Nas últimas vezes em que o governo teve que injetar grandes somas de recursos em empresas estatais, a criatividade sempre esteve presente. No caso da megacapitalização da Petrobras, o lastro usado foi o direito de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal. Teve também os aportes do fundo soberano (que a princípio investiria na compra de dólares e em ativos no exterior) em oferta pública de ações do Banco do Brasil e também da Petrobras. Em conjunto, houve uma série de complicadas reestruturações societárias que envolviam, principalmente, a troca de excedente de controle em uma estatal pela possibilidade de injetar mais recursos em outra.
(...) O que chama atenção nessa operação é o montante total, de R$ 21,1 bilhões, e também o fato de ser usada pela primeira vez com o Banco do Brasil. Antes disso, o BB só tinha captado instrumentos híbridos em condições de mercado. Os bônus perpétuos do banco, no valor total de US$ 3,25 bilhões, tem custo em dólar entre 8,5% e 9,25% ao ano. Bem mais caro, portanto, do que será cobrado pela União.
Criatividade marca capitalizações do governo em estatais - Valor Econômico - 27 set 2012 - Fernando Torres
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