Abaixo, um trecho de um reportagem publicado domingo no Estado de S Paulo. Parece cômico, mas não é:
As três horas que os clientes da Light, no Rio, ficaram sem luz em dezembro do ano passado já custaram R$ 275 milhões aos consumidores do Sudeste e Centro-Oeste. Essa fatura, já repassada às contas de luz, é consequência da falta de um transformador na subestação do Grajaú, de Furnas, avaliado em R$ 12 milhões. Ou seja: o valor pago pelos clientes foi 23 vezes maior do que o investimento necessário para comprar o equipamento.
A falta desse transformador deixou o sistema que atende o Rio vulnerável, sobretudo no verão, quando aumenta a demanda de energia. Para evitar novos apagões por sobrecarga, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, da Petrobrás. O custo médio mensal para acionar a usina é de R$ 25 milhões.
Levantamento do mercado obtido pelo Estado mostra que o maior valor mensal pago até agora foi em janeiro (R$ 45,7 milhões). Nos três primeiros meses do ano, a fatura chegou a R$ 104,8 milhões. A despesa total, que atingiu R$ 275 milhões em setembro, foi rateada na conta de luz dos consumidores do Sul e Centro-Oeste sob o nome de Encargos de Serviços do Sistema (ESS). E a fatura pode aumentar se o transformador não for reposto até dezembro.
O valor pago pelos ESS encarece o megawatt/hora em R$ 8, revela uma fonte do setor. "É um custo pela incompetência de uma empresa", critica a fonte. A conta é repassada a consumidores residenciais, comerciais e industriais. "Quando Furnas comunicou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o problema, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho e não desligaram mais", disse a fonte.
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