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03 julho 2012

Braskem

O governo atua na economia tem a tendência de proteger os produtores, mas não os consumidores. Veja o exemplo da Braskem:

(...) a união com a Quattor rendeu tudo o que se poderia esperar: de fato, nasceu ali um dos mercados mais concentrados do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 30 petroquímicas que produzem resinas plásticas e a maior, a Exxon, tem menos de 15% de participação de mercado. No Brasil, a Braskem tem 68% do mercado, e nos seus principais segmentos só concorre com empresas estrangeiras que exportam para o Brasil. Segundo a clientela da Braskem, a união com a Quattor, como era de esperar, distorceu os preços no setor. O preço médio das resinas subiu 18%no Brasil desde janeiro de 2010, enquanto caiu ou subiu de forma modesta no mercado internacional, segundo um recém-concluído relatório da Abiplast, entidade que reúne os fabricantes de plásticos, ao qual EXAME teve acesso. De novo, é algo até certo ponto natural num mercado tão concentrado.

À época da fusão com a Quattor, a Braskem chegou a dizer a clientes que os preços cairiam após a integração, porque seus custos diminuiriam com a sinergia gerada (que, segundo a empresa, foram de 400 milhões de reais). Para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a operação, o poder de fogo da Braskem seria regulado pelo mercado externo: se os valores subissem aqui, as fabricantes de plásticos poderiam comprar a resina no exterior. Mas, como o recente aumento de preços demonstra, não é bem isso que vem acontecendo: importar resinas como as produzidas pela Braskem não é tão simples quanto parecia.


Muito poder, pouco dinheiro - 27 de Junho de 2012 - Exame - Daniel Leb Sasaki

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