Páginas
▼
30 abril 2012
Lucro Econômico
Definição – Corresponde ao lucro líquido obtido pela empresa deduzido do custo de oportunidade para os acionistas.
Fórmulas – Lucro Econômico = Lucro Líquido – Custo de Oportunidade dos Acionistas x Patrimônio Líquido inicial
Lucro Líquido – resultado líquido da empresa, após o pagamento de despesas financeiras e impostos.
Custo de Oportunidade dos Acionistas – corresponde a percentagem da alternativa de investimento dos acionistas.
Patrimônio Líquido Inicial – refere-se ao patrimônio líquido contábil inicial
Unidade de Medida – Em unidades monetárias.
Intervalo da medida – O índice pode ser negativo ou positivo e os valores podem variar neste intervalo.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração do resultado, no balanço patrimonial e através de dados do mercado. Vamos mostrar como se calcula este índice através da empresa Arezzo. A seguir um extrato da Demonstração do resultado
A empresa obteve um lucro de 91,6 milhões de reais em 2011. O valor do Patrimônio Líquido inicial é dado na figura a seguir:
A determinação do custo de oportunidade dos acionistas é a parte mais difícil. Existem diversas fórmulas de cálculo que podem ser usadas, incluindo o custo dado pelo CAPM, método build-up, pesquisa de mercado entre outras. Para o detalhamento destes métodos seriam necessárias diversas postagens. Vamos adotar aqui dois métodos: um simplista, mas polêmico, de usar a rentabilidade de um investimento no mercado; e outro, baseado no CAPM.
Para o primeiro método iremos considerar a rentabilidade da poupança. A figura mostra que em 2011 este investimento teve um retorno mínimo de 7,5%:
Usando este valor o lucro econômico da empresa será:
Lucro Econômico em 2011 = 91 613 – 7,5% x 146 218 = 80 646
A empresa gerou um lucro econômico de 80,6 milhões de reais.O método do CAPM utiliza a expressão:
Custo de Oportunidade = Retorno do Título sem Risco + (Prêmio do Mercado) x Beta
O beta é calculado para empresas com ações no mercado de capitais. Para a Arezzo encontramos o seguinte beta:
Usaremos aqui um prêmio de 6% do mercado. Assim, o custo de oportunidade será dado por:
Custo de Oportunidade – CAPM = 7,5% + 6% x 0,6676 = 11,51%
(Estamos assumindo de forma simplificada alguns valores nestes cálculos)
O Lucro Econômico, usando este custo de oportunidade, é de:
Lucro Econômico = 91 613 – 0,1151 x 146 218 = 74 789
Indicando que a empresa obteve um lucro econômico de 74,8 milhões de reais.
Grau de utilidade – Elevado. Apesar de o índice ser mais fácil de calcular para empresas com capital na bolsa de valores, qualquer empresa pode ter seu lucro econômico determinado. O índice é útil, pois mostra se a empresa agregou valor para seus acionistas no período considerado. Valores negativos indicariam que a empresa destruiu valor no exercício.
Controvérsia de Medida – Muitas. Além dos problemas relacionados com o custo de oportunidade existem as questões relacionadas com o capital próprio (usamos o inicial, o médio ou o final?). Observe que o PL inicial da empresa que usamos para exemplificar o índice era de 146 milhões e o PL final era de 384 milhões. Esta variação ocorreu pelo aumento de capital da empresa e pela retenção dos lucros. Se um investidor tivesse comprado ações após o aumento de capital o uso do PL inicial não seria o mais recomendável. Isto significa dizer que os cálculos de diferentes analistas para o lucro econômico não serão iguais.
Observações Adicionais
a) Se a análise for realizada para uma empresa de capital fechado, podemos usar parâmetros de empresas similares com ações negociadas no mercado de capitais, acrescido de um prêmio pela iliquidez das ações.
b) Usamos o lucro econômico em termos do passado. Este índice é muito útil quando se considera os valores projetados. A teoria de finanças mostra que o lucro econômico projetado, a valor presente, corresponde ao valor da empresa.
c) Poderíamos afirmar que uma empresa deveria ter um lucro econômico positivo. Entretanto, em fase de expansão, é possível que uma empresa tenha lucro econômico negativo em alguns períodos. Isto ocorre em razão do volume elevado de investimento realizado e da baixa margem de lucro nestes períodos.
d) No longo prazo uma empresa deve ter valores positivos para o lucro econômico. É uma condição essencial para sobrevivência no longo prazo.
e) Em razão da dificuldade de cálculo do custo de oportunidade dos acionistas, é comum encontrar utilização de fórmulas que tentam aproximar deste valor.
Esta é a penúltima postagem de uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: FCO sobre Ativo, FCO sobre Passivo, Retorno Total, Crescimento Sustentável, FC sobre VE, FC sobre Vendas, PLC, FCL sobre VE, Distribuição do Valor adicionado, Lucro Líquido sobre Ativo, Dividendo por lucro, Lucro por ação, Preço sobre vendas, Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre Depreciação, Composição do Endividamento, Cobertura de dívida,. Cobertura de investimento, Prazo de Pagamento a Fornecedores, Taxa de Queima, Prazo de Estocagem, Valor Adicionado sobre Receita, Margem Líquida, Giro do Ativo, P/L, RSPL, Endividamento Oneroso, Endividamento, Fluxo de Caixa Livre, Ebitda, Margem Operacional, NIG sobre Vendas, Valor do Empreendimento, Capitalização, Margem Bruta, ROI e Liquidez Corrente
Esta é a penúltima postagem de uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: FCO sobre Ativo, FCO sobre Passivo, Retorno Total, Crescimento Sustentável, FC sobre VE, FC sobre Vendas, PLC, FCL sobre VE, Distribuição do Valor adicionado, Lucro Líquido sobre Ativo, Dividendo por lucro, Lucro por ação, Preço sobre vendas, Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre Depreciação, Composição do Endividamento, Cobertura de dívida,. Cobertura de investimento, Prazo de Pagamento a Fornecedores, Taxa de Queima, Prazo de Estocagem, Valor Adicionado sobre Receita, Margem Líquida, Giro do Ativo, P/L, RSPL, Endividamento Oneroso, Endividamento, Fluxo de Caixa Livre, Ebitda, Margem Operacional, NIG sobre Vendas, Valor do Empreendimento, Capitalização, Margem Bruta, ROI e Liquidez Corrente
Ebitda e Fluxo de Caixa
Quando publiquei uma série de postagens sobre índices para análise das demonstrações contábeis recebi alguns comentários interessantes. Um deles fazia um link com um texto publicado no Valor Econômico de 17 de abril de 2012 analisando a relação entre Ebitda e Fluxo de Caixa (Fluxo operacional de caixa pode ser fração pequena do Ebitda, Fernando Torres )
É importante destacar que fiz uma postagem específica sobre o Ebitda no dia 14 de março (antes, portanto, da publicação do texto). Nesta postagem escrevi o seguinte:
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelos índices mais conservadores.
Isto significa dizer que Ebitda não é caixa e desconfie de quem utilize este índice. Voltando ao texto, o mesmo descreve um estudo feito por Oscar Malvessi sobre o assunto. A principal conclusão:
Um grupo de 13 companhias abertas registrou Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 20,25 bilhões no período de dois anos até setembro do ano passado. Em igual intervalo, o fluxo de caixa operacional das companhias foi de apenas R$ 670 milhões.
