Este blog já postou diferentes textos sobre o problema contábil na empresa Olympus. Num deles divulgamos um texto do The Telegraph que afirma que a KPMG fez a sua parte.
O Valor Econômico publicou um texto da Bloomberg (Fraude era 'evidente' na Olympus, diz KPMG, Debra Mao, 28 nov 2011) sobre a relação entre a empresa de auditoria (KPMG) e a Olympus. O texto inicia-se de forma otimista:
O presidente mundial da KPMG International, Michael Andrew, disse que ficou evidente a prática de fraude na Olympus e que sua firma cumpriu todas as obrigações legais para repassar informações relativas à aquisição do Gyrus Group pela Olympus em 2008, antes de ter sido substituída como auditoria da fabricante de câmeras.
"Fomos dispensados por termos cumprido nossa obrigação", disse Andrew aos jornalistas sexta-feira no Clube dos Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong. "Para mim está bem evidente que houve fraude muito significativa, e com a cumplicidade de um grande número de pessoas."
Entretanto, é importante lembrar que o esquema de fraude contábil já existia há anos e a empresa de auditoria não percebeu. Mas o executivo da KPMG aproveita a ocasião para defender a adoção de normas internacionais de contabilidade, fato vantajoso para as empresas de auditoria, e criticou a possibilidade de normas contra o oligopólio do setor:
Andrew disse também que um conflito entre autoridades reguladoras dos Estados Unidos e da China mostrou a necessidade de adoção de normas mundiais e criticou as propostas da União Europeia de imposição de mais controles sobre o grupo de empresas de auditoria conhecido como as "Quatro Grandes", do qual a KPMG faz parte, como o de obrigá-las a compartilhar trabalhos com suas concorrentes de menor porte.
Falando sobre "Fraude, Crises Financeiras e o Futuro das Quatro Grandes", Andrew disse estar chocado pela interferência de ordem política e regulatória vivenciada pela KPMG em sua auditoria relativa ao endividamento da Grécia e ressaltou a importância da instauração de padrões mundiais.
A crise financeira de 2008 foi o resultado do fracasso dos modelos de negócios e da supervisão prudencial, disse ele, considerando "ingênuas" as propostas da UE de impedir que as firmas com determinada fatia de mercado prestem serviços alheios à área de auditoria aos clientes e como equivocadas as propostas em favor da rotatividade obrigatória das firmas.
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