with low incomes, married people less than singles, whites less than nonwhites, and middle-aged people less than young people. This Commentary describes what is perhaps the most curious observation of all: Even after we hold constant income, age, education, race, and marital status, men and women hold very different views on the rate at which prices are changing.
In the roughly 20,000 responses we have received from our telephone survey since August 1998, the average rate at which respondents thought prices had risen over the previous 12 months was about 6.0 percent. This “perception” of inflation is more than twice the rise recorded by the Consumer Price Index (CPI) over the same period (2.7 percent). Further, if we separate our sample by gender, we find that the average inflation perceived by the nearly 8,500 men who answered our survey was 4.6 percent. While this response is higher than the official CPI inflation estimate, it pales in comparison to the 6.9 percent inflation perceived by the roughly 11,500 women who took our survey. What accounts for such a large discrepancy between the inflation rate perceived by the two sexes?
US GAAP x IFRS
O gráfico mostra a distribuição das empresas estrangeiras que atuam no mercado dos Estados Unidos que ainda usam o padrão do FASB. No passado, a SEC permitiu que empresas estrangeiras pudessem usar as normas internacionais de contabilidade do Iasb para divulgar sua contabilidade. Das cerca de mil empresas que possuem ações nos Estados Unidos, um número representativo ainda usam o US GAAP, ou seja, as normas dos Estados Unidos. Não conseguiram libertar do Fasb.
27 novembro 2012
Presidente da SEC
Assim que Mary Schapiro solicitou a saída do cargo de presidente da SEC (a CVM dos Estados Unidos), o presidente Obama anunciou que Elisse B. Walter (foto) para o cargo. Como Elisse já era da SEC, não será preciso ser confirmada pelo Senado, pelo menos até o final de 2013, o que facilita a transição.
O presidente Obama afirmou que
Quando Mary concordou em servir há quase quatro anos ela estava plenamente consciente das dificuldades da SEC e da nossa economia como um todo. Mas ela aceitou o desafio e, hoje, a SEC é mais forte e nosso sistema financeiro é mais seguro e capaz de servir ao povo estadunidense - em grande parte graças ao trabalho duro de Mary.
Em 2008 a presidente nomeada da SEC, Elisse Walter, expressou apoio às normas internacionais de contabilidade, mas ressaltou que o processo seria longo.
Eu acredito fortemente que temos que nos preparar para a alternativa que a Comissão [SEC] poderá não adotar ou permitir o uso das IFRS
O presidente Obama afirmou que
Quando Mary concordou em servir há quase quatro anos ela estava plenamente consciente das dificuldades da SEC e da nossa economia como um todo. Mas ela aceitou o desafio e, hoje, a SEC é mais forte e nosso sistema financeiro é mais seguro e capaz de servir ao povo estadunidense - em grande parte graças ao trabalho duro de Mary.
Em 2008 a presidente nomeada da SEC, Elisse Walter, expressou apoio às normas internacionais de contabilidade, mas ressaltou que o processo seria longo.
Eu acredito fortemente que temos que nos preparar para a alternativa que a Comissão [SEC] poderá não adotar ou permitir o uso das IFRS
Schapiro deixa a SEC
Em setembro avisamos aos nossos leitores que Mary Schapiro (foto) estaria deixando a SEC. Ontem a SEC distribuiu um comunicado confirmando o fato. Schapiro destacou que na gestão, que iniciou em janeiro de 2009, no período da crise, a SEC aumentou a fiscalização. Mesmo assim, os críticos afirmam que SEC continua dócil aos fraudadores. Anteriormente, em meados do ano, o contador chefe já tinha se afastado.
Schapiro também deixará o cargo no Comitê de Monitoramento da IFRS.
Para substituir Schapiro dois candidatos tinham sido cogitados. Surgiu outro nome: Sally Krawcheck, presidente do Bank of America.
Em termos da contabilidade, o nome do novo presidente pode ser fundamental para a questão da convergência internacional.
Schapiro também deixará o cargo no Comitê de Monitoramento da IFRS.
Para substituir Schapiro dois candidatos tinham sido cogitados. Surgiu outro nome: Sally Krawcheck, presidente do Bank of America.
Em termos da contabilidade, o nome do novo presidente pode ser fundamental para a questão da convergência internacional.