Duas ressalvas relevantes: a amostra é pouco representativa (somente 13 empresas) e o estudo usou números absolutos, que tende a enviesar o resultado. O texto prossegue mais adiante:
Mas a magnitude chama a atenção e causa estranheza que os agentes financeiros aceitem uma medida como aproximação da outra sem muitos questionamentos.
Como foi dito numa época inglória do passado, uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. No caso do Ebitda, não se trata de mentira, mas de uma simplificação, que às vezes pode ser exagerada, e levar a conclusões erradas.
Nada a acrescentar aqui. Continua o texto:
A amostra do estudo foi escolhida pelo próprio professor e teve como base as empresas citadas na reportagem "Ajuste bilionário", publicada em setembro pelo Valor. Nela, o jornal mostrava a diferença entre resultados "alternativos", como "Ebitda ajustado" ou "lucro ajustado", dos indicadores calculados da forma tradicional, o "Ebitda puro" e o "lucro puro".
Não necessariamente essas 13 empresas são destaques em termos de diferença entre o Ebitda e o fluxo de caixa operacional. Ou seja, desse ponto de vista, a amostra é praticamente aleatória.
Discordo do texto. A amostra é por conveniência, não aleatória. Na realidade, a amostra provavelmente é enviesada, no sentido de que usou casos coletados pelo jornal para destacar o ponto de vista do responsável pela reportagem (lembremos de Heisenberg !). Mais adiante:
Malvessi se diz especialmente preocupado com a disseminação do uso do Ebitda como indicador determinante para pagamento de bônus aos executivos. Para ele, o indicador poderia ser usado no máximo para medir o resultado operacional no nível gerencial.
Louvável a preocupação de Malvessi, mas acho que nem para resultado operacional o índice deve ser usado.
Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec, a associação dos analistas de investimentos, entende que foi a simplicidade que fez o Ebitda cair nas graças de seus colegas. "Eles gostam porque é simples de calcular. Isso torna a medida muito fácil de utilizar. E o mercado tem como característica eleger indicadores práticos", afirma.
Entre calcular um índice que não diz muita coisa e usar o lucro operacional, o analista prefere seu cálculo. É estranha esta afirmação; acredito que o Ebitda caiu nas graças do mercado através dos executivos das empresas, que descobriram um valor que “quase sempre” apresentava um resultado positivo. E quando isto não ocorria, poderiam “ajustá-lo” baseado numa justificativa qualquer.
É importante destacar que fiz uma postagem específica sobre o Ebitda no dia 14 de março (antes, portanto, da publicação do texto). Nesta postagem escrevi o seguinte:
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelos índices mais conservadores.
Isto significa dizer que Ebitda não é caixa e desconfie de quem utilize este índice. Voltando ao texto, o mesmo descreve um estudo feito por Oscar Malvessi sobre o assunto. A principal conclusão:
Um grupo de 13 companhias abertas registrou Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 20,25 bilhões no período de dois anos até setembro do ano passado. Em igual intervalo, o fluxo de caixa operacional das companhias foi de apenas R$ 670 milhões.
Duas ressalvas relevantes: a amostra é pouco representativa (somente 13 empresas) e o estudo usou números absolutos, que tende a enviesar o resultado. O texto prossegue mais adiante:
Mas a magnitude chama a atenção e causa estranheza que os agentes financeiros aceitem uma medida como aproximação da outra sem muitos questionamentos.
Como foi dito numa época inglória do passado, uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. No caso do Ebitda, não se trata de mentira, mas de uma simplificação, que às vezes pode ser exagerada, e levar a conclusões erradas.
Nada a acrescentar aqui. Continua o texto:
A amostra do estudo foi escolhida pelo próprio professor e teve como base as empresas citadas na reportagem "Ajuste bilionário", publicada em setembro pelo Valor. Nela, o jornal mostrava a diferença entre resultados "alternativos", como "Ebitda ajustado" ou "lucro ajustado", dos indicadores calculados da forma tradicional, o "Ebitda puro" e o "lucro puro".
Não necessariamente essas 13 empresas são destaques em termos de diferença entre o Ebitda e o fluxo de caixa operacional. Ou seja, desse ponto de vista, a amostra é praticamente aleatória.
Discordo do texto. A amostra é por conveniência, não aleatória. Na realidade, a amostra provavelmente é enviesada, no sentido de que usou casos coletados pelo jornal para destacar o ponto de vista do responsável pela reportagem (lembremos de Heisenberg !). Mais adiante:
Malvessi se diz especialmente preocupado com a disseminação do uso do Ebitda como indicador determinante para pagamento de bônus aos executivos. Para ele, o indicador poderia ser usado no máximo para medir o resultado operacional no nível gerencial.
Louvável a preocupação de Malvessi, mas acho que nem para resultado operacional o índice deve ser usado.
Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec, a associação dos analistas de investimentos, entende que foi a simplicidade que fez o Ebitda cair nas graças de seus colegas. "Eles gostam porque é simples de calcular. Isso torna a medida muito fácil de utilizar. E o mercado tem como característica eleger indicadores práticos", afirma.
Entre calcular um índice que não diz muita coisa e usar o lucro operacional, o analista prefere seu cálculo. É estranha esta afirmação; acredito que o Ebitda caiu nas graças do mercado através dos executivos das empresas, que descobriram um valor que “quase sempre” apresentava um resultado positivo. E quando isto não ocorria, poderiam “ajustá-lo” baseado numa justificativa qualquer.
Margem Líquida
De carona no aumento da renda do brasileiro e na ascensão das classes sociais, os supermercados ampliaram a margem de lucro para níveis recordes no ano passado. Em 2011, a margem de lucro líquido do varejo de autosserviço atingiu 2,7% sobre o faturamento anual de R$ 227,2 bilhões, aponta 41.º Relatório Anual da revista Supermercado Moderno.
(...)"Historicamente, a margem média gira em torno de 1,9% e nunca chegou perto de 3% sobre a receita, como ocorreu no ano passado", afirma Valdir Orsetti, responsável pela pesquisa. Em 2009 e 2010, as margens de lucro, descontados os impostos, foram de 1,77% e de 2,05%, respectivamente.
A pesquisa mostra que os varejistas aproveitaram para melhorar as margens no ano passado em relação ao anterior exatamente em seções das lojas nas quais as comparações de preços com os concorrentes são mais difíceis, porque os produtos são diferenciados, o consumidor tem menor memória de preços e, além disso, está disposto a desembolsar mais. "O consumidor não sabe quanto vale uma xícara, mas sabe exatamente quanto custa um pacote de arroz ou feijão", exemplifica Orsetti.
De acordo com a pesquisa, a seção que mais ampliou a margem de remuneração no ano passado na comparação com o anterior foi padaria e confeitaria, seguida pela seção de higiene e beleza e a de bazar. "É possível fazer um pão mais incrementado e cobrar mais", diz ele.
Sobre a Margem Líquida, leia mais aqui.
(...)"Historicamente, a margem média gira em torno de 1,9% e nunca chegou perto de 3% sobre a receita, como ocorreu no ano passado", afirma Valdir Orsetti, responsável pela pesquisa. Em 2009 e 2010, as margens de lucro, descontados os impostos, foram de 1,77% e de 2,05%, respectivamente.
A pesquisa mostra que os varejistas aproveitaram para melhorar as margens no ano passado em relação ao anterior exatamente em seções das lojas nas quais as comparações de preços com os concorrentes são mais difíceis, porque os produtos são diferenciados, o consumidor tem menor memória de preços e, além disso, está disposto a desembolsar mais. "O consumidor não sabe quanto vale uma xícara, mas sabe exatamente quanto custa um pacote de arroz ou feijão", exemplifica Orsetti.
