Definição – Mede o investimento que uma empresa está fazendo nos ativos de longo prazo em relação a depreciação. Corresponde a reposição e expansão dos ativos de longo prazo.
Fórmula – Investimento sobre Depreciação = (Fluxo de Caixa dos Investimentos Bruto de longo prazo / Depreciação )
Sendo
Fluxo de Caixa de Investimento Bruto de Longo Prazo – corresponde ao valor bruto investido em máquinas, equipamentos, veículos, instalações, etc.
Depreciação – refere-se a despesa de depreciação do ativo não circulante durante o exercício.
Unidade de Medida – O índice está expresso em valores unitários.
Intervalo da medida – O índice pode variar entre zero a infinito. Valores próximos a unidade indicam que o investimento bruto corresponde ao valor depreciado durante o exercício. Valores acima da unidade indicam um crescimento no investimento em relação a depreciação. Valores abaixo da unidade correspondem à situação onde o montante investido pela empresa é inferior ao valor depreciado, podendo existir um sucateamento dos ativos de longo prazo.
Como calcular – O índice pode ser obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa da empresa e nas notas explicativas.
A figura a seguir mostra a DFC da Natura para 2011, em milhares de reais.
A primeira linha após o lucro líquido diz respeito a depreciação e amortização de 2011 e 2010, com valores de 110 milhões e 89 milhões.
A figura acima mostra que a empresa gastou R$346 e 237 milhões em investimento bruto. Assim, o índice seria:
Investimento sobre Depreciação 2011 = 346 367 / 109 921 = 3,15
Investimento sobre Depreciação 2010 = 236 876 / 88 848 = 2,67
A empresa investiu 3,15 vezes a depreciação, indicando uma forte expansão no parque industrial.
Grau de utilidade – Regular. Indicado para empresas industriais e quando o analista pretende verificar a política de investimento da empresa.
Controvérsia de Medida – Alguma. Este é um índice de longo prazo da empresa.
Observações Adicionais
a) Quando a finalidade da empresa é permanecer no mercado, ou quando o setor de atuação terá um crescimento vegetativo, este índice deve estar próximo a unidade;
b) Valores muito elevados podem ser perigosos. Nestas situações, a empresa pode estar investindo muito acima da capacidade do mercado em absorver seus produtos. Isto poderá implicar em capacidade ociosa no futuro;
c) Valores reduzidos, próximos de zero, podem indicar uma política de redução perigosa de investimento, que compromete a participação do mercado no futuro.
d) Para as empresas com sazonalidade de investimento, este índice deve ser considerado no longo prazo. Estas empresas geralmente apresentam ciclos com elevada concentração de investimento, podendo também apresentar índices reduzidos durante um longo período de tempo. Neste caso, o acompanhamento do índice pode ser interessante para verificar quando ocorrerão os momentos de investimentos.
e) No longo prazo este índice deveria corresponder a taxa de crescimento do seu mercado mais a unidade. Assim, se o mercado de atuação possui uma projeção de crescimento de 15% ao ano, este índice deveria ter um valor de 1,15.
Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: Composição do endividamento, Cobertura de Dívidas, Cobertura de investimento, Prazo de Pagamento a Fornecedores, Taxa de Queima, Fluxo sobre lucro, Prazo de Estocagem, Margem Líquida, Giro do Ativo, P/L, Retorno sobre Patrimônio Líquido, Endividamento Oneroso, Endividamento, Ebitda, Margem Operacional, NIG sobre Vendas, Valor do Empreendimento, Capitalização, Margem Bruta, ROI e Liquidez Corrente
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