Na avaliação do especialista, o número de companhias com políticas formais de controle de riscos aumentou. Entretanto, o percentual das que possuem, sobre a base total pesquisada, ainda é pequeno, dada a relevância do tema.
Nas companhias do segmento tradicional, 52% delas têm uma política formal, nos Níveis 1 e 2 essa proporção é de 74% e no Novo Mercado, de 66%. O indicador só é mais elevado – 90% – entre as empresas listadas na Bolsa de Nova York, que estão submetidas à rigidez da Lei Sarbanes-Oxley.
A criação de mecanismos de governança e seu acompanhamento pelo conselho de administração foram o motivo determinante para que o diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Otavio Yazbek decidisse, em novembro do ano passado, pedir que parte da investigação do caso Aracruz fosse refeita.
A conclusão da investigação acusava apenas os conselheiros que eram parte dos comitês de auditoria e financeiro e mais dois membros que teriam tido acesso às informações relevantes sobre o caso. Yazbek, porém, decidiu pedir que os demais conselheiros fossem mais bem investigados.
“Ocorre, porém, que uma discussão dessa ordem é, a rigor, uma discussão sobre a estrutura de governança da companhia, em especial no que tange aos mecanismos utilizados para o monitoramento do risco financeiro. Parece-me que alguns aspectos, altamente relevantes na atualidade, do dever de diligência dos administradores e dos membros de comitês não foram considerados quando da instrução do feito, o que naturalmente se refletiu nas diligências adotadas”, escreveu ele ao justificar a decisão de desmarcar o julgamento, então agendado para dezembro de 2010.
O levantamento da KPMG ainda aponta ainda que caiu o percentual de companhias com comitê de auditoria. No segmento tradicional passou de 26% em 2010 para 21% em 2011 e nos Níveis 1 e 2 a queda foi de 45,5% para 40%.
Fonte: Graziella Valenti, Valor Economico
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