De acordo com a pesquisa, a seção que mais ampliou a margem de remuneração no ano passado na comparação com o anterior foi padaria e confeitaria, seguida pela seção de higiene e beleza e a de bazar. "É possível fazer um pão mais incrementado e cobrar mais", diz ele.
Sobre a Margem Líquida, leia mais aqui.
Herz
Robert H. Herz foi escolhido para integrar o Accounting Hall of Fame. Herz comandou o Fasb num período de extrema turbulência, entre 2002 a 2010, onde a entidade teve que enfrentar os problemas decorrentes dos escândalos contábeis e da crise financeira. Sob a presidência de Herz o Fasb assinou o Acordo de Norwalk, onde inicia o processo de convergência dos EUA às normas internacionais. Além disto, Herz também serviu ao International Accounting Standards Committee (IASC), além de ter sido partner da PriceWaterhouseCoopers (PWC).
Earnings Management
Uma das áreas de pesquisa na contabilidade é aquela que tenta verificar a alteração nos dados contábeis. Isto pode ser realizado a partir de escolhas contábeis. Por exemplo, as alternativas existentes podem conduzir a resultados do exercício diferentes, aumentando ou diminuindo o lucro da empresa.
O grande problema para este tipo de pesquisa é a dificuldade de associar uma escolha contábil nas empresas a uma política proposital de mudança nos resultados. Assim, uma empresa que escolhe o método PEPS para apurar seus estoques não está necessariamente interessada em ter um resultado maior ou menor (dependendo da variação dos preços).
Em geral as pesquisas sobre gerenciamento de resultados acreditam que podem verificar sua existência através da comparação entre os valores do regime de caixa em relação com o regime de competência. Isto corresponde aos denominados accruals.
Um dos problemas desta abordagem é que certos tipos de empresa possuem características de falso “gerenciamento de resultados”. Como este gerenciamento é medido pela diferença entre a competência e o caixa, estas empresas aparentemente estariam “gerenciando resultados” quando isto na realidade não ocorre. Uma destas situações ocorre numa empresa em crescimento. Neste caso, a empresa geralmente tem crescimento nos estoques e nos valores a receber, que representam alguns dos accruals mais relevantes. Mesmo sem manipular o resultado, estas empresas são “acusadas”, nas pesquisas, de fazê-lo.
Uma das pesquisadoras mais importantes nesta área, Patricia Dechow, publicou um artigo, em parceria com três outros pesquisadores, propondo um novo método para medir o gerenciamento dos resultados.
Aparentemente o método consegue melhorar o poder explicativo obtido nos testes estatísticos.
Leia mais em: Detecting Earnings Management: A New Approach – Patricia Dechow et alii.
Fonte da Imagem: aqui
O grande problema para este tipo de pesquisa é a dificuldade de associar uma escolha contábil nas empresas a uma política proposital de mudança nos resultados. Assim, uma empresa que escolhe o método PEPS para apurar seus estoques não está necessariamente interessada em ter um resultado maior ou menor (dependendo da variação dos preços).
Em geral as pesquisas sobre gerenciamento de resultados acreditam que podem verificar sua existência através da comparação entre os valores do regime de caixa em relação com o regime de competência. Isto corresponde aos denominados accruals.
Um dos problemas desta abordagem é que certos tipos de empresa possuem características de falso “gerenciamento de resultados”. Como este gerenciamento é medido pela diferença entre a competência e o caixa, estas empresas aparentemente estariam “gerenciando resultados” quando isto na realidade não ocorre. Uma destas situações ocorre numa empresa em crescimento. Neste caso, a empresa geralmente tem crescimento nos estoques e nos valores a receber, que representam alguns dos accruals mais relevantes. Mesmo sem manipular o resultado, estas empresas são “acusadas”, nas pesquisas, de fazê-lo.
Uma das pesquisadoras mais importantes nesta área, Patricia Dechow, publicou um artigo, em parceria com três outros pesquisadores, propondo um novo método para medir o gerenciamento dos resultados.
Aparentemente o método consegue melhorar o poder explicativo obtido nos testes estatísticos.
Leia mais em: Detecting Earnings Management: A New Approach – Patricia Dechow et alii.
Fonte da Imagem: aqui
Estranho
O Estado de SPaulo publicou no sábado um notícia sobre um fundo, gerenciado pelo BTG, que teve uma rentabilidade de 400% em 2011. A notícia chama atenção pela estranheza de diversos fatos:
O desempenho, muito superior à média de fundos do mesmo segmento (na faixa dos 25%), chamou a atenção do mercado financeiro (...)
Criado em agosto de 2010, o Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado Bintang - Investimento no Exterior tem um único cotista e começou com patrimônio de R$ 3,9 milhões. Na última quinta-feira, já eram pouco mais de R$ 50 milhões, um avanço de 1.182%. "É uma rentabilidade absolutamente fora dos padrões", disse uma fonte de mercado.
O BTG Pactual e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não informaram quem é o cotista, sob o argumento de que se trata de informação sigilosa.
O gráfico com a oscilação do Bintang revela que, entre julho e setembro do ano passado, o patrimônio cresceu quase 100% - de R$ 20 milhões para R$ 38 milhões, segundo dados disponíveis no site da CVM.
Em 31 de agosto de 2011, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu inesperadamente a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano. Na ocasião, todas as 73 instituições financeiras consultadas em uma pesquisa da Agência Estado esperavam que a taxa seria mantida nos 12,5%.
(...) O Bintang, que significa estrela em indonésio, tem na carteira basicamente opções de compra e venda de taxas de juros. Nesses papéis, negociados na BM&FBovespa, o investidor aposta no que vai acontecer com a Selic. Em alguns momentos de 2011, o fundo aplicou praticamente todo o patrimônio de que dispunha nesses papéis.
(...) "Se acertasse, como acertou, ganharia uma fortuna. Mas, se errasse, perderia tudo", disse uma fonte.
(...) Embora o regulamento fale em "investimento no exterior", a carteira do Bintang mostra que só há operações com ativos negociados no Brasil.
O desempenho, muito superior à média de fundos do mesmo segmento (na faixa dos 25%), chamou a atenção do mercado financeiro (...)
Criado em agosto de 2010, o Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado Bintang - Investimento no Exterior tem um único cotista e começou com patrimônio de R$ 3,9 milhões. Na última quinta-feira, já eram pouco mais de R$ 50 milhões, um avanço de 1.182%. "É uma rentabilidade absolutamente fora dos padrões", disse uma fonte de mercado.
O BTG Pactual e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não informaram quem é o cotista, sob o argumento de que se trata de informação sigilosa.
O gráfico com a oscilação do Bintang revela que, entre julho e setembro do ano passado, o patrimônio cresceu quase 100% - de R$ 20 milhões para R$ 38 milhões, segundo dados disponíveis no site da CVM.
Em 31 de agosto de 2011, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu inesperadamente a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano. Na ocasião, todas as 73 instituições financeiras consultadas em uma pesquisa da Agência Estado esperavam que a taxa seria mantida nos 12,5%.
(...) O Bintang, que significa estrela em indonésio, tem na carteira basicamente opções de compra e venda de taxas de juros. Nesses papéis, negociados na BM&FBovespa, o investidor aposta no que vai acontecer com a Selic. Em alguns momentos de 2011, o fundo aplicou praticamente todo o patrimônio de que dispunha nesses papéis.
(...) "Se acertasse, como acertou, ganharia uma fortuna. Mas, se errasse, perderia tudo", disse uma fonte.
