No caso de um Ipad 16 GB WI-FI,do valor total de US$ 499 , a empresa do Vale do Silício, fica com cerca de 30% de US$ 424 (preço de atacado) .Temos ainda 31% (US$ 154,69) do custo dos insumos e mão-de-obra direta , dos quais a China fica com apenas 8 dólares (1,8% do total). No caso do Iphone 4, a Apple fica com 58% de 549 dólares, temos ainda 21,9% do custos dos insumos e mão-de-obra direta , dois quais apenas 10 dólares vão para o pagamento dos trabalhadores chineses. O valor final recebido do Iphone é superior ao do Ipad, pois o cliente não paga diretamente a Apple, já que existe contrato com uma empresa de telecomunicação, em troca de subsídio. O preço de venda ao cliente do Iphone 4, em 2010, era de 199 dólares, todavia, a Apple recebe 549 dólares, já que 350 são oriundos do subsídio recebido de empresas como AT&T e Verizon. Assim, retirando todos os outros custos a empresa fica com 321 dólares, ou 58% de US$ 549.
Depois da Apple, os maiores beneficiários desta cadeia de suprimento são empresas sul-coreanas, como LG e Samsung, que fornecem as telas e os cartões de memória, e cujo lucro bruto representam 5% e 7%, respectivamente, do preço de venda para o iPhone e iPad. Os fornecedores japonese e taiwaneses capturam de 1 a 2% cada.
É bom ressaltar que não há nenhum fornecedor chinês para o Ipad ou Iphone. Ou seja, o maior benefício para a economia chinesa são os salários pagos para seus trabalhadores. Muitos componentes, como baterias e telas sensíveis ao toque, recebem o tratamento final na China, em fábricas de propriedade de empresas estrangeiras. Estima-se que 10 dólares ou menos vão para o pagamento da mão-de-obra direta dos chineses. Assim, enquanto cada unidade vendida nos EUA acrescenta de 229 a 275 dólares para o déficit comercial entre EUA e China, a parte retida na economia chinesa, é uma pequena fração desse montante:10 dólares para o Iphone e 8 para o Ipad.
Em suma, a montagem de produtos eletrônicos agrega pouco valor à economia de um país, e por consequência não é o caminho mais saudável para o desenvolvimento econômico e de expansão de conhecimento produtivo. Ademais, não há relação entre agregação de valor e o local da produção, conforme foi mostrado no estudo.
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