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18 maio 2012

Mudando o discurso


Um artigo sobre a saída da Grécia da zona do Euro (Nunca diga nunca, URI, FRIEDMAN, FOREIGN POLICY - O Estado de S.Paulo, 17 de maio de 2012, B11) mostra a mudança no discurso sobre o assunto. Fiz uma breve compilação das frases:

Luc Coene, membro do conselho do Banco Central Europeu e governador do Banco Nacional da Bélgica.
Antes: “[a Europa] se mostraria totalmente unida na defesa do sistema [caso a Grécia deixasse a zona do euro. tal cenário lhe parecia] completamente inconcebível".
Agora: "um divórcio amigável - caso um dia se torne necessário - seria possível" (...)"O ideal seria que todos os países-membros continuassem no clube - isso seria melhor para todos, até para os gregos", destacou ele. "Mas é claro que, se um membro decidir que não tem mais interesses em comum com o restante do grupo, temos de permitir a saída deste - trata-se de algo inerente à democracia."


Wolfgang Schaeuble, ministro alemão de Finanças.


Antes: (...)os representantes europeus "não pretendem jogar dinheiro num buraco sem fundo"
Agora: "Queremos que a Grécia fique na zona do euro. Mas o país também precisa desejá-lo e aceitar os compromissos exigidos. Não podemos obrigar ninguém a fazê-lo. A Europa não vai afundar tão rapidamente." 


Olli Rehn, comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários.
Antes: Em maio do ano passado, Rehn disse ao Der Spiegel que não considerava a saída da Grécia da zona do euro uma "opção séria". Tal curso "prejudicaria a economia grega e representaria um retrocesso para a integração europeia", explicou ele. "O euro é mais do que uma moeda; é o principal projeto político da nossa comunidade. Esse é mais um motivo pelo qual não aceitaríamos uma saída da Grécia." Em setembro, ele reiterou que os governantes europeus não permitiriam que a Grécia deixasse o euro porque isso "provocaria um imenso estrago econômico e social, não apenas à Grécia mas à União Europeia como um todo, trazendo consequências para toda a economia mundial".
Agora: "A bola está agora com os gregos, é a sua vez de jogar. Para a Grécia e os cidadãos gregos, principalmente os mais pobres, o resultado de uma saída do euro seria muito pior do que para a Europa"


Jens Weidmann, membro do conselho do Banco Central Europeu e presidente do Deutsche Bundesbank.
Antes: "Este não é um debate do qual eu gostaria de participar".
Agora:  "essa será uma decisão democrática", mas uma decisão que obrigaria os países doadores a interromper a ajuda financeira à Grécia.
Além de "não ter precedentes históricos e estar associada a grande dose de incerteza", uma saída seria também "mais grave" para a Grécia do que para os demais países da zona do euro, acrescentou ele.


Pia Ahrenkilde Hansen, porta-voz da Comissão Europeia.
Antes: "Não podemos permitir que a zona do euro se fragmente, nem a UE, porque isso contrariaria o interesse geral do povo europeu como um todo". 
Agora: "desejamos que a Grécia permaneça na zona do euro e esperamos que ela permaneça na zona do euro". "São realmente muitas as questões sendo levantadas e há muito que continua em aberto em relação à Grécia; a maioria das respostas deve ser dada pelos gregos e cabe a nós respeitar o processo político que se desenvolve no país"

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