(...) Embora o regulamento fale em "investimento no exterior", a carteira do Bintang mostra que só há operações com ativos negociados no Brasil.
29 abril 2012
Rir é o melhor remédio
A seguir, um comercial de uma agência de empregos denominado Grandma (em espanhol)
Pub Grand-Mère tuée encore et encore (Zonajobs... por Spi0n
Pub Grand-Mère tuée encore et encore (Zonajobs... por Spi0n
Correlação
O gráfico mostra a evolução histórica da correlação entre o mercado brasileiro (medido pelo Ibovespa) e o mercado dos Estados Unidos (Dow Jones) no período de 2001 até os dias de hoje. Cada ponto do gráfico corresponde a um dia de negociação nestes mercados. Para cada ponto foi calculada a correlação dos retornos dos mercados, usando os dados acumulados anuais. (a título de ilustração: no dia 25 de abril de 2005 calculou-se a correlação dos mercados entre 26 de abril de 2004 a 25 de abril de 2005)
Observe que em setembro de 2001 a correlação entre os mercados reduziu, voltando a aumentar logo após. Até meados de 2006 a correlação entre os dois mercados estava em torno de 0,4. Após este período a correlação sobe de patamar, sendo normal ultrapassa a 0,7. A crise de 2008 teve seus efeitos, reduzindo a correlação para valores abaixo de 0,6.
Isto significa dizer que os mercados possuem cada vez mais reações próximas. Para o investidor estrangeiro, o ganho de diversificação por investir no mercado brasileiro é cada vez menor no tempo. Para o investidor brasileiro, o comportamento do mercado está cada vez mais atrelado ao que ocorre no exterior.
Observe que em setembro de 2001 a correlação entre os mercados reduziu, voltando a aumentar logo após. Até meados de 2006 a correlação entre os dois mercados estava em torno de 0,4. Após este período a correlação sobe de patamar, sendo normal ultrapassa a 0,7. A crise de 2008 teve seus efeitos, reduzindo a correlação para valores abaixo de 0,6.
Isto significa dizer que os mercados possuem cada vez mais reações próximas. Para o investidor estrangeiro, o ganho de diversificação por investir no mercado brasileiro é cada vez menor no tempo. Para o investidor brasileiro, o comportamento do mercado está cada vez mais atrelado ao que ocorre no exterior.
Ilusão da Escolha
Clique na imagem para ver melhor. O gráfico mostra as principais marcas e sua relação com os grandes grupos (Coca, P&G, Mars etc)
28 abril 2012
Você já foi traído...
O mundo agora é tão moderno que as traições entre casais não acontecem apenas nos motéis ou quartos: elas também acontecem com as contas bancárias. Um novo estudo mostra que 46% das pessoas já cometeram infidelidades financeiras, ou seja, mentir sobre dinheiro para o companheiro.
Você tem uma chance para adivinhar qual foi o caso mais comum. E provavelmente acertou: mentiras sobre shopping e suas compras. E quem saiu vencedor? As mulheres. Mais de 25% das mulheres e 8% dos homens entrevistados fingiram que algo no armário estava velho e precisavam comprar um novo. Além disso, 32% das mulheres afirmaram ter escondido algo que haviam comprado.
“Nossa pesquisa mostra que o dinheiro pode ser um grande problema nas relações, caso o casal não pare um tempo para conversar sobre isso francamente”, afirma Martin Wolk, do site Today.com, um dos envolvidos na pesquisa.
Para você ter noção da importância da sinceridade financeira na relação (se é que já não sabe por experiência própria…), a pesquisa descobriu que cerca de 70% das mulheres e 63% dos homens pensam que a honestidade nesse ponto é tão importante quando a monogamia.
Menos de 10% confessou delitos mais graves, como contas de banco e cartões secretos. A desculpa principal é a diferença entre as ideias de como gastar dinheiro. O estudo foi realizado com mais de 23 mil pessoas, entre 18 e 80 anos.
Bem que dizem que sexo e dinheiro movem o mundo. E você, já fez ou faz algo do tipo?
Fontes: Aqui e aqui.
27 abril 2012
Teste 551
Eis um trecho de uma reportagem da Veja:
Mas não há risco de uma repetição do caso Encol, de 1999, quando a construtora quebrou e 40000 farm1ias perderam seus imóveis. Atualmente, a saúde financeira das empresas é muito mais sólida. Mesmo a Gafisa, que amargou o prejuízo bilionário, tem todas as condições para reverter o quadro. Além disso, hoje, cada empreendimento tem um CNPJ próprio, justamente para não entrar na massa falida em hipótese alguma. Desta vez, as chaves da casa nova podem demorar um pouco mais para chegar - mas chegarão. (Um Erro de Cálculo - 9 Abril 2012)
Qual o conceito contábil (princípio) usado pela revista neste trecho?
Resposta do Anterior: Doação condicional
Mas não há risco de uma repetição do caso Encol, de 1999, quando a construtora quebrou e 40000 farm1ias perderam seus imóveis. Atualmente, a saúde financeira das empresas é muito mais sólida. Mesmo a Gafisa, que amargou o prejuízo bilionário, tem todas as condições para reverter o quadro. Além disso, hoje, cada empreendimento tem um CNPJ próprio, justamente para não entrar na massa falida em hipótese alguma. Desta vez, as chaves da casa nova podem demorar um pouco mais para chegar - mas chegarão. (Um Erro de Cálculo - 9 Abril 2012)
Qual o conceito contábil (princípio) usado pela revista neste trecho?
Resposta do Anterior: Doação condicional
FCO sobre Passivo
Definição – O fluxo de caixa das operações sobre o passivo mostra se o caixa gerado com as operações é suficiente para pagar as dívidas com terceiros. Seu inverso mostra em quanto tempo o passivo pode ser quitado com o caixa das operações.
Fórmulas – FC sobre Passivo = (Fluxo de Caixa das Operações / Passivo)
Fluxo de Caixa das Operações – corresponde ao caixa gerado nas atividades operacionais da empresa.
Passivo – representa as obrigações com o capital de terceiros.
Unidade de Medida – Números absolutos. Se multiplicado por cem será em valores percentuais.
Intervalo da medida – O fluxo de caixa das operações pode assumir valores negativos ou positivos. Assim, o índice pode ser positivo ou negativo. Valores acima de -100% são raros, assim como valores superiores a 100%, que ocorrem em empresas com elevada geração de caixa e baixo endividamento.
Como calcular – Os valores são obtidos nas demonstrações dos fluxos de caixa e Balanço patrimonial.
Considere, a título de exemplo, as informações financeiras do Sport Club Corinthians para o ano de 2011. Parte do balanço encontra-se na figura a seguir:
O passivo do Corinthians é a soma do passivo circulante mais o passivo não circulante. Neste caso corresponde a R$688,5 milhões para o final de 2011. O fluxo das operações encontra-se na figura a seguir:
O fluxo de caixa é de 120 milhões de reais para 2011 e 33 milhões para 2010. O índice é dado por:
FCO sobre Passivo = 120,3 / 688,5 = 0,175
Ou seja, o fluxo gerado nas operações em 2011 conseguiria quitar um pouco mais de um sexto da dívida com terceiros. No ano de 2010 este valor seria de 0,089, indicando um aumento na capacidade de pagamento das dívidas com o caixa das operações. Outra forma de analisar este índice é calcular seu inverso:
Passivo sobre FCO = 688,5 / 120,3 = 5,7 anos
O clube levaria 5,7 anos para quitar a dívida com o caixa gerado internamente. No ano anterior seria de 11,2 anos. Esta melhoria deveu-se ao aumento no fluxo das operações, de 266%. Entretanto, o passivo também aumentou, numa proporção menor, em 87%.
