Páginas

12 julho 2012

Educação e Finanças Comportamentais

Desde que surgiu, na década de setenta, as finanças comportamentais tem sido usada em diversos campos. Uma pesquisa recente, realizada nas escolas da cidade de Chicago, mostrou que é possível aplicar os conceitos desta área na questão dos incentivos aos estudantes.

Recentemente, algumas tentativas têm sido realizadas no sentido de dar incentivos financeiros para os alunos aprenderem. Os alunos que conseguem mostrar que conhecem o conteúdo são premiados com dinheiro. A pesquisa realizada leva o que nós conhecemos na área comportamental para a escola. Os estudiosos fizeram uma série de experimentos para saber qual tipo de incentivo funciona.

Usando testes aplicados a alunos, com duração entre 15 a 60 minutos, procurou-se saber se o dinheiro dado para os estudantes pelo seu desempenho ou a recompensa não monetária (um troféu) funciona. Para fazer sua pesquisa, os alunos ficaram sabendo do incentivo imediatamente antes do teste que eles teriam que responder. Isto garante que os alunos não se preparariam para a avaliação somente com a finalidade de ganhar o prêmio.

Para garantir a qualidade dos resultados, os alunos eram sorteados quanto ao tipo de incentivo: baixo incentivo financeiro (dez dólares), alto incentivo (vinte dólares) e incentivo não monetário. Os resultados encontrados são interessantes. Os pesquisadores encontraram que os incentivos monetários funcionam, incluindo aqui o tamanho: quem ganhou mais (vinte dólares) teve um desempenho superior a quem ganhou menos (dez dólares).  Além disto, os incentivos são mais poderosos quando parece envolver “perdas”. É o conceito de aversão à perda em funcionamento: sob a ameaça de perder dinheiro, o esforço, e o resultado, é melhor.

Mas os resultados mostram que a questão do incentivo, e seu funcionamento, é complicado, variando conforme o gênero, a idade e outras características do estudante. Por exemplo, os incentivos não financeiros têm efeitos sobre o desempenho, principalmente entre os mais jovens. Já nos alunos mais velhos a recompensa financeira funcionou melhor.

Um aspecto curioso da pesquisa: quando a recompensa é dada um a dois meses após o resultado – e não logo após - o desempenho do teste não apresenta melhoria. Em termos financeiros isto confirma uma desconfiança antiga dos pesquisadores sobre os jovens: eles possuem uma elevada taxa de desconto. (Quando a taxa de desconto é muito alta, o valor atual do prêmio é muito menor, tendo pouco efeito sobre o comportamento do aluno)

Para ler mais:
LEVITT, S; LIST, J; NECKERMANN, S; SADOFF, S. The Behavioralist goes to School: Leveraging Behavioral Economics to Improve Educational Perfomance. NBER, 18165

Nenhum comentário:

Postar um comentário