Recebi do prof. César Tibúrcio (UNB) a indicação de um post do blog "Grumpy Old contabilistas", mantido pelos professores Anthony H. CATANACH JR (School of Business at Villanova University) e J. Edward KETZ (Smeal College of Business at Pennsylvania State University). O posto tem um título muito interessante: "A READING LIST FOR ACCOUNTING CSI’S"
O título do post é sugestivo pois compara os contadores aos CSI criminais, ao indicar principalmente livros de Análise de Balanço. A lista oferecida foi publicada com a seguinte justificativa em sua introdução:
"De vez em quando, nossos leitores nos solicitam uma lista de "leitura obrigatória" de textos sobre análise contábil e financeira. Vários fizeram este pedido recentemente, então aqui está ela, com uma ressalva importante. Considerando que nossos leitores têm experiências, interesses e habilidades diversas, é improvável que nossa lista atenda aos interesses de cada indivíduo. Assim, na melhor das hipóteses, esperamos satisfazer as necessidades educacionais de tantos leitores quanto possível. Na pior das hipóteses, nós podemos ter fornecido um bom remédio para a insônia". (livre tradução)
Além de textos sobre análise contábil e financeira, o post traz a indicação de livros e autores sobre outros temas: Contabilidade intermediária; Fraudes contábeis “Cook Books”; Histórias e estudos de caso.
Ao ler este texto sobre o "Accounting CSI" me lembrei de um texto que li há alguns anos anos, com título também bem sugestivo: "THE SHERLOCK HOLMES OF ACCOUNTING", uma matéria da Bussinesweek que fala de Howard M. SCHILIT, professor de contabilidade da American University, que conseguia ver além dos números dos balanços das empresas, a partir de profunda e reflexiva análise dos balanços e que rendeu o apelido de Sherlock Holmes da Contabilidade. SCHILIT é um dos autores citado na lista acima.
SCHILIT é conhecido por seus relatórios precisos sobre a situação financeiras das empresas que ele "investiga". Normalmente ele em seus relatórios não chega alegar que os problemas detectados são decorrentes de fraudes contábeis. De acordo com a matéria as técnicas de contabilidade que ele destaca em seus relatórios são permitidas sob os princípios contábeis (USGAAP). O articulista lembra que as regras dos USGGAP estão sujeitas a ampla interpretação - e as empresas têm grande margem de manobra na sua escolha: conservadoramente ou agressivamente representando transações financeiras. Segundo a Bussines Week o objetivo de Schilit é certificar-se de que os investidores saibam se realmente são sólidos os números apresentados nos balanços das empresas. Vale a pena ler esta matéria, apesar de antiga (1984), pois em tempos de IFRS e de "subjetivismo responsável" todo cuidado é pouco na hora de analisar balanços.
Um curiosidade: Veja um trecho do depoimento de SCHILIT na SEC sobre a independência do auditores independentes (Clique aqui).
Aproveito para indicar um livro mais recente, "Warren Buffet e análise de balanços" (BUFFET, Mary & CLARK, David. Rio de janeiro: Sextante, 2010). No livro os autores apresentam o que o mega investidor consegue ver além do balanço. Em certo momento traz uma citação do próprio Warren Buffet:
“Você precisa entender de contabilidade e deve compreender as nuances dessa ciência. Esse é o idioma dos negócios, um idioma imperfeito, porém, a menos que esteja disposto a fazer o esforço de aprender contabilidade – como ler e analisar demonstrações financeiras -, não deveria escolher ações por conta própria”
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