Grau de utilidade – Moderado. As dívidas de funcionamento, relacionadas com o ciclo operacional, geralmente não são objeto de pagamento por parte da empresa. Neste sentido, usar o passivo oneroso seria mais interessante.
Controvérsia de Medida – Alguma. Existe a questão da utilização dos juros no FC das operações. Além disto, o uso do passivo talvez não seja a melhor opção, conforme discutido anteriormente.
Observações Adicionais
a) O índice pode ser calculado usando o passivo médio ou o passivo inicial. Estas duas opções implicaria em perda de uma informação. Para o caso do Corinthians, cujo passivo aumentou mais que o FCO, as alternativas aumentaria o índice, para 0,227 e 0,326, nesta ordem.
b) É importante verificar se o FCO está considerando ou não os juros (despesas financeiras). O correto é considerar os juros como parte do FC de financiamento.
c) Uma alternativa ao índice é usar somente o passivo oneroso. Para o caso do exemplo, considerando somente Empréstimos e Financiamentos, o valor do passivo oneroso seria de 53,7 milhões de reais, aumentando bastante o índice, para 2,24, indicando que o caixa operacional consegue pagar os financiamentos.
Banco Votorantim
O Valor apurou que os salários dos executivos do alto escalão, por exemplo, giravam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, mas os bônus superavam os milhões. Kuzuhara ganhou R$ 13 milhões num só ano. Os vice-presidentes ganharam um pouco menos, R$ 11 milhões. Mesmo em 2011, quando o BV teve prejuízo, os bônus individuais iriam alcançar R$ 4 milhões. Iriam. O Banco do Brasil proibiu a distribuição, dado o péssimo resultado do banco.
Em 2010, como comparação, a média paga pelo Bradesco aos diretores foi de R$ 3,7 milhões por executivo; no Itaú, R$ 8,1 milhões (R$ 5,2 milhões em bônus); e no Santander, R$ 4,7 milhões (R$ 2,8 milhões em bônus). Seguindo o que acontece nas empresas estatais, o Banco do Brasil tem uma remuneração mais baixa, de R$ 717 mil (R$ 246 mil em bônus). (Fonte: Banco do Brasil promove reviravolta no Votorantim, Valor Econômico, 9 de abr 2012)
Em 2010, como comparação, a média paga pelo Bradesco aos diretores foi de R$ 3,7 milhões por executivo; no Itaú, R$ 8,1 milhões (R$ 5,2 milhões em bônus); e no Santander, R$ 4,7 milhões (R$ 2,8 milhões em bônus). Seguindo o que acontece nas empresas estatais, o Banco do Brasil tem uma remuneração mais baixa, de R$ 717 mil (R$ 246 mil em bônus). (Fonte: Banco do Brasil promove reviravolta no Votorantim, Valor Econômico, 9 de abr 2012)
Contabilidade da construção civil
O ciclo de produção é longo, e a contabilidade, complicada e totalmente diferente — a receita é reconhecida conforme o percentual de execução das obras, distanciando o fluxo de caixa dos números contábeis. Além disso, são muitas as oportunidades de gerar lucro no curto prazo comprometendo a rentabilidade futura. Há quem defenda, por essas razões, que a figura do dono nesse segmento é essencial. "No setor de construção é importante ter alguém com o seu capital e sua reputação em risco", diz o analista sênior de um banco que acompanha o setor há muitos anos. (Conselho à prova - Revista Capital Aberto - 7 de Abril 2012 - via aqui)
Conflito de interesse
Sobre o acordo da CVM com a Bolsa para fiscalização do mercado, um argumento interessante e que levanta questionamento sobre sua validade:
Como qualquer outra empresa, a Bolsa visa a cortar custos para aumentar a lucratividade. Ao ser escolhida por um regulador para prestar um serviço público, ela tem sua credibilidade reforçada. Mas é inevitável questionar se isso será suficiente para justificar os custos com que terá de arcar para fiscalizar de forma eficiente, já que o convênio não prevê nenhum repasse de verbas. Assim, devem ser debatidas opções que conciliem custos e benefícios, tais como a definição de orçamento mínimo assumido para a tarefa.
Fonte: Falta de transparência - Revista Capital Aberto - 7 de abr 2012
Como qualquer outra empresa, a Bolsa visa a cortar custos para aumentar a lucratividade. Ao ser escolhida por um regulador para prestar um serviço público, ela tem sua credibilidade reforçada. Mas é inevitável questionar se isso será suficiente para justificar os custos com que terá de arcar para fiscalizar de forma eficiente, já que o convênio não prevê nenhum repasse de verbas. Assim, devem ser debatidas opções que conciliem custos e benefícios, tais como a definição de orçamento mínimo assumido para a tarefa.
Fonte: Falta de transparência - Revista Capital Aberto - 7 de abr 2012
Desvantagens de abrir o capital
É muito destacado na literatura as vantagens da abertura do capital da empresa. O trecho abaixo comenta algumas desvantagens:
Os principais ônus e transformações inerentes ao IPO referem-se a publicações de demonstrações financeiras em jornais de grande circulação, manutenção de auditoria externa para validar as demonstrações financeiras, exigência de uma diretoria de relações com investidores, taxas pagas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), aumento dos controles internos, manutenção de departamento de custódia e, para alguns, a pior situação: novos acionistas (sócios), que receberão juros e dividendos. Portanto, o sonho pode virar um pesadelo. (grifo meu. O mito do IPO. Portal Fator Brasil - 11 de Abril de 2012).
Em negrito, aquilo relacionado com a contabilidade. Assim, dos sete itens citados, três dizem respeito a contabilidade.
Os principais ônus e transformações inerentes ao IPO referem-se a publicações de demonstrações financeiras em jornais de grande circulação, manutenção de auditoria externa para validar as demonstrações financeiras, exigência de uma diretoria de relações com investidores, taxas pagas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), aumento dos controles internos, manutenção de departamento de custódia e, para alguns, a pior situação: novos acionistas (sócios), que receberão juros e dividendos. Portanto, o sonho pode virar um pesadelo. (grifo meu. O mito do IPO. Portal Fator Brasil - 11 de Abril de 2012).
Em negrito, aquilo relacionado com a contabilidade. Assim, dos sete itens citados, três dizem respeito a contabilidade.
26 abril 2012
Rir é o melhor remédio
Fica difícil de traduzir o jogo de palavras: mine = "mina; lançar minas" e também "meu". Fonte: aqui.
FCO sobre Ativo
Definição – Este índice mede o fluxo gerado pelas operações da empresa num determinado período sobre o ativo total.
Fórmulas – FC sobre Ativo = (Fluxo de Caixa das Operações / Ativo ) x 100
Fluxo de Caixa das Operações – corresponde ao caixa gerado nas atividades operacionais da empresa.
Ativo – representa os itens que promoveram a geração do caixa.
Unidade de Medida – Em percentual. Apresenta quantos por cento de retorno, em caixa, o ativo gerou.
Intervalo da medida – O fluxo de caixa pode ser negativo ou positivo. Assim, o índice pode variar entre -100% a 100%. Valores acima ou abaixo desse intervalo são possíveis de serem obtidos na prática, mas são raros.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa e no Balanço patrimonial.