Atriz e Imposto
O ator Charlie Sheen enviou um cheque de US$ 100 mil à sua amiga, a também atriz Lindsay Lohan [foto], para ajudá-la a superar seus problemas com o fisco, informou nesta segunda-feira o site TMZ.
No entanto, na última semana, o representante da atriz recebeu um cheque de US$ 100 mil de Sheen, algo que, segundo o TMZ, deixou a atriz totalmente surpreendida.
Diferente da outra ocasião, Lindsay aceitou a quantia e aproveitou a oportunidade para depositar o dinheiro "imediatamente" em sua conta de impostos pendentes. Segundo o TMZ, a atriz americana deve US$ 233,9 mil correspondentes aos anos de 2009 e 2010.
Fonte: Aqui
No entanto, na última semana, o representante da atriz recebeu um cheque de US$ 100 mil de Sheen, algo que, segundo o TMZ, deixou a atriz totalmente surpreendida.
Diferente da outra ocasião, Lindsay aceitou a quantia e aproveitou a oportunidade para depositar o dinheiro "imediatamente" em sua conta de impostos pendentes. Segundo o TMZ, a atriz americana deve US$ 233,9 mil correspondentes aos anos de 2009 e 2010.
Fonte: Aqui
Armadilhas comportamentais do Black Friday
Eis algumas armadilhas comportamentais do Black Friday (aliás, das compras):
But among the most potent reasons no sane person should participate in Black Friday is this: It is carefully designed to make you behave like an idiot.
The big problem with Black Friday, from a behavioral economist's perspective, is that every incentive a consumer could possibly have to participate — the promise of "doorbuster" deals on big-ticket items like TVs and computers, the opportunity to get all your holiday shopping done at once — is either largely illusory or outweighed by a disincentive on the other side. It's a nationwide experiment in consumer irrationality, dressed up as a cheerful holiday add-on.
As Dan Ariely explains in his book, Predictably Irrational, "We all make the same types of mistakes over and over, because of the basic wiring of our brains."
This applies to shopping on the other 364 days of the year, too. But on Black Friday, our rational decision-making faculties are at their weakest, just as stores are trying their hardest to maximize your mistakes. Here are just a few of the behavioral traps you might fall into this Friday:
This applies to shopping on the other 364 days of the year, too. But on Black Friday, our rational decision-making faculties are at their weakest, just as stores are trying their hardest to maximize your mistakes. Here are just a few of the behavioral traps you might fall into this Friday:
The doorbuster: The doorbuster is a big-ticket item (typically, a TV or other consumer electronics item) that retailers advertise at an extremely low cost. (At Best Buy this year, it's this $179.99 Toshiba TV.) We call these things "loss-leaders," but rarely are the items actually sold at a loss. More often, they're sold at or slightly above cost in order to get you in the store, where you'll buy more stuff that is priced at normal, high-margin levels.
[...]Implied scarcity: This is when a store attempts to drum up interest in an item by claiming "limited quantity" or "maximum two per customer," which makes us think we're getting something valuable when we may not be. It's a staple of deceptive marketing, and at no time in the calendar year is it in wider use than on Black Friday. (There is also actual scarcity on Black Friday — when stores carry only a 50 or 100 of an advertised doorbuster item — which also introduces a risk that you'll be 51st or 101th in line and waste your time entirety. Both are bad.)
Confirmation bias: As Derek Thompson points out, many shoppers neglect to factor in the non-cash costs of their Black Friday trip — gas, parking, warranties, and rebates. (To say nothing of the vacation time lost to waiting in lines.) Shoppers want to believe they save money by going out on Black Friday, so they use only their per-item savings in calculating the benefits of their trip. But on a net basis, it's often not a very good deal.
Irrational escalation: This behavioral quirk is also known as the "sunk cost fallacy," and it means that people are bad at knowing when to give up on unprofitable endeavors. This happens a lot on Black Friday. If you've already made the initial, bad investment of getting up at 2 a.m., driving to the mall, finding parking, and waiting in line for a store to open, you'll be inclined to buy more than you initially came for. (Since, after all, you're already there, and what's another few hundred dollars?)
Pain anesthetization: One of my favorite pieces of shopping-related research is a 2007 paper called "Neural Predictors of Purchases" [PDF] which used fMRI scans of shoppers' brains to show how deeply irrational the purchasing process is. Researchers found that if a shopper saw a price that was lower than expected, his medial prefrontal cortex (the part of the brain responsible for decision-making) lit up, while higher-than-expected prices caused the insula (the pain-registering part) to go wild. That brain activity had a strong correlation to whether or not the shoppers ended up buying the products or not.
