Enquanto alguns países do mundo acreditam que o estado é o único capaz de agir em certos tipos de segmentos, os países mais avançados consideram que a iniciativa privada é muito mais competente e ágil.
No século dezenove diversos aventureiros buscaram atingir o Ártico. Uma análise destas expedições mostrou que as financiadas pelo dinheiro do contribuinte tinham melhores equipamentos e um número maior de pessoas. Mas a maioria dos achados ocorreu nas expedições menores, com menos pessoas, que eram financiadas pela iniciativa privada.
A lição de mais de cem anos atrás está sendo usada na exploração do espaço. Em 2004, o então presidente Bush anunciou que a exploração do espaço deveria contar com a participação da iniciativa privada. O presidente Obama encorajou mais ainda esta filosofia, ao aposentar o programa de ônibus espacial. Isto significa dizer que a Nasa deve contratar terceiros para mandar instrumentos e astronautas para o espaço.
Parece loucura, mas existem interessados. Pelo menos doze empresas estão competindo para criar veículos reutilizáveis, denominados SRVS, que levaram carga ou seres humanos para o espaço. Inicialmente o objetivo é levar carga para Estação Espacial Internacional. Mas existem empresas que estão aproveitando a oportunidade para vender passagens aos interessados em passear longe da terra. Entre as empresas, uma apoiada pela Amazon e outra pela Virgin, ambas bem estabelecidas no seu ramo de atuação.
Uma das empresas já está oferecendo passeios espaciais pela módica quantia de 95 mil dólares para 2013.
A Virgin planeja um voo com oito pessoas numa viagem de duas horas e meia com cinco minutos de ausência de peso. A empresa já possui 530 inscritos para esta viagem, com um custo de 200 mil dólares por pessoa. Entre os inscritos, Ashton Kutcher. Apesar do preço salgado, é muito menor que os 10 milhões de dólares que os contribuintes brasileiros pagaram para levar um astronauta para o espaço. E a frequência da viagem pode fazer o preço reduzir ainda mais no futuro.
A presença da iniciativa privada faz com que a viagem espacial, antes restrita a pessoas altamente preparadas, mais com gastos elevados para os contribuintes, possa ser algo muito mais próximo do turismo que hoje conhecemos. Com a vantagem de não mexer no bolso do contribuinte, como ocorreu no passado.
Isto pode fazer com que as viagens espaciais sejam, nos próximos anos, ao corriqueiro.
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