Considere o caso da Usiminas, apresentado a seguir através de um pedaço da demonstração dos fluxos de caixa:
Observe que a empresa gerou R$1,3 bilhão de caixa das atividades operacionais no primeiro trimestre de 2012. O ativo encontra-se na figura a seguir:
O ativo, no final de março, era de 33 bilhões. O índice pode ser calculado facilmente:
FCO sobre Ativo = (1286 894 / 33 038 904) x 100 = 3,9%
Para cada unidade monetária de ativo, a empresa gerou 0,04 centavos no primeiro trimestre de 2012.
Grau de utilidade – Moderado. A primeira limitação é o fato de que somente algumas empresas calculam o fluxo de caixa das operações, em especial aquelas com ação negociada na bolsa.
Controvérsia de Medida – Alguma. O cálculo do FC das operações pode considerar os valores pagos para o capital de terceiros sob a forma de juros. Além disto, o uso do ativo pode gerar algumas controvérsia.
Observações Adicionais
a) Quando divide e múltipla os valores pelo lucro operacional teremos o retorno do ativo multiplicado pelo fluxo sobre o lucro. Ou seja, o fluxo sobre o ativo corresponde ao retorno do ativo pela capacidade de converter o lucro em caixa da empresa;
b) Observe que no exemplo apresentado consideramos o fluxo das operações sem a despesa financeira. Veja que após o lucro líquido do exercício foi somado às despesas de juros, anulando seu efeito sobre o fluxo das operações. Esta é a forma mais correta de obtenção do fluxo das operações.
c) Com respeito ao ativo, pode-se usar o valor do ativo médio ou o ativo inicial. No exemplo apresentado, o valor do ativo inicial e final são próximos, o que não afeta a escolha do ativo. Usar o ativo de 31 de março evita perder uma informação. O uso do ativo médio ou do ativo inicial pode ficar mais próximo do ativo que foi efetivamente usado ao longo do primeiro trimestre.
d) A melhor alternativa seria usar o “investimento”, considerando aqui, com o sinal negativo, o valor do passivo não oneroso. Veja mais sobre isto no índice ROI.
e) A geração de caixa irá depender de uma série de fatores. Em algumas situações, como no caso de empresas em setores novos da economia, é razoável trabalhar com fluxos de caixa das operações negativo. Apesar disto, provavelmente maiores valores do índice indicariam maiores rentabilidades.
Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: Retorno Total, Crescimento Sustentável, FC sobre VE, FC sobre Vendas, PLC, FCL sobre VE, Distribuição do Valor adicionado, Lucro Líquido sobre Ativo, Dividendo por lucro, Lucro por ação, Preço sobre vendas, Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre Depreciação, Composição do Endividamento, Cobertura de dívida,. Cobertura de investimento, Prazo de Pagamento a Fornecedores, Taxa de Queima, Prazo de Estocagem, Valor Adicionado sobre Receita, Margem Líquida, Giro do Ativo, P/L, RSPL, Endividamento Oneroso, Endividamento, Fluxo de Caixa Livre, Ebitda, Margem Operacional, NIG sobre Vendas, Valor do Empreendimento, Capitalização, Margem Bruta, ROI e Liquidez Corrente
e) A geração de caixa irá depender de uma série de fatores. Em algumas situações, como no caso de empresas em setores novos da economia, é razoável trabalhar com fluxos de caixa das operações negativo. Apesar disto, provavelmente maiores valores do índice indicariam maiores rentabilidades.
Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: Retorno Total, Crescimento Sustentável, FC sobre VE, FC sobre Vendas, PLC, FCL sobre VE, Distribuição do Valor adicionado, Lucro Líquido sobre Ativo, Dividendo por lucro, Lucro por ação, Preço sobre vendas, Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre Depreciação, Composição do Endividamento, Cobertura de dívida,. Cobertura de investimento, Prazo de Pagamento a Fornecedores, Taxa de Queima, Prazo de Estocagem, Valor Adicionado sobre Receita, Margem Líquida, Giro do Ativo, P/L, RSPL, Endividamento Oneroso, Endividamento, Fluxo de Caixa Livre, Ebitda, Margem Operacional, NIG sobre Vendas, Valor do Empreendimento, Capitalização, Margem Bruta, ROI e Liquidez Corrente
Qual o melhor dia para ser do Dia do Contador?
Eis um trecho de um texto interessante de Alexandre Alcântara:
Uma coisa muito interessante acontece no Brasil. O profissional de contabilidade tem duas datas comemorativas.
No dia 25 de abril comemora-se o dia do contabilista, em lembrança ao Senador João Lyra, que em 25 de abril de 1926, proferiu discurso que enalteceu a Classe Contábil Brasileira.
No dia 22 de setembro é comemorado o dia do contador, data em que os católicos comemoram o dia de São Mateus. Mateus, um dos apóstolos de Jesus era publicano, exercia de forma terceirizada a coletoria de impostos para o governo romano, apesar de ser judeu.
Entendo que esta não é a melhor data para se comemorar o dia do contador. O contador, não pode ser comparado ou lembrado como um mero agente do fisco.
Como bem diz o Prof. Dr. Eliseu Martins, a contabilidade como a conhecemos hoje surgiu há mais de 1.000 anos como "instrumento de controle e gestão", porém nos países latinos foi "roubada para interesses fiscais". O fisco vem se utilizando da contabilidade na sua atividade de apurar o imposto devido, e o contador dentre suas muitas atribuições, realiza o que se convencionou chamar de contabilidade tributária, com as elaboração de guias de recolhimento, declarações, planejamentos tributários, etc.
Não podemos imaginar uma empresa que não tenha o controle efetivo de suas atividades mercantis. A contabilidade não é em essência fiscal, pelo contrário, em sua essência ela é gerencial, a peça chave na produção de informações para tomada de decisão.
Um dos pilares da contabilidade é a escrituração, e esta é feita em quase na totalidade dos países seguindo a técnica das "partidas dobradas" apresentada pelo Frei Luca Pacioli, em 1494.
O Prof. Dr. David Albrecht lamenta não haver um dia dedicado aos contadores nos EUA, mas ao discorrer sobre qual deveria ser este dia em nenhum momento cogita questões fiscais e tributárias. Ele propõe o dia 10 de novembro (Accounting Day) porque neste dia, no ano de 1494, foi publicado o Volume 2 do marco na história da contabilidade, a "Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita" (Summa de Aritmética, Geometria, Proporções e Proporcionalidade), do Frei Luca Pacioli.Um justa e correta homenagem.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, o CFC publicou em 2004 o livro Luca Pacioli - Um mestre do Renascimento, do Prof. Dr. Lopes de Sá (aqui download em pdf), que além da biografia do frei, e comentários sobre o ambiente histórico em que surgiu as "partidas dobradas", traz ainda uma tradução da Parte I, Distinção IX, “Tratado” XI, da "Summa de Arithmética", a partir da edição Paganino de Paganini, Veneza de 1494. Este capítulo vem seguido de um outro, com os comentários do próprio Prof. Dr. Lopes de Sá.
Uma coisa muito interessante acontece no Brasil. O profissional de contabilidade tem duas datas comemorativas.
No dia 25 de abril comemora-se o dia do contabilista, em lembrança ao Senador João Lyra, que em 25 de abril de 1926, proferiu discurso que enalteceu a Classe Contábil Brasileira.
No dia 22 de setembro é comemorado o dia do contador, data em que os católicos comemoram o dia de São Mateus. Mateus, um dos apóstolos de Jesus era publicano, exercia de forma terceirizada a coletoria de impostos para o governo romano, apesar de ser judeu.
Entendo que esta não é a melhor data para se comemorar o dia do contador. O contador, não pode ser comparado ou lembrado como um mero agente do fisco.