Economists typically think of consumer choice as dispassionate cost-benefit analysis by rational market actors — a bunch of people saying to themselves, "Will having this $179.99 TV now create more pleasure than having the $179.99 in my bank account to do other things in the future?" — but the 2007 study shows that shoppers don't actually behave that way at all. In fact, they're choosing between immediate pleasure and immediate pain.
[...]The problem, of course, is that those methods of short-term anesthetization often carry long-term consequences — like astronomically high interest rates and hidden fees.
Post-purchase rationalization: When we've bought something expensive, we tend to overlook its flaws or defects in order to justify our decision. On Black Friday, the investment is more than just financial — we've emotionally invested in the post-holiday ritual of standing in line with friends or family and enduring cold, dark misery for the shot at cheap electronics.
[...]Of course, just by telling you to stay home on Black Friday, I may be triggering your reactance bias (the tendency to do the opposite of what someone tells you) and making you want to go bargain-hunting even more. In which case, good luck. You'll need it.
Idosos japoneses
The number of elderly criminals being caught by Japanese police has rocketed, the Japanese Justice Ministry said yesterday, with pensioners committing almost 50 times more assaults than two decades ago.
The number of criminals aged 65 or older booked by police last year increased by 475 from the previous year to 48,637, more than six times as many as 20 years ago, the ministry said in its latest white paper on crime.
26 novembro 2012
Sobre não falar inglês
Txto de Juliana Cunha, do blog Já Matei por Menos
Uma parte considerável do meu trabalho atual consiste em escrever sobre pesquisas novas que têm sido feitas nas áreas de saúde e comportamento. A maior parte dessas pesquisas vem de países de língua inglesa por motivos que eu sempre questiono, mas raramente consigo mudar.
Em geral, são os países mais ricos, com mais cultura acadêmica e que mais se empenham em divulgar as pesquisas que fazem. O meio acadêmico brasileiro é, na minha percepção, mais fechado em si mesmo, com mais desprezinho por jornalistas e menos sedução pelo mercado, o que faz com que se importe menos com a imprensa leiga (oi).
Quando me vejo diante de uma dessas pesquisas gringas, meu procedimento é quase sempre o mesmo: tento entrevistar os autores de fora e falar com pesquisadores brasileiros que possam contrapor/reiterar o estudo gringo.
Só recentemente consegui entender por que um trabalho tão simples — enviar o estudo por e-mail aos pesquisadores brasileiros, esperar eles lerem, ligar e conversar com eles — acaba sendo sempre tão complicado.
A imensa maioria dos professores e médicos que eu entrevisto me dá um fora assim que recebe o e-mail com o estudo. Não dá para dizer que é falta de tempo porque eu explico o procedimento logo na primeira conversa, antes de enviar qualquer coisa.
Começo a acreditar que o motivo seja um só: eles não falam inglês e não querem admitir isso para mim.
Para a classe média brasileira, saber inglês deixou de ser uma ferramenta ou uma habilidade. Não é sequer um “diferencial”, como os RHs gostavam de falar. Saber inglês é visto como condição fundamental para que a pessoa seja merecedora do cargo que ocupa. Não falar inglês é humilhante, algo a ser escondido.
Na prática está longe de ser assim. A maior parte das pessoas que eu conheço e que ocupa cargos legais merece estar nesses empregos mesmo tendo um domínio precário do idioma. As pessoas que eu entrevisto — ou tento entrevistar — para o jornal são todas destacadas em seus meios e, se eu estiver certa, poucas delas falam inglês com desenvoltura.
Falar um idioma é uma habilidade como outra qualquer, como cozinhar e jogar tênis, diz uma das minhas melhores professoras da Letras. É uma pena que as pessoas tenham transformado essa habilidade tão legal em um motivo de humilhação mútua e de competição.
Aqui na redação a coisa mais rara do mundo é uma pessoa ter coragem de fazer suas entrevistas em inglês na frente dos colegas. Quase todos recorrem às salinhas reservadas. E quase ninguém admite que ainda estuda o idioma — ou que gostaria de estudar — porque, afinal, são repórteres da Folha, o que vão pensar deles se souberem que não têm um bom inglês?
