Ou: Boicote à Elsevier
Cientistas de todo o mundo estão participando de um boicote coletivo à Elsevier, a maior editora internacional de periódicos científicos. A iniciativa surgiu de uma sugestão no blog de um dos matemáticos mais conceituados atualmente: Timothy Gowers, da Universidade de Cambridge - laureado com a honorável medalha Fields.
O abaixo-assinado conta com, no momento da publicação desta postagem, 5.345 assinaturas de cientistas que, por meio do documento, se comprometem a parar de submeter, referenciar ou editar trabalhos da Elsevier.
Para que tenhamos uma ideia da imensidão da ação, veja alguns dos periódicos da editora:
- Accounting, Organizations and Society;
- Journal of Accounting and Economics;
- Journal of Accounting Education;
- International Journal of Accounting Information Systems;
- Advances in Accounting;
- The International Journal of Accounting;
- Management Accounting Research.
Só periódicos com o mais alto nível.
Então... o motivo da revolta?
A Elsevier, assim como a maioria das editoras científicas comerciais internacionais, cobra um absurdo para publicar um artigo aceito - cerca de R$ 3.000,00. Cobra, adicionalmente, pelo acesso ao conteúdo. Cada artigo custa por volta de R$ 45,00
Trocando em miúdos: os pesquisadores pagam para publicar e para ler. Divertido, não?
O lucro da Elsevier em 2010? R$ 2,1 bilhões.
E a gente com isso?
O Governo gasta, em média, R$ 25 mil com a assinatura anual de uma revista conceituada. Segundo a CAPES, em 2011 gastou-se em torno de R$ 133 milhões para que 326 instituições de pesquisa tivessem acesso a mais de 31 mil periódicos científicos comerciais.
Rogério Meneghini, coordenador do Scielo - uma base que reúne 230 periódicos científicos brasileiros com acesso aberto - acredita que o movimento do livre acesso ao conhecimento científico deu um passo importante com esse movimento internacional. Tomara que ele tenha razão.
Fonte: Adaptado daqui.
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