Como bem diz o Prof. Dr. Eliseu Martins, a contabilidade como a conhecemos hoje surgiu há mais de 1.000 anos como "instrumento de controle e gestão", porém nos países latinos foi "roubada para interesses fiscais". O fisco vem se utilizando da contabilidade na sua atividade de apurar o imposto devido, e o contador dentre suas muitas atribuições, realiza o que se convencionou chamar de contabilidade tributária, com as elaboração de guias de recolhimento, declarações, planejamentos tributários, etc.
Não podemos imaginar uma empresa que não tenha o controle efetivo de suas atividades mercantis. A contabilidade não é em essência fiscal, pelo contrário, em sua essência ela é gerencial, a peça chave na produção de informações para tomada de decisão.
Um dos pilares da contabilidade é a escrituração, e esta é feita em quase na totalidade dos países seguindo a técnica das "partidas dobradas" apresentada pelo Frei Luca Pacioli, em 1494.
O Prof. Dr. David Albrecht lamenta não haver um dia dedicado aos contadores nos EUA, mas ao discorrer sobre qual deveria ser este dia em nenhum momento cogita questões fiscais e tributárias. Ele propõe o dia 10 de novembro (Accounting Day) porque neste dia, no ano de 1494, foi publicado o Volume 2 do marco na história da contabilidade, a "Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita" (Summa de Aritmética, Geometria, Proporções e Proporcionalidade), do Frei Luca Pacioli.Um justa e correta homenagem.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, o CFC publicou em 2004 o livro Luca Pacioli - Um mestre do Renascimento, do Prof. Dr. Lopes de Sá (aqui download em pdf), que além da biografia do frei, e comentários sobre o ambiente histórico em que surgiu as "partidas dobradas", traz ainda uma tradução da Parte I, Distinção IX, “Tratado” XI, da "Summa de Arithmética", a partir da edição Paganino de Paganini, Veneza de 1494. Este capítulo vem seguido de um outro, com os comentários do próprio Prof. Dr. Lopes de Sá.
Governança
As duas figuras abaixo fazem parte de um artigo escrito por Alexandre Di Micheli de Silveira (Conselhos Revistos, Revista Capital Aberto, 7 de abr de 2012)
O autor faz uma análise histórica interessante sobre os conselhos de administração nas empresas brasileiras. Segundo o autor:
De forma geral, a tabela mostra alterações significativas nos conselhos brasileiros ao longo da última década, todas alinhadas às práticas de governança recomendadas: 1) aumento do número de comitês nos conselhos; 2) maior frequência de comitês de auditoria e de remuneração; 3) aumento da proporção de companhias com pessoas diferentes ocupando os cargos de diretor–presidente e presidente do conselho; e 4) aumento da proporção de conselheiros considerados independentes. Além disso, o aumento do número de reuniões pode ser considerado um indício de um maior nível de atividade dos conselhos. No entanto, a estagnação na proporção de mulheres indica que a busca por maior diversidade de gênero nos conselhos ainda não virou realidade no País.
Combinação de Negócios
Uma combinação de negócios corresponde a uma operação em que um adquirente obtém controle de um ou mais negócios. Um negócio corresponde a um conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido e gerenciado para gerar retorno em forma de dividendos, redução de custos ou outros benefícios econômicos.
O custo da combinação de negócios será o resultado: entre os valores justos, na data da operação, dos ativos entregues, passivos incorridos ou assumidos, e instrumentos emitidos pela adquirente em troca do controle da adquirida; e quaisquer custos diretamente atribuíveis à combinação de negócios.
O valor da contraprestação paga pelo adquirente deverá ser alocado entre os ativos e passivos identificáveis na data de aquisição, a valor justo. As diferenças entre o valor contábil e o valor justo dos ativos e passivos são alocadas nas respectivas contas, não sendo mais consideradas como mais–valias. Esses valores deverão ser baixados de acordo com a amortização ou depreciação desses ativos.
Qualquer diferença entre o custo da combinação de negócios e a participação da adquirente no valor justo dos ativos (inclusive intangíveis, se houver), passivos, e passivos contingentes identificáveis e não reconhecidos, será contabilizada como goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura). Um ativo é definido como sendo um recurso controlado pela entidade decorrente de eventos passados e que pode gerar futuros benefícios econômicos para a entidade. O benefício econômico futuro inserido em um ativo representa o potencial de contribuição direta ou indireta ao fluxo de caixa do empreendimento.
Montante registrado como ágio por rentabilidade futura deverá ser submetido a teste de impairment anualmente
O International Accounting Standards Board (Iasb) concluiu que o goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura) representa recursos dos quais se espera a geração de futuros benefícios econômicos para a entidade.
O montante da contraprestação pago que exceder o valor justo dos ativos adquiridos deverá ser registrado como ágio por expectativa de rentabilidade futura. Nesse processo de identificação de ativos e passivos a valor justo, a companhia deverá levar em consideração ativos e passivos não registrados nas demonstrações financeiras da adquirida (ativos intangíveis e passivos contingentes).
Nos casos de compra vantajosa (deságio), este deverá ser contabilizado no resultado da adquirente no momento da combinação de negócios. Ele também deverá ser reconhecido no resultado quando a participação da adquirente no valor justo dos ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida ultrapassar o custo da combinação (deságio por expectativa de rentabilidade futura), depois de se reavaliarem:
1) os valores atribuídos aos ativos identificáveis da adquirida;
2) os passivos e/ou passivos contingentes identificáveis da adquirida; e
3) os valores atribuídos aos componentes do custo da combinação de negócios.
O montante registrado como ágio por rentabilidade futura deverá ser submetido a teste de recuperabilidade (impairment) anualmente, e as perdas por redução ao valor recuperável não poderão ser revertidas.
Combinação de Negócios - Revista Capital Aberto - 7 de Abril de 2012 - Mário V. Lopes & Sheila Conrado
O custo da combinação de negócios será o resultado: entre os valores justos, na data da operação, dos ativos entregues, passivos incorridos ou assumidos, e instrumentos emitidos pela adquirente em troca do controle da adquirida; e quaisquer custos diretamente atribuíveis à combinação de negócios.
O valor da contraprestação paga pelo adquirente deverá ser alocado entre os ativos e passivos identificáveis na data de aquisição, a valor justo. As diferenças entre o valor contábil e o valor justo dos ativos e passivos são alocadas nas respectivas contas, não sendo mais consideradas como mais–valias. Esses valores deverão ser baixados de acordo com a amortização ou depreciação desses ativos.
Qualquer diferença entre o custo da combinação de negócios e a participação da adquirente no valor justo dos ativos (inclusive intangíveis, se houver), passivos, e passivos contingentes identificáveis e não reconhecidos, será contabilizada como goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura). Um ativo é definido como sendo um recurso controlado pela entidade decorrente de eventos passados e que pode gerar futuros benefícios econômicos para a entidade. O benefício econômico futuro inserido em um ativo representa o potencial de contribuição direta ou indireta ao fluxo de caixa do empreendimento.
Montante registrado como ágio por rentabilidade futura deverá ser submetido a teste de impairment anualmente
O International Accounting Standards Board (Iasb) concluiu que o goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura) representa recursos dos quais se espera a geração de futuros benefícios econômicos para a entidade.
O montante da contraprestação pago que exceder o valor justo dos ativos adquiridos deverá ser registrado como ágio por expectativa de rentabilidade futura. Nesse processo de identificação de ativos e passivos a valor justo, a companhia deverá levar em consideração ativos e passivos não registrados nas demonstrações financeiras da adquirida (ativos intangíveis e passivos contingentes).
