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12 setembro 2012

Medo 2


Particularmente tenho dúvidas sobre o argumento do artigo (vide postagem "Medo1" a seguir): que o excesso de informação é resultante da cultura da forma, não da essência. Ou que isto seja decorrente do medo. Acho que a explicação é um pouco mais complexa.

Em primeiro lugar, o excesso de informação é decorrente do viés do status quo: deixe como está; ou não se altera o time que está ganhando. Se divulguei uma informação no passado e deu certo, por que não divulgar?

Em segundo, o contador está diante do dilema de escolher o que divulgar. Mas será que ele sabe o que o usuário deseja? Existe no texto acima uma noção implícita de que o responsável pela divulgação conhece (ou deveria conhecer) o conteúdo a ser divulgado. Mas será isto verdade. Talvez o contador não saiba quais as necessidades de informações: diante deste dilema, divulgue o máximo.

Terceiro, a falta de divulgação pode ter um efeito sinalizador negativo para o mercado. Se um assunto não é relevante e a empresa decide não divulgar, o mercado poderá entender, erroneamente, que se esconde a informação por algum motivo.

Quarto, a não informação pode ser ruim para um série histórica futura. Se desejo verificar a evolução no tempo de um fenômeno na empresa, e por não ser relevante não faço a divulgação, isto pode ser ruim para o usuário no longo prazo.

Quinto, existe a aversão a perda. Correr o risco de não divulgar uma informação que no futuro pode-se revelar relevante (e sofrer as consequências disto) ou divulgar, mesmo não sendo relevante. Esta situação é muito parecida com a situação do técnico de futebol que decide recuar o time estando vencendo de 1x0.

São cinco bons motivos que podem ajudar a explicação e que são diferentes da explicação proposta. Particularmente acredito que as explicações apresentadas aqui são muito mais próximas da realizada do que a simplificação do artigo.

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