Eu não posso reclamar da minha criação. Ou dos meus pais. Não tive maiores desafios, como o demonstrado em “Venha Competir no Programa Multi”. O que me assombra? Saúde. Ou a falta dela.
Acho que todos que acompanham o blog regularmente sabem o quanto considerei a pós graduação uma jornada gratificante. Os que me conhecem um pouco mais sabem que a caminhada foi árdua e que se não fossem as várias pessoas claramente listadas nos agradecimentos da minha dissertação, assim como os pequenos anjos que encontrei por aí, eu não teria terminado.
Meus parentes alimentam um relacionamento muito forte. Minha família materna é portuguesa, com direito a almoços dominicais, vinho, bacalhoada, vizinhos portugueses acompanhando. É tão natural que acho engraçado quando algum amigo frequenta a casa pela primeira vez e comenta o sotaque, pois, com raras exceções, me passa imperceptível.

Eu me lembro de que quando eu era pequena falava que seria professora e meu avô sorria orgulhoso. Ele não chegou a me ver dar aulas na Universidade de Brasília, ou me ver com o título de mestre. A defesa foi no dia seguinte ao que seria o aniversário de 95 anos dele. Foi a minha forma agradecer e homenagear: unindo a minha energia ao ciclo do meu avô. Foi triste e lindo ao mesmo tempo. Senti-me vitoriosa e em paz naquele dia.
Eu conheço muitos mestrandos que estão começando agora a jornada. Sei como é difícil dormir tentando estar preparado para os debates, querer não passar vergonha, achar motivação nas épocas de bloqueio quando temos que entregar páginas e páginas de pesquisa para o nosso orientador. Sei como dói seguir em frente, com a cabeça erguida, mesmo com o coração encharcado de lágrimas.
Ano passado foi um dos mais difíceis que tive. Foi o ano em que fui titulada. E valorizo: a conquista do meu sonho. Nem todos têm a chance ou a vontade de agir e realmente perseguir um sonho. Eu consegui. Foi difícil, mas deu certo. Tornou-se uma paixão.
Perguntam-me frequentemente o que é mais importante para se preparar para um mestrado, como agir na entrevista, o que fazer. A minha resposta: perseverança. É isso o que mais importanta. Não é o seu inglês, ou os seus certificados, nem mesmo os seus artigos publicados. De nada vale isso a não ser que você saiba claramente a resposta para esta pergunta: Quando os sinais parecem dizer para você desistir, o que você faz?
QUERIDA ISABEL, EU TENTEI INGRESSAR NO MESTRADO NO ANO PASSADO, E NO MEIO DO PROCESSO PERDI MEU AVÔ E NO PRAZO DE 14 DIAS PERDI MINHA AVÓ, PENSEI QUE NÃO CONSEGUIR SUPORTAR A DOR, INFELIZMENTE NÃO CONSEGUIR PASSAR, E CONTINUAREI TENTANDO, FAREI NOVAMENTE O PROCESSO DESTE ANO, MAS TENHO MEUS PAIS, PRINCIPALMENTE MEU PAI QUE ESTA COM DEPRESSÃO, MAS QUE ME APOIA O TEMPO TODO, ESTOU DIVIDIDA ENTRE ESTAR PRESENTE COM MEUS PAIS E PERSEVERAR NA TENTATIVA DO MESTRADO, O SONHO DE MEUS PAIS É O MEU ESTUDO E CONTINUAREI TENTANDO PARA HONRAR TODOS OS ENSINAMENTOS E CONFIANÇA QUE ELES DEPOSITAM EM MIM. ME IDENTIFIQUEI MUITO COM O SEU RELATO, OBRIGADA PELA FORÇA!
ResponderExcluirMARCIA HELENA
Obrigada por compartilhar também a sua história Marcia Helena. Depressão é um monstrinho difícil de lidar, mas com os cuidados certos logo, logo seu pai se recuperará. Tudo vem no tempo certo né? Com certeza o futuro guarda boas coisas, seja no mestrado ou cuidando da sua família. E quando você entrar no mestrado, nos avise!! =) Estamos na torcida.
ResponderExcluir"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções."
ResponderExcluir