Fico impressionada que tanta gente no mundo seja ruim de matemática — uma habilidade muito mais básica — e assuma isso até com uma ponta de orgulho enquanto quem não sabe inglês tenha que trazer isso como um segredo sujo, uma mancha no currículo.
O certo não seria meus entrevistados me dizerem: “Oh sua fulana, você trate de traduzir isso pra mim. Meu inglês é péssimo, mas você depende de mim do mesmo jeito porque eu sou é foda naquilo que faço”?
Uma parte considerável do meu trabalho atual consiste em escrever sobre pesquisas novas que têm sido feitas nas áreas de saúde e comportamento. A maior parte dessas pesquisas vem de países de língua inglesa por motivos que eu sempre questiono, mas raramente consigo mudar.
Em geral, são os países mais ricos, com mais cultura acadêmica e que mais se empenham em divulgar as pesquisas que fazem. O meio acadêmico brasileiro é, na minha percepção, mais fechado em si mesmo, com mais desprezinho por jornalistas e menos sedução pelo mercado, o que faz com que se importe menos com a imprensa leiga (oi).
Quando me vejo diante de uma dessas pesquisas gringas, meu procedimento é quase sempre o mesmo: tento entrevistar os autores de fora e falar com pesquisadores brasileiros que possam contrapor/reiterar o estudo gringo.
Só recentemente consegui entender por que um trabalho tão simples — enviar o estudo por e-mail aos pesquisadores brasileiros, esperar eles lerem, ligar e conversar com eles — acaba sendo sempre tão complicado.
A imensa maioria dos professores e médicos que eu entrevisto me dá um fora assim que recebe o e-mail com o estudo. Não dá para dizer que é falta de tempo porque eu explico o procedimento logo na primeira conversa, antes de enviar qualquer coisa.
Começo a acreditar que o motivo seja um só: eles não falam inglês e não querem admitir isso para mim.
Para a classe média brasileira, saber inglês deixou de ser uma ferramenta ou uma habilidade. Não é sequer um “diferencial”, como os RHs gostavam de falar. Saber inglês é visto como condição fundamental para que a pessoa seja merecedora do cargo que ocupa. Não falar inglês é humilhante, algo a ser escondido.
Na prática está longe de ser assim. A maior parte das pessoas que eu conheço e que ocupa cargos legais merece estar nesses empregos mesmo tendo um domínio precário do idioma. As pessoas que eu entrevisto — ou tento entrevistar — para o jornal são todas destacadas em seus meios e, se eu estiver certa, poucas delas falam inglês com desenvoltura.
Falar um idioma é uma habilidade como outra qualquer, como cozinhar e jogar tênis, diz uma das minhas melhores professoras da Letras. É uma pena que as pessoas tenham transformado essa habilidade tão legal em um motivo de humilhação mútua e de competição.
Aqui na redação a coisa mais rara do mundo é uma pessoa ter coragem de fazer suas entrevistas em inglês na frente dos colegas. Quase todos recorrem às salinhas reservadas. E quase ninguém admite que ainda estuda o idioma — ou que gostaria de estudar — porque, afinal, são repórteres da Folha, o que vão pensar deles se souberem que não têm um bom inglês?
Fico impressionada que tanta gente no mundo seja ruim de matemática — uma habilidade muito mais básica — e assuma isso até com uma ponta de orgulho enquanto quem não sabe inglês tenha que trazer isso como um segredo sujo, uma mancha no currículo.
O certo não seria meus entrevistados me dizerem: “Oh sua fulana, você trate de traduzir isso pra mim. Meu inglês é péssimo, mas você depende de mim do mesmo jeito porque eu sou é foda naquilo que faço”?
Elaborando uma pesquisa
Escrito por Rodolfo Araújo para o blog PharmaCoaching.
À primeira vista, elaborar uma pesquisa não parece ser das tarefas mais complicadas do mundo. Você tem um assunto em pauta, sobre o qual gostaria de colher algumas informações e tudo o que precisa fazer é organizar algumas perguntas de forma coerente.
Há diversos bons livros sobre o tema para ajudar a escolher o formato, definir escalas e fazer as análises estatísticas. Particularmente, gosto do "Pesquisa de Marketing - Uma Orientação Aplicada", do Naresh Malhotra (Bookman, 2011).
