No centro da ação da Olympus está uma técnica que já foi comum no Japão para ocultar prejuízos, chamada tobashi, que os reguladores financeiros japoneses toleravam antes de coibi-la no fim dos anos 90.
O esquema permitia que as companhias ocultassem prejuízos sobre ativos podres vendendo esses ativos para outras empresas, para depois recomprá-los mediante pagamentos, com frequência disfarçados em honorários de consultoria ou outras transações, quando as condições de mercado ou de lucratividade melhorassem.
O memorando dos investigadores japoneses historia os esforços da Olympus para saldar seus prejuízos anteriores com pagamentos camuflados como aquisições e honorários de consultoria supostamente afins para comprar companhias que pareciam ter pouca relação com suas atividades principais.
O documento confirma algumas informações previamente noticiadas pelo New York Times, segundo as quais boa parte dos pagamentos dos negócios foi feiro por meio da empresa de consultoria de gestão Global Company, chefiada por NobumasaYokoo, um ex-banqueiro do banco de investimento Nomura.
Segundo novas reportagens, o memorando também ajudou a arranjar esses acordos a ITX, uma empresa adquirida pela Olympus em 2003 e anteriormente chefiada pelo irmão mais velho de Yokoo, Akinobu Yokoo.
Ele é presidente de uma empresa de peças e serviços de aviação, a Jalux, que informou na quinta-feira que Yokoo não estava acessível para comentar.
Os escritórios de Tóquio da Global Company foram desocupados no começo de outubro.
Em outra companhia pertencente a Yokoo, um homem que se identificou somente como "Yamamoto" disse que Yokoo não era visto "fazia algum tempo" e havia dado instruções "para não falar com estranhos" sobre a Olympus.
Ninguém atendeu a campainha em seu endereço pessoal registrado em Tóquio, uma mansão protegida por cercas e câmeras.
/TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK - Empresa tinha esquema para ocultar prejuízos - Estado de S Paulo
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