O Estado de SPaulo publicou no sábado um notícia sobre um fundo, gerenciado pelo BTG, que teve uma rentabilidade de 400% em 2011. A notícia chama atenção pela estranheza de diversos fatos:
O desempenho, muito superior à média de fundos do mesmo segmento (na faixa dos 25%), chamou a atenção do mercado financeiro (...)
Criado em agosto de 2010, o Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado Bintang - Investimento no Exterior tem um único cotista e começou com patrimônio de R$ 3,9 milhões. Na última quinta-feira, já eram pouco mais de R$ 50 milhões, um avanço de 1.182%. "É uma rentabilidade absolutamente fora dos padrões", disse uma fonte de mercado.
O BTG Pactual e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não informaram quem é o cotista, sob o argumento de que se trata de informação sigilosa.
O gráfico com a oscilação do Bintang revela que, entre julho e setembro do ano passado, o patrimônio cresceu quase 100% - de R$ 20 milhões para R$ 38 milhões, segundo dados disponíveis no site da CVM.
Em 31 de agosto de 2011, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu inesperadamente a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano. Na ocasião, todas as 73 instituições financeiras consultadas em uma pesquisa da Agência Estado esperavam que a taxa seria mantida nos 12,5%.
(...) O Bintang, que significa estrela em indonésio, tem na carteira basicamente opções de compra e venda de taxas de juros. Nesses papéis, negociados na BM&FBovespa, o investidor aposta no que vai acontecer com a Selic. Em alguns momentos de 2011, o fundo aplicou praticamente todo o patrimônio de que dispunha nesses papéis.
(...) "Se acertasse, como acertou, ganharia uma fortuna. Mas, se errasse, perderia tudo", disse uma fonte.
(...) Embora o regulamento fale em "investimento no exterior", a carteira do Bintang mostra que só há operações com ativos negociados no Brasil.
30 abril 2012
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