Mas há alguns detalhes importantes que podem ter influência direta não só nos resultados, mas também nas atitudes que os pesquisados podem tomar durante ou imediatamente após responder uma pesquisa. Vejamos o caso da escala, por exemplo:
Suponha que você queira conhecer melhor os hábitos de higiene do seu público, especificamente de higiene bucal. Estão você faz a seguinte pergunta, com a respectiva escala:
À primeira vista, elaborar uma pesquisa não parece ser das tarefas mais complicadas do mundo. Você tem um assunto em pauta, sobre o qual gostaria de colher algumas informações e tudo o que precisa fazer é organizar algumas perguntas de forma coerente.
Há diversos bons livros sobre o tema para ajudar a escolher o formato, definir escalas e fazer as análises estatísticas. Particularmente, gosto do "Pesquisa de Marketing - Uma Orientação Aplicada", do Naresh Malhotra (Bookman, 2011).
Mas há alguns detalhes importantes que podem ter influência direta não só nos resultados, mas também nas atitudes que os pesquisados podem tomar durante ou imediatamente após responder uma pesquisa. Vejamos o caso da escala, por exemplo:
Suponha que você queira conhecer melhor os hábitos de higiene do seu público, especificamente de higiene bucal. Estão você faz a seguinte pergunta, com a respectiva escala:
Quantas vezes por dia você escova os dentes?
Salvo engano, a maioria das pessoas ficará nas duas primeiras opções. Agora mudemos o intervalo de tempo da pergunta, mantendo a mesma escala, pare ver o que acontece:
Quantas vezes por semana você escova os dentes?
Desta vez, é provável que a maioria das pessoas fique nas duas últimas opções - o que provavelmente não muda muita coisa em relação aos dados coletados.
Mas suponha que você seja um dentista e tenha interesse em aumentar a frequência com que seus pacientes marcam consultas para um check-up de rotina. Para isto, logo após esta pergunta você acrescenta outra, que soa quase como um convite, do tipo:
Você gostaria de agendar uma consulta para um check-up?
Qual das opções anteriores você acredita que teria mais influência na decisão do seu futuro paciente? A primeira, na qual ele tem a impressão de estar abaixo da média na escala; ou a segunda, em que ele parece estar acima?
Pesquisa em educação contábil envolvendo as normas internacionais
Tendo em vista a crescente evolução da Contabilidade Internacional, decorrente da globalização, os temas relacionados à harmonização e convergência estão sendo estudados por diversos órgãos de contabilidade e acadêmicos. Com tal interesse, o presente trabalho identifica, através de uma pesquisa descritiva, qualitativa e com o uso de dados secundários, os estudos que estão sendo realizados acerca da educação contábil internacional entre os anos de 2000 e 2010. Foi realizada uma pesquisa nos principais periódicos internacionais de Contabilidade, por meio do Portal de Periódicos da Capes. No total, 79 artigos foram analisados e segregados em três diferentes grupos e em dez subgrupos. Como resultado, identificou-se que a produção científica sobre educação contábil internacional é crescente, sendo que o período de janeiro de 2005 a abril de 2010 representou 60% dos artigos analisados. Além disso, o periódico mais relevante foi o Journal of Accounting Education. Desses grupos, o então chamado curriculum, instrução e métodos de ensino representa 51% dos artigos, sendo seguido por outros dois intitulados de pesquisas acadêmicas e educação em países, que representam 38% e 11%, respectivamente. Por fim, identificou-se que 57% das produções sobre o tema utilizaram uma metodologia empírica/prática, sendo que os artigos teóricos/metodológicos representam 43% do total. Como produção intrinsecamente relacionada à educação contábil internacional, identificou-se um total de 11% dos artigos, demonstrando que existe uma área de pesquisa não muito estudada, e que, logo, podem existir oportunidades de pesquisa inovadoras.
UM ESTUDO SOBRE A PESQUISA EM EDUCAÇÃO CONTÁBIL EM PERIÓDICOS INTERNACIONAIS: TEMÁTICAS ENVOLVENDO AS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE
Eduardo Bona Safe de Matos, Jorge Katsumi Niyama, José Lúcio Tozetti Fernandes, Ducineli Régis Botelho
ConTexto, v. 12, n. 22, 2012.
