19 setembro 2012
Honestidade e Desonestidade
Dan Ariely, no seu novo livro, discute a questão da honestidade. Assim como nos dois livros anteriores, os ótimos “Previsivelmente irracional” e “Positivamente irracional”, Ariely apresenta seu ponto de vista relatando seus experimentos, além de outros pesquisadores, realizados na universidade.
São dez capítulos distribuídos em pouco mais de duzentas páginas de fácil leitura. A conclusão de Ariely é que as pessoas são honestas, de uma maneira geral, mas aproveitam algumas oportunidades para tirar pequenas vantagens pessoais. As pesquisas apresentadas no livro mostra que algumas coisas aumenta a desonestidade das pessoas: a capacidade de racionalização, a existência de conflito de interesses, a criatividade da pessoa, a existência de um ato imoral, o cansaço, o fato de outras pessoas se beneficiam do nosso ato, a observação de atos desonestos em outras pessoas e a cultura. Assim, para Ariely, o grupo social pode ser um gatilho para atos reprováveis.
Existem algumas formas de reduzir a desonestidade das pessoas: juramentos, assinaturas, lembretes morais e supervisão. Observe que a possibilidade de ser pego e a pena não possui efeito sobre o comportamento das pessoas. A transparência, que tem sido muito lembrada na área financeira como um bom incentivo para reduzir atos ruins, parece, segundo Ariely, não ter efeito sobre as pessoas.
São muitos casos que Ariely conta. O mais interessante aparece no final do livro, quando discute sobre a influência do ambiente. A conclusão de Ariely é que o padrão de desonestidade parece não variar entre os diferentes países. Fazendo uma mesma experiência em diversos locais (Israel, China, Itália, Turquia, Canadá e Inglaterra), não foram observadas diferenças nos resultados. Mas num P.S., Ariely destaca que uma vez foi encontrada uma diferença num bar em Washington onde se reuniam funcionários do Congresso dos Estados Unidos e em outro, ponto de encontro de executivos dos bancos de Wall Street. “Quem você acha que trapaceou mais, os políticos ou os banqueiros? Eu tinha certeza de queriam os políticos, mas nossos resultados mostraram o oposto”.
Para os interessados em finanças comportamentais é uma leitura obrigatória.
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