Logo na primeira oportunidade em que os países latino-americanos se organizaram para apresentar propostas para reformulação do padrão contábil internacional IFRS, apareceu entre as prioridades um tema que é mais do que conhecido na região: o efeito da inflação nos balanços. (Latinos querem corrigir balanços, Fernando Torres, Valor, via aqui)
Estes países são Brasil, México, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, entre outros. Destes, Venezuela e Argentina possuem um nível inflacionário bastante elevado. Mas os índices que medem a inflação estão deturpados por pressão dos governos locais. Talvez esta solicitação seja ruim pois desacreditaria o próprio processo de correção.
Existe muita controvérsia sobre a necessidade de correção dos balanços, inclusive para o Brasil. Em geral as pessoas esquecem da relação custo benefício da informação (isto inclusive não foi citado pelo texto integral do jornal, que de forma enviesada defendeu a medida).
Eis um trecho interessante:
o CPC disse, a respeito desse tema, que "a experiência passada no Brasil revela que uma inflação em um nível muito menor (por exemplo, de 3% a 5% ao ano) produz impacto significante no retorno do investimento, na posição financeira e na performance de uma entidade".
O argumento carece de lógica. Neste nível de inflação temos muitos países do mundo. Nenhum deles, somente o Brasil, considera que a questão da correção seja o aspecto mais relevante para o Iasb tratar nas suas normas. Faz sentido?
(Foto: Nelson Rodrigues, autor brasileiro)
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