UM ESTUDO SOBRE A PESQUISA EM EDUCAÇÃO CONTÁBIL EM PERIÓDICOS INTERNACIONAIS: TEMÁTICAS ENVOLVENDO AS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE
Eduardo Bona Safe de Matos, Jorge Katsumi Niyama, José Lúcio Tozetti Fernandes, Ducineli Régis Botelho
ConTexto, v. 12, n. 22, 2012.
25 novembro 2012
Como a China tornou-se capitalista?
Os grifos são meus.
Editor's note: Nobel Prize–winning economist Ronald Coase and Professor Ning Wang are the authors of a new book, "How China Became Capitalist." The book outlines China’s 30-year transition from a closed, communist, agrarian economy to a rapidly growing industrial economy. THE AMERICAN Editor-in-Chief Nick Schulz recently asked the authors about the transformation of the Chinese economy, the legacy of the Tiananmen massacre, and why “capitalism with Chinese characteristics is impoverished by the lack of a free market for ideas.”
Nick Schulz: In a famous 1978 communiqué, communist party leaders in China admitted that “one of the serious shortcomings in the structure of economic management is the over-concentration of authority.” What prompted the Chinese leadership to acknowledge this fact and embrace devolving economic authority?
Ronald Coase and Ning Wang: This was not the first time for the Chinese leadership to acknowledge the problem. As early as 1956, even before China’s first Five-Year Plan (1953–1957) ended, Mao realized centralization of power in the Chinese economy had dampened the incentives of local officials as well as those of the state enterprises in cities and communes and production teams in rural areas. Mao pushed decentralization in 1958, but it was quickly absorbed into the “Great Leap Forward,” when more than 30 million Chinese peasants perished in Mao’s great famine. In the eyes of Chinese economic planners, decentralization was the culprit. Afterward, centralization was restored.
By 1978, the Chinese government came back to Mao’s diagnosis, though its prescription went one step further than Mao’s, since it knew that Mao’s did not work. Mao devolved economic authorities only to provincial and sub-provincial local governments. Now, state enterprises were given some autonomy in their operation.
NS: You write that “China became capitalist with marginal revolutions.” What do you mean?
RC & NW: A key empirical finding of our book is that there are actually two Chinese reforms. One was dictated by Beijing. The other resulted from grassroots initiatives. Starving peasants started private farming and township and village enterprises; city residents without a job in the state sector set up the first private businesses in Chinese cities; Shenzhen and other Special Economic Zones were set up as an experiment to co-opt capitalism to save socialism. They all operated outside the protected boundary of socialism.
During the first decade of reform, “marginal revolutions” introduced entrepreneurship and market forces back to the Chinese economy, while the state-led reform was desperately trying to improve the state-owned enterprises and save socialism. In this sense, China became capitalist with marginal revolutions.
NS: You point out that China’s reforms of its state-owned enterprises were a disappointment. What accounted for that?
RC & NW: China’s reforms of state enterprises as the “central link” of the whole reform program lasted for more than two decades, from the very beginning to 2003. Before the mid-1990s, privatization of state enterprises was strictly prohibited, and reform mainly consisted of delegating some economic rights to state enterprises and giving them some incentives. Even though the state enterprises gained more autonomy and better incentive structures, they were never subject to market discipline. For example, poor-performing state enterprises were not allowed to go bankrupt. Not surprisingly, state enterprises were quickly outperformed by private enterprises, which were poorly equipped in terms of financial and human capital but had to face strict market selection.
In the 1990s, increasing competition from the private sector made more and more state enterprises insolvent, adding financial burden to local governments. This led many local authorities to let go of the state enterprises under their jurisdiction. Since the mid-1990s, the Chinese government started to privatize state enterprises, and the number of remaining state enterprises was reduced dramatically.
Today, the central government controls less than 120 state-owned enterprises, but many of them are state monopolies, still not subject to market discipline. As a special interest group, the remaining state enterprises pose a serious challenge to market order.
[...]Universities and even libraries in China were shut down during the Cultural Revolution (1966–1976). Under Deng’s leadership, Chinese universities were reopened in 1977. College students were desperate for new knowledge and new sources of knowledge. It did not take long for them to figure out that the United States had the best to offer.
NS: The Student Movement and the collapse of the Soviet Union led to deep antipathy on the part of China’s communist leaders toward markets. Are you surprised that the Tiananmen massacre did not ultimately lead to a full-scale rejection and reversal of economic reforms?
