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27 setembro 2011
Auditorias
Segundo o Financial Times (Europa analisa mudanças drásticas para auditorias, Alex Barker e Jennifer Hughes, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4), a Comissão Europeia estuda mudanças no mercado de auditoria:
Pelos planos, que serão anunciados em novembro, as companhias com balanços maiores que €1 bilhão seriam forçadas a contratar dois auditores para conduzir uma “auditoria conjunta” de seus livros, incluindo pelo menos uma firma que não faça parte das Big Four (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG).
Além disto, segundo o jornal, o plano prevê o rodízio de auditores para cada nove anos e a proibição de serviços não relacionados com auditoria. Estes serviços representam dois terços das receitas das grandes empresas em alguns países.
O próprio texto do Financial Times prevê que a proposta não será facilmente aprovada pelos países europeus. O jornal (Propostas de Bruxelas pegam as grandes empresas do setor no contrapé, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4) considera que as Big Four estão “entre os lobistas mais silenciosamente eficientes do mundo”. O jornal considera que talvez a Comissão Européia esteja jogando pesado agora para barganhar no futuro. De qualquer forma, a proposta final será publicada em novembro deste ano.
Uma das razões para o surgimento do assunto foi, sem dúvida, a crise financeira. Além disto, a preocupação com a concentração do setor de auditorias já existe há anos, antes mesmo da falência da Andersen.
No Brasil, o Valor Econômico ouviu a presidente do Ibracon (Público é contra medidas, diz presidente do Ibracon, Fernando Torres, 27 set 2011), que afirmou que um processo de consulta pública realizado pela Comissão Europeia este ano não deu respaldo a proposta:
“Não existe suporte a essas idéias, seja entre acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores. Se pretendem avançar com a proposta, parece que estão ignorando as informações que receberam”, afirma Ana María, com a ressalva de que não teve acesso ao esboço da proposta, que deve ser apresentada em novembro.
Esta declaração é polêmica, já que os problemas de concentração do setor de auditoria é uma preocupação constante dos “acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores”. E este assunto não é novo na contabilidade. A impressão que ficou é que a presidente do Ibracon defendeu uma posição pessoal.
Foto: aqui
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