Os bancos tiveram mais um dia de perdas na bolsa ontem, com desvalorizações que chegaram a 3,07% no caso do Bradesco,após os concorrentes Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal anunciarem na véspera redução de tarifas. Com quedas consequentes nas cobranças, as quatro maiores instituições financeiras — BB, Bradesco, Itaú e Santander — perderam R$ 13,8 bilhões em valor de mercado no ano.
Daqui para frente, no entanto, a expectativa de analistas é de que os papéis ainda caiam um pouco, para então sofrerem uma acomodação. “O viés para o setor na bolsa não é positivo”, afirma o analista da Futura Investimentos, Adriano Moreno. Ele acredita que as quedas de ontem foram causadas não pela redução das tarifas em si por parte dos bancos públicos, mas pela sinalização do governo de uso destas instituições financeiras no sentido de redução de custos da economia, a exemplo do que ocorreu com tarifas elétricas.(...)
Luis Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da Austin Rating, ainda justifica a queda das ações de bancos na bolsa com o maior volume de provisões para fazer frente à inadimplência em meio a um cenário em que as carteiras de crédito não têm crescido como no ano passado. “Além disso, a queda da Selic em si também remunera menos os ativos das aplicações financeiras”, pondera. “Aqueles que estavam aplicando em ações de bancos podem estar eventualmente realizando lucros.”
Neste ambiente de maior competição, os próximos trimestres vão ser claros quanto às estratégias de cada instituição financeira em relação à adesão ao modelo de gestão bancária voltada para a redução de tarifas e juros. “O mercado reage com mais impulsividade, mas pode ser que os balanços surpreendam com sinalização de aumento do volume de crédito que compense a queda do juro”, diz Santacreu. (...)
Fonte: Aqui
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