RC & NW: China’s economic reform was under heavy political and ideological attack from 1989 to 1991. Many market reforms were reversed. The private sector was chastened as the root source of China’s political and economic problems.
Nonetheless, China kept its commitment to opening itself to the West. Even the most conservative Chinese leaders realized that China could not afford a return to isolation, and that China had too much to learn from the West. On November 28, 1990, at the 10th anniversary of the Special Economic Zone, Shenzhen was hailed as “a vanguard in conducting reform and opening up to the outside world.”
Moreover, the first decade of reform had generated many economic gains and improved the lives of so many Chinese that a full-scale rejection of reform would jeopardize further the legitimacy of the government. As long as pragmatism prevailed and the Chinese government continued to “seek truth from facts,” China’s reform and opening up had a great chance to survive.
NS: You write, “The most extraordinary feature of Chinese economic reform is perhaps that the Chinese Communist Party has survived, and indeed thrived, over the three decades of market transformation.” What accounts for this survival and thriving?
RC & NW: After Mao’s death, the Chinese Communist Party quickly distanced itself from a radical revolutionary party committed to fighting capitalism and spreading communism. With the return of Deng Xiaoping in 1978, the new party leadership returned to pragmatism and jettisoned radical ideology. As the fledging private sector outperformed the state sector and the marginal revolutions outshined the state-led reform, the party gradually embraced the market economy.
Even though the Chinese Communist Party still monopolizes political power, it is no longer an ideology-driven political party. Indeed, it is communist only in name. It welcomes global capitalism and claims its legitimacy on peace and prosperity. Its political philosophy is no different from the “Mandate of Heaven.” It is this de-politicization of the party, its continuous adaptation, and self-transformation that has allowed the party to grow with the Chinese market economy.
Today, the Chinese government faces enormous challenges, including corruption from within and the increasing demand for political participation from without. As we have argued in the book, an open market for ideas offers a gradual and viable path for China to further reform its political system.
NS: You note that “capitalism with Chinese characteristics is impoverished by the lack of a free market for ideas.” What hope is there of that changing?
RC & NW: We are cautiously optimistic that China in the coming decades will embrace the market for ideas, just like it embraced the market for goods three decades ago. Our optimism mainly rests on the following three considerations. First, in the early 1980s Steve Cheung predicted that China would go capitalist because the potential economic gains were simply so overwhelming. Today, a similar but stronger argument can be made for China’s move toward a market for ideas. Second, the market for ideas is politically neutral. A market for ideas can work in many different political systems. As long as the Chinese government continues to commit itself to pragmatism, upholding practice as the criterion of testing truth, it will come to realize that an open market for ideas is indispensable for the Chinese people to realize their potential. Third, a free market for ideas has long been respected in China as a political ideal, as captured by the Chinese aphorism, “let a hundred flowers bloom, and a hundred schools of thought contend.” Only an open market for ideas can turn that dream into reality.
NS: You are critical of much modern economics, saying it has been transformed “from a moral science of man creating wealth to a cold logic of choice and resource allocation.” How did this happen? Where did economics go wrong?
RC & NW: Adam Smith, the founding father of modern economics, took economics as a study of “the nature and causes of the wealth of nations.” As late as 1920, Alfred Marshall in the eighth edition of Principles of Economics kept economics as “both a study of wealth and a branch of the study of man.” Barely a dozen years later, Lionel Robbins in hisEssay on the Nature and Significance of Economic Science (1932) reoriented economics as “the science which studies human behavior as a relationship between ends and scarce means which have alternative uses.” Unfortunately, the viewpoint of Robbins has won the day.
The fundamental shift from Smith and Marshall to Robbins is to rid economics of its substance — the working of the social institutions that bind together the economic system. Afterward, economics has turned into a discipline without a subject matter, advocating itself as a study of human choices. This shift has been assisted by what Hayek (1952) criticized as the growing trend of scientism in the study of society, which took mathematical formalism as the only secure route to truth in the pursuit of knowledge. As economists become more and more interested in formalism and related technical sophistication, it becomes secondary whether the substantive questions that they choose to perfect their methods or to illustrate their theoretical models bear any resemblance to the real world economy. By and large, most of our colleagues are not bothered by the fact that what they profess is mainly “blackboard economics.”
[...]
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