Nos casos de compra vantajosa (deságio), este deverá ser contabilizado no resultado da adquirente no momento da combinação de negócios. Ele também deverá ser reconhecido no resultado quando a participação da adquirente no valor justo dos ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida ultrapassar o custo da combinação (deságio por expectativa de rentabilidade futura), depois de se reavaliarem:
1) os valores atribuídos aos ativos identificáveis da adquirida;
2) os passivos e/ou passivos contingentes identificáveis da adquirida; e
3) os valores atribuídos aos componentes do custo da combinação de negócios.
O montante registrado como ágio por rentabilidade futura deverá ser submetido a teste de recuperabilidade (impairment) anualmente, e as perdas por redução ao valor recuperável não poderão ser revertidas.
Combinação de Negócios - Revista Capital Aberto - 7 de Abril de 2012 - Mário V. Lopes & Sheila Conrado
Concorrência e Legislação
Robson Barreto e Mariana Villela (A nova lei de defesa da concorrência e os desafios das operações de M & A, Revista Capital Aberto, 7 de abril de 2012) lembra que daqui há um mês, em 29 de maio, entrará em vigor a lei 12529/2011 que exige a análise prévia do Cade para operação de concentração econômica. A lei tenta garantir que até a aprovação da operação de fusão e aquisição devem ser preservadas as condições de concorrência.
Mulheres e Contabilidade
Há um mês o prof. Scarpin postou no seu blog sobre mulheres na contabilidade. Agora recebo esta incrível contribuição da Flávia Carvalho sobre mulher e contabilidade. (
M.O. ROBINSON em "Como contabilizar sem mestre"):
(Clique na imagem para ler melhor). Mais do mesmo autor:
(Clique na imagem para ler melhor). Mais do mesmo autor:
25 abril 2012
Rir é o melhor remédio
O Lobby das Big Four
Um texto muito importante da Reuters (Insight: Big 4 auditors spend more than ever on U.S. lobbying, David Ingram e Dena Aubin, 13 Mar 2012) mostra a intensa atividade das grandes empresas de auditoria em defender seus interesses.
Segundo a Reuters, as empresas Deloitte, Ernst & Young, KPMG e Price gastaram no último ano 9,4 milhões de dólares em lobby. Este valor é o maior montante desde 2002, quando o setor esteve pressionado pelo problema da Enron.
A evolução dos gastos inclui também o aumento no número de lobistas registrados pelas empresas de auditoria. (Nos Estados Unidos a atividade é regulada)
Qual a finalidade dos gastos? Segundo a Reuters, o alvo é o PCAOB, entidade criada recentemente que pretende implantar o rodízio de auditoria nos Estados Unidos. O gráfico mostra o volume de gastos com atividade de lobby por empresa de auditoria.
Além da atividade de lobby, as empresas também fazem contribuições políticas. O mais beneficiado com as contribuições do setor foi o senador Spencer Bachus, que recebeu 370 mil dólares. O senador Bachus preside um comitê da Câmara legislativa dos EUA que supervisiona o PCAOB. Em retribuição, Bachus tem ameaçado o PCAOB na luta pelo rodízio, ameaçando retirar os poderes do PCAOB.
Segundo a Reuters, as empresas Deloitte, Ernst & Young, KPMG e Price gastaram no último ano 9,4 milhões de dólares em lobby. Este valor é o maior montante desde 2002, quando o setor esteve pressionado pelo problema da Enron.
A evolução dos gastos inclui também o aumento no número de lobistas registrados pelas empresas de auditoria. (Nos Estados Unidos a atividade é regulada)
Qual a finalidade dos gastos? Segundo a Reuters, o alvo é o PCAOB, entidade criada recentemente que pretende implantar o rodízio de auditoria nos Estados Unidos. O gráfico mostra o volume de gastos com atividade de lobby por empresa de auditoria.
Além da atividade de lobby, as empresas também fazem contribuições políticas. O mais beneficiado com as contribuições do setor foi o senador Spencer Bachus, que recebeu 370 mil dólares. O senador Bachus preside um comitê da Câmara legislativa dos EUA que supervisiona o PCAOB. Em retribuição, Bachus tem ameaçado o PCAOB na luta pelo rodízio, ameaçando retirar os poderes do PCAOB.
Retorno Total
Definição – Corresponde ao lucro operacional gerado pela entidade pelo valor do empreendimento. O inverso do índice refere-se ao período de tempo de retorno proporcionado pelo lucro operacional da empresa.
Fórmulas – Retorno Total = (Lucro Operacional / Valor do Empreendimento) x 100
Lucro Operacional = corresponde ao resultado da empresa antes das despesas financeiras, imposto de renda e participações. Inclui a receita financeira
Valor do Empreendimento = refere-se ao valo de mercado da empresa mais as dívidas menos o caixa e equivalentes.
Unidade de Medida – Em percentual. Corresponde a percentagem de retorno total da empresa, usando uma aproximação do valor de mercado da empresa.
Intervalo da medida – O lucro operacional é positivo, mas eventualmente poderá ser negativo. Assim, o intervalo irá variar entre -100% a infinito. Como em geral dificilmente o lucro operacional é superior ao valor do empreendimento, o intervalo natural do índice está entre -100% a 100%, mas com valores positivos.
Como calcular – Para determinar o valor do empreendimento é necessário obter o valor de mercado do patrimônio líquido. Vamos usar o exemplo da Embraer. Num sítio da internet localizamos que o valor da empresa em dezembro de 2011:
Os valores do passivo e do caixa são obtidos no balanço patrimonial da empresa:
Assim, o valor do Empreendimento é dado por:
Valor do Empreendimento em 31/12/2011 = 8,7 + 10,8 – 2,5 = 16,9 bilhões de reais
O lucro operacional pode ser obtido na DRE da empresa:
Observe que este não é o resultado operacional correto já que não inclui as receitas financeiras (é isto mesmo, as receitas financeiras fazem parte do resultado operacional). Isto tende a reduzir o valor o retorno total encontrado para empresa. O índice é dado por:
Retorno Total = Lucro Operacional / VE = 521 / 16 943 = 3,1% ao ano
Grau de utilidade – Regular. Seu uso está limitado a empresas de capital aberto e que tenham perspectiva de lucratividade.
Controvérsia de Medida – Alguma. O cálculo do lucro operacional é sempre complicado em razão da dificuldade de separação da receita financeira da despesa financeira. Estes dois itens devem ter tratamento financeiro distinto, já que o primeiro é operacional, mas o segundo não. Entretanto, as DRE das empresas não apresentam desta forma.
Observações Adicionais
a) O inverso do índice informa em quanto tempo o lucro operacional gerado pela empresa paga o capital investido hoje. No caso da Embraer, são 32 anos para se pagar este capital.
b) Uma forma de minimizar o problema do lucro operacional é considerar um conceito de VE mais abrangente, incluindo todas as aplicações financeiras. No caso da Embraer, isto reduziria o VE para 15,5 bilhões já que seria subtraído de 1,413 bilhão de “instrumentos financeiros ativos”. O novo índice seria de 3,36% ou 29,7 anos para pagar o capital.
c) Este índice é interessante, pois leva em consideração todo o capital investido na empresa e não somente o patrimônio líquido. Alguns analistas usam o preço da ação sobre o lucro operacional por ação, o que é inconcebível em termos teóricos. Neste caso está usando um lucro derivado do ativo e comparando